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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

CAMPOS DO JORDÃO - “Reminiscências” 


CAMPOS DO JORDÃO - “Reminiscências”

Frei Benvindo Destéfani - Ordem dos Frades Menores - OFM - de janeiro/1943 a abril/1947, prestou serviços no Conventinho da Vila Britânia em Campos do Jordão.

 

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Da autoria do Frei Benvindo Destéfani - O.F.M. (Ordem dos Frades Menores). Esteve em Campos do Jordão desde janeiro de 1943 até abril de 1947, prestando serviços junto ao Conventinho dos Franciscanos, então situado na Vila Britânia.

A Igreja Católica de Campos do Jordão existe desde 18 de fevereiro de 1925. A Ordem dos Frades Menores - O.F.M. esteve à frente das Igrejas Católicas de Campos do Jordão desde o ano de 1937 até 1990. A partir de 1990 até esta data, está à frente das Igrejas Católicas da cidade a Sociedade Joseleitos de Cristo - SJC.

Fora no mês de julho do ano de 1940, em Campos do Jordão, estância climática do Estado de São Paulo.

Escrevíamos então, em pleno inverno, quando aqui são abundantes as geadas, estas despretensiosas linhas, a 1.600 metros sobre o nível do mar.

Desembarcando dos carros da Estrada de Ferro Central do Brasil, na estação de Pindamonhangaba, onde o barômetro marca 552 metros de altitude, pode-se fazer baldeação para a estrada de ferro elétrica de Campos do Jordão, estância climática por excelência, de fama nacional.

Até então, não conhecíamos esta importante cidade climática na Serra da Mantiqueira, do Estado de São Paulo, que, em certas épocas, hospeda milhares de pessoas, fracas de pulmões, distribuídas e abrigadas nos vários e luxuosos sanatórios, pensões e residências particulares.

Partindo de Pindamonhangaba, o trem começa a subir a Serra da Mantiqueira, em inúmeras curvas caracolando montanha acima.

Panoramas esplêndidos, soberbos, pitorescos, descortinam-se à vista encantada. Lá ao longe despontando no meio da serrania e das anfractuosidades, ergue-se, imponente e majestosa, a Pedra do Baú, penhasco colossal que possui formas de um baú.

Serpenteando através da serra, oferecendo ao viandante os mais variados aspectos e as mais empolgadas paisagens, o bonde elétrico, de classe única, alcança o alto da serra, marcando o barômetro a altura de 1.743 metros sobre o nível do mar.

O ar aqui é leve, puro, penetra até às últimas camadas dos pulmões, motivos porque Campos do Jordão é altamente freqüentada por pessoas, de qualquer modo afetadas dos pulmões, que aqui nestas alturas benfazejas, são tonificadas, restabelecidas, curadas de eventuais moléstias pulmonares.

Viemos a estas simpáticas alturas, não tanto para fortificar os pulmões do corpo, mas para estimular a alma atender, com mais ânimo, para as alturas espirituais.

Ninguém diga que, nesta lufa-lufa da agitação moderna, nesta azáfama de atividades estupendas e febris, nesta tempestade de negócios e afazeres, ninguém afirme que, retirar-se do bulício do mundo por oito dias completos, seja um acontecimento imprudente, que resulte em plena perda de tempo.

Hoje em dia, mais do que nunca, serão necessários os retiros reclusos.

Nos tempos das locomotivas gigantescas, dos transatlânticos luxuosos, do telefone automático, do telégrafo sem fio, dos aviões, do rádio, das aeronaves e da televisão, o homem, em sua vaidade inconcebível, julga-se grande, independente de Deus. Presentemente urge que o homem se humilhe, se aniquile, se esforce perante o Altíssimo.

Para isso, nada mais proveitoso que a solidão, que o retiro, onde Deus fala ao mortal e o homem a Deus.

Para falar com o Criador e para que o Criador falasse com ele, o exímio legislador da Antiga Lei, Moisés, galgou as montanhas do Sinai e do Nebo.

Da mesma maneira o grande profeta Elias procurou a solidão dos montes Carmelo e Heré.

Dá-se o nome de Campos do Jordão a uma extensa série de lombas nos altos da Serra da Mantiqueira, há uns 200 km a nordeste da capital do Estado de São Paulo. Em sua maioria, as lombas são cobertas de ervas rasteiras, inferiores para boa pastagem, e de matas, em que abundam os pinheiros que vegetam, sobretudo pelos vales e pelas encostas.

