Home · Baú do Jordão · Camargo Freire  · Campos do Jordão

Crônicas e Contos · Culinária  ·  Fotos Atuais · Fotos da Semana

  Fotografias · Hinos · Homenagens · Papéis de Parede · Poesias/Poemas 

PPS - Power Point · Quem Sou  · Símbolos Nacionais · Vídeos · Contato

Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

A Cara de Campos do Jordão - Pedro Paulo Filho 


A Cara de Campos do Jordão - Pedro Paulo Filho

Pedro Paulo Filho, no Morro do Elefante, em a "Cara de Campos do Jordão"

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

 

O título de Cidadão Jordanense com que nos agracia a Casa do povo de Campos do Jordão, mais que um galardão, mais que uma subida honra, mais do que um valioso troféu, nos concede, oficialmente, a cara de Campos do Jordão.

Por que é tão importante ter a cara de Campos do Jordão? Por muitas razões. Quando se procura alguém na multidão, busca-se a cara da pessoa, ou seja, procura-se o cara que é ele mesmo. A cara de uma pessoa é o espelho da alma, assim como o retrato é o espelho do rosto. Num retrato de corpo inteiro, se cortamos a cara da pessoa, ela não é ninguém. Atualmente, procura-se uma pessoa até pelo retrato falado, pelo qual se julga ser aquela pessoa. “Wanted”, o velho-oeste norte-americano pregava nas estações ferroviárias, locomotivas e diligências “Procura-se” e lá vinha quem? A cara da pessoa procurada. A cara é tão o retrato do espírito que uma mulher de bigode é um engano da natureza.

O sem-vergonha não se incomoda de apanhar na cara, porque não tem vergonha. A vergonha reside na cara, diz o povo em sua sabedoria.

O homem de duas caras é o mesmo que o homem de muitas caras – não presta, é um homem sem cara, é um descarado.

Vejam os senhores como nos orgulhamos de receber esse título que nos dá a cara de Campos do Jordão. O homem que esconde a cara, deforma a cara, ou é um mascarado ou um palhaço: “cara de palhaço, pinta de palhaço”, diz a música de Miltinho.

A cara é a pessoa, sua atitude, sua vida, sua identidade, como se vê no livro “O Retrato de Dorian Gray”, do escritor Oscar Wilde. Adão escondeu a cara depois do pecado. “Não mostrou a cara”, escondeu a cara. O povo diz que o sujeito bom é a pessoa de cara limpa. “Você me fez passar um carão!” – reclama outro.

Verônica não enxugou o corpo de Cristo, enxugou a face que no pano ficou gravada, para a memória da posteridade.

A cara de Tiradentes ficou espetada num poste para a intimidação do povo brasileiro. Bater na cara de uma pessoa é uma violência fatal. Apanhar na cara e não fazer nada, tanto não é deste mundo, que o exemplo de Jesus Cristo ficou nos séculos: “O meu reino não é deste mundo”. Escarraram na cara dele e ele disse: “Eu vos deixo minha paz”. Vejam os senhores como é importante o título que recebo hoje recebemos e que nos dá a cara de Campos do Jordão.

Quando o corpo vai se deteriorando pela ação implacável do tempo, onde se faz a primeira retifica? A cirurgia plástica na cara.

Qual a maior e mais terrível vingança do mundo? Deformar a cara, jogar vitríolo no rosto, cortar a face, marcar a testa com ferrete, como se faziam aos criminosos antigamente.

Quando uma pessoa não está bem, ela fica mal-encarada. O iconoclasta que investiu de martelo em punho contra a estátua “Pietá”, quebrou onde? Na cara.

“Quebrei a cara” ou “Fiquei com a cara no chão”, diz o sujeito que foi infeliz numa cantada fora de hora. Quando Michelangelo quis se vingar de um cardeal, pôs a cara dele no inferno e lá está até hoje, na Capela Sixtina, no Vaticano.

Quando o cardeal foi reclamar de irreverência, o Papa lhe disse: “Do inferno, nem Deus tira!”. Os romanos e os judeus quiseram fazer a maior ofensa a Jesus Cristo. Mais do que pregá-lo na cruz, foram escarrar na sua cara.

Quem tem vergonha, tem calor na cara, porque o sangue assoma-lhe às faces e o rubor é na cara. Ruborizou-se, ficou com vergonha. No inferno de Dante, um dos piores sofrimentos era carregar como lanterna, os braços estendidos para frente, a própria cara decepada. “Tire-lhe a cara, não merece, para com ela achar o caminho da honra”.

Cara-dura, cara-de-pau, carinha, careta – diz a juventude.

O que fazem os policias para descobrir a verdade, quando as testemunhas divergem? Fazem a acareação, cara-a-cara, uma testemunha na frente da outra, para descobrir quem fala a verdade.

Ainda hoje, ouve-se muito esta frase: “cara que mamãe beijou...”. Por tudo isso, por receber hoje a cara de Campos do Jordão, graças à lembrança de meu colega, Dr. José Carlos Freire de Carvalho Santos, da iniciativa do vereador Floriano Camargo Arruda Brasil Jr., autor do Decreto Legislativo e do apoiamento de todos os ilustres vereadores desta Egrégia casa, deixamos aqui um pedaço do nosso coração, que é coisa mais preciosa que possuímos, como penhor de gratidão.

Faltava esse Diploma Honorífico na nossa modesta vida...

15/05/2008

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=34

 

Voltar

 

 

- Campos do Jordão Cultura -