Campos do Jordão - Elisa Barreto
Campos do Jordão - Vila Capivari
Eu sempre procurei o Paraíso,
Nas descrições da Bíblia, nos poemas, nos livros,
Nas fazendas, nas cidades, nos campos, nos jardins,
Mas não achei.
Busquei-o dentro de mim, na realidade, nos sonhos,
No delírio, na incerteza, na certeza, no céu,
Na atmosfera, e concluí que tudo era quimera,
Imagem, ilusão do ser humano,
Crendo num sonho que não existiu.
Vi muitas coisas lindas, maravilhosas,
Lugares quais presépios encantados,
Recantos expressivos, magistrais.
Enchi meus olhos de atrações, de riso,
Mas não era, por certo, o Paraíso.
Faltava o toque mágico, a extensão
Que liga a terra ao céu - o alumbramento
Que tange as almas com gentil condão.
Mas hoje eu grito à terra e ao firmamento:
Senhor! Bendito seja este momento,
Exato, vivo, autêntico, preciso!
Eu encontrei, agora, o Paraíso!
Ei-lo em meus olhos, em meu coração,
Em cujo éter a alma inteira inundo.
Glória da terra, panteão do mundo!
O Paraíso é Campos do Jordão.
Poema da autoria da poeta brasileira Elisa Barreto (São Paulo 28/abril/1919 - São Paulo 25/outubro/2005)
25/01/2005
Acesse
esta crônica diretamente pelo endereço:
www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=194
|