A altitude oscila entre 1.500 a 2.000 metros. O clima é muito bom, de invariabilidade térmica, de pouca nebulosidade cerração, de muito sol sem calor asfixiante, fresco e frio sem umidade. O ar puríssimo, limpa os pulmões, tonifica a saúde, dilata a energia, motivo esse porque Campos do Jordão está sendo altamente procurado pelos que sofrem dos brônquios e por veranistas, os quais, fugindo às canículas de outros lugares, vêm aqui gozar, no verão, uma das melhores temperaturas do Brasil.

No inverno, sob um céu diáfano, caem densas geadas que bem se assemelham à nevada, cobrindo com seu lençol branco os outeiros e as chapadas.

No outono, despregam-se todas as folhas das macieiras, dos pessegueiros, das pereiras que, na primavera renascem em florações esplêndidas e vistosas.

Espalhada pelos vales, pelas quebradas da serrania, pelas vilas, pelos sítios e pequenas fazendas, a paróquia abrange quinze mil almas, aproximadamente.

Foi em princípios de 1700 que Gaspar Vaz o primeiro povoador destas terras, partindo da vila Pindamonhangaba, hoje importante estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, abriu uma picada Mantiqueira acima.

Em 1760, Inácio Caetano organizou a primeira fazenda nestas alturas. Em 1825, o brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão adquiriu pela quantia de dez mil cruzeiros as vastas propriedades denominadas “Bom Sucesso” e “São Miguel”. Daí por diante, os campos do jordão começaram a passar ao domínio de diversos donos.

Antes de praticar milagres, Cristo demandou o retiro do deserto e dos altos cimos.

O preclaro abade São Bento tinha predileção pelo monte Subásio, na Itália. O patriarca São Francisco de Assis recebeu a impressão das cinco chagas, no descalvado Monte Alverne, na Toscânia, Itália.

A solidão sempre foi benfazeja ! Os retiros espirituais são necessários ao homem, como o ar puro das montanhas é útil a pulmões fracos ou doentes.

Dá-se o nome de “Campos do Jordão” a uma extensa série de lombas da Serra da Mantiqueira, há uns 200 km a nordeste da capital do Estado de São Paulo. Em sua maioria, as lombas são cobertas de ervas rasteiras, inferiores para boa pastagem, e de matas em que abundam os pinheiros que vegetam sobretudo pelos vales e pelas encostas.

A altitude oscila entre 1.500 a 2.000 metros. O clima é muito bom, de invariabilidade térmica, de pouca nebulosidade e cerração, de muito sol sem calor asfixiante, fresco e frio sem umidade. O ar puríssimo, limpa os pulmões, tonifica a saúde, dilata a energia, motivo esse porque Campos do Jordão está sendo altamente procurado pelos que sofrem dos brônquios e por veranistas, os quais, fugindo à canícula de outros lugares, vêm aqui gozar, no verão, uma das melhores temperaturas do Brasil.

No inverno, sob um céu diáfano, caem densas geadas que bem se assemelham à nevada, cobrindo com seu lençol branco os outeiros e as chapadas.

No outono, despregam-se todas as folhas das macieiras, dos pessegueiros, das pereiras que, na primavera, renascem em florações esplêndidas e vistosas.

Espalhada pelos vales, pelas quebradas da serrania, pelas vilas, pelos sítios e pequenas fazendas, a paróquia abrange quinze mil almas, aproximadamente.

Foi nos princípios de 1700 que Gaspar Vaz, o primeiro povoador destas terras, partindo da vila Pindamonhangaba, hoje importante estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, abriu uma picada Mantiqueira acima.

Em 1760, Inácio Caetano organizou a primeira fazenda nestas alturas. Em 1825, o brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão adquiriu pela quantia de dez mil cruzeiros as vastas propriedades denominadas “Bom Sucesso e “São Miguel”. Daí por diante, os campos do jordão começaram a passar ao domínio de diversos donos.

