Partiu Jesus a novos
horizontes!...
Itinerando cidades e
aldeias,
Sulcando vales,
transpondo montes,
Amor distribuindo a
mancheias.
Dormia onde
encontrava leito,
Comia quando lhe
davam pão,
Retribuía estreitando
ao peito
Quantos lhe estendiam
as mão.
Zequeu, homem de
baixa estatura,
Na ânsia de vê-lo
trepou num cipreste.
Ganhou monumental
altura
Ao descer chamado
pelo Mestre.
Na psicológica árvore
da crença
Fé com amor
enxertava,
Remédio produzido a
qualquer doença.
“Tua fé te salvou”
sempre declarava.
Regava com lágrimas o
lírio da humildade.
Mas a figueira braba
do orgulho
Adubava pela vaidade,
Frutificando apenas
pedregulho,
Flores não dando mas
somente espinho,
Pela raiz ele
arrancava.
Secando ficava à
beira do caminho
E nem corvo nela mais
pousava.
Para seguí-lo, vender
o que possuía
E o dinheiro dar aos
pobres.
Legião assim formou
que se distinguia
Pela pobreza rica em
gestos nobres.
No jardim paradisíaco
da infância
Jesus ficava horas
descansando,
Haurindo a suave
fragrância
Da alma em flor
desabrochando.
Confiantes, alegras e
ternas
Braços abertos
iam-lhe as criancinhas!
Se abraçavam às suas
pernas,
Afagando-lhes Jesus
as cabecinhas.
Contava histórias,
fazia mágicas,
Rolavam de tanto rir.
Consolo era de sua
vida trágica
Sua imagem na criança
refletir.
Atrás dos filhos iam
as mães
Levando a penúria do
lar.
Lhes dava Jesus
peixes e pães
Tirados da fé, não do
trigo e do mar.
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