“Vendo
Jesus a multidão, subiu ao monte”.
O
desespero humano a seus pés descansa
Como
um andarilho numa fonte
Bebendo
o Sermão da Bem-aventurança.
No
êxtase da fé iam sorvendo
O
bálsamo da justiça, do amor e da verdade
Que
do céu Jesus vai recebendo
E
pingando no coração da humanidade.
Em
cada cidade, em cada porto
Do
festivo Jordão
Ao
solitário Mar Morto
Vibra
intenso o divinal sermão!...
Todos
se aliviam das suas dores.
Pássaros
cantam, a multidão se beija,
A
natureza verte lágrimas de flores
Ouvindo
a Lei da universal igreja.
Bem-aventurados
os que têm sede de justiça!
Bem-aventurados
os que têm fome!
Gente
que vive trabalhando submissa
E
os frutos do seu trabalho não come.
“Mas
ai de vós, os ricos, porque já tendes
A
vossa consolação!”
A
riqueza escandaliza e ofende
Porque
feita a golpes de escamoteação!...
Bem-aventurados
os misericordiosos!
Dando
exemplo magnífico,
Cuidam
dos enfermos, velhos, crianças e leprosos.
Bem-aventurados
os mansos e pacíficos!
Jesus
ao céu ergueu os braços
E,
lento, espalhou as mãos sobre a multidão:
Bem-aventurados
os que me seguem passo a passo...
Guardam
minhas palavras no coração,
Na
consciência têm sempre o seu nome,
Da
minha vida fazem o seu viver!...
Em
verdade, esses jamais sentirão fome
E
na fonte do meu amor justiça têm para beber!...
|