Um destes, já então convencido das qualidades terapêuticas em alto grau deste clima, abriu, em 1870, uma casa para doentes dos pulmões, o que proporcionou a origem de verdadeiros sanatórios, amplos e arejados, que, hoje numerosos e modernos, honram sumamente os afamados Campos do Jordão, estação climatérica de combate à tuberculose. De um pico da alcantilada cordilheira, a dois mil metros de altitude, distante dois quilômetros da igreja matriz, píncaro esse em que está situado um luxuosos palácio de veraneio governamental, descortinando-se o magnífico, empolgante e arrebatador panorama, avistando-se dali vários sanatórios encravados nas montanhas, bem como alguns castelos, construídos nos pináculos dos montes por grandes capitalistas ou por abastados veranistas.

A freguesia de Campos do Jordão está entregue aos cuidados dos Padres Franciscanos que exercem a cura das almas na extensa paróquia, e, entre tuberculosos, abrigados em sanatórios, em pensões e em casas avulsas.

Muitos doentes, mediante a assistência religiosa, feridos pela graça divina, encontram aqui suave e misterioso caminho para Deus, como belamente canta, por exemplo, Ari de Andrade em uma de suas baladas que damos em resumo por ser comprida:

Campos do Jordão! Campos do Jordão!
Porto seguro de naus apavoradas,
De anseios moribundos, de tantos corações.
Campos do Jordão, cheio de Luz,
Campos do Jordão, onde encontrei Jesus.
O Jesus que eu havia perdido
Pelos caminhos da minha dor.
O Jesus que me apareceu um dia
No sorriso bom, no sorriso luminoso,
De um irmão de São Francisco de Assis.
O Jesus que leniu meu sofrimento,
Que adoçou minha agonia.
Este Jesus que ficou comigo,
Para a vida e para a morte!...


Houve quem dissesse: o progresso material e espiritual de Campos do Jordão, em grande parte é devido aos Franciscanos.

De fato: Em Campos do Jordão, os nossos padres estão levando a bom termo a construção de três novos templos: a Matriz que está recebendo os últimos retoque; as igrejas dos bairro de Capivari e Jaguaribe, já cobertas e em uso.

Além disso, dedicam-se ao serviço religioso na extensa paróquia, nos numerosos sanatórios, nas várias capelanias e nas múltiplas obras sociais.

Tudo isso, em conjunto, representa movimento espiritual e material, contribuindo razoavelmente para o progresso desta freguesia. Nosso Convento passou ultimamente por diversos melhoramentos. Sob a direção e orientação prática do padre Definidor e Superior Frei Protásio Keeve, deu-se a residência nova pintura; renovaram-se as instalações elétricas e introduziram-se outras reformas, úteis e necessárias.

Encontrando-se nesta casa a título de descanso, Frei Caetano Prade aproveitou as horas de lazer para construir em frente à capela conventual uma pequena mas vistosa gruta de Lourdes. Frei Caetano Prade faleceu a 24.VI.1953 em Guaratinguetá e está enterrado no seminário “Frei Galvão” de Guará- SP. O guardião do convento do Pari, Capital de S.Paulo, Frei Graciano Stute, incumbiu-se da generosa oferta das duas respectivas imagens.

Após a Missa e procissão de 17 de agosto de 1947, foram solenemente benzidas as imagens e colocadas na mimosa gruta, fazendo discurso alusivo ao ato o sacerdote redentorista P. Vitor Coelho, o qual salientou ao mesmo tempo a benéfica atividade dos filhos de São Francisco em Campos do Jordão. Enaltece Campos do Jordão o poeta Célio de Oliveira Elias:

És sorriso, és vida, és luz
Em teu seio majestoso
Tudo é gozo, é tentação, tudo seduz.


Tuas manhãs, são sempre claras e perfumadas,
Teus dias lindos são repletos de fulgor
E, tuas noites são poemas dulçurosos
Tua dor nos fala de carinho e amor.


Em Campos do Jordão, as aves quando cantam,
Com muita alegria todos se levantam
E as belezas desta solidão
Vêm todas coroar-te, ó Campos do Jordão.


Aqui há auroras com fulgores,
Crepúsculos dormentes,
Noites de belos sonhos e de astros fulgentes,
E um céu que mostra numa bela pintura,
O rosto de Deus Onipotente sorrindo a nós criaturas.
Vinde todos se deliciar desta grande visão
No horizonte magnífico de Campos do Jordão!...

OBS: Publicado em três capítulos nos dias 13/11/1955, 20/11/1955 e 27/11/1955, no Jornal “A Cidade de Campos do Jordão” - Diretor Responsável: O saudoso Joaquim Corrêa Cintra.

12/11/1955

 

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www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=225

 

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