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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Depoimentos verídicos, quase inacreditáveis - II - Aconteceu no Tênis Clube 


Depoimentos verídicos, quase inacreditáveis - II - Aconteceu no Tênis Clube

Imagem do saudoso Plínio Campello.

 

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Há certas coisas que acontecem em nossas vidas que nos deixam perplexos, impressionados e até assustados depois que as verdades dos fatos, naturalmente, acabam vindo, de alguma maneira e, rapidamente, ao nosso encontro. Normalmente, pela clareza, naturalidade e forma inesperada como acontecem, acabam, na sequência, nos deixando em grandes dúvidas que nos obrigam a perguntar: o acontecido tem algo com fenômeno sobrenatural?

Pois é. Vou relatar, abaixo, um caso acontecido com um amigo fiel, sério e, principalmente, honesto, que jamais iria faltar com a verdade ou inventar essas histórias.

Esta história chegou ao meu conhecimento da seguinte maneira:

Esse amigo, durante os anos de 1999 a 2003, trabalhou no nosso histórico e maravilhoso Campos do Jordão Tênis Clube de Turismo, fundado no dia 01 de janeiro de 1933. Contou-me que, em determinada oportunidade, no final de uma noite de final de ano, depois da tradicional ceia de “Réveillon”, já por volta das quatro horas da manhã, somente ele e um vigilante que ali permaneceria estavam no interior do clube. Não havia mais ninguém. Em determinado momento, esse vigilante entrou na cozinha do clube, que fica próxima ao bar e ao antigo salão, antigamente utilizado pela saudosa e inesquecível boate, atualmente uma academia de ginástica “fitness”. Esse amigo havia ficado no salão principal. Como o vigilante não voltava da cozinha, resolveu ir até lá para ver o que estava acontecendo. No trajeto, chamou o vigilante pelo nome e até disse um palavrão. Olhando para o lado direito, sentido salão da boate, ficou envergonhado ao ver que, quase encostado na coluna de pedra ainda existente, viu um senhor segurando no encosto de uma das tradicionais cadeiras de encosto e assento de palha trançada. Ficou tão envergonhado que entrou direto na cozinha. Encontrando o vigilante, mantiveram o seguinte diálogo: ”Que vergonha. Falei um palavrão e nem percebi que ainda tinha um sócio no clube”. O vigilante imediatamente retrucou: “Você deve estar enganado. Vistoriei todo o clube antes de fechar as portas e não havia mais ninguém”. Esse amigo questionou: “Você deve estar enganado. Ali no salão ao lado ainda tem um senhor”. Os dois saíram da cozinha e, olhando para o local onde o amigo havia visto o tal senhor, não viram ou encontraram pessoa alguma.

O vigilante então perguntou: “Como era a pessoa que você viu?” Após esse amigo responder que era um senhor alto, forte, de cabelos e bigode brancos, grandes óculos, camisa xadrez, com as mangas dobradas próximo aos pulsos, o vigilante disse: “Pela sua descrição, não tenho dúvida, a pessoa que você viu é o Seu Plínio Campello”. O amigo que nunca havia ouvido falar nesse nome, perguntou: “Mas quem é esse senhor?” O vigilante explicou: “O Seu Plínio Campello foi um presidente do Clube, porém já falecido há muitos anos”. O amigo respondeu: “Não pode ser. Isso é impossível!” O vigilante disse então: “Amanhã ou depois, peça para o secretário mostrar para você uma fotografia dele, assim poderá ver se é a mesma pessoa”. Uns dois dias depois, esse amigo pediu ao secretário para lhe mostrar uma fotografia do saudoso presidente Plínio Campello. Ao ver a fotografia até sentou na primeira cadeira que encontrou e, realmente, ficou surpreso e até assustado. Era exatamente a mesma pessoa que havia visto naquela ocasião.

O tradicional, histórico e conhecido Campello, como gostava de ser chamado por todos, inclusive pelas crianças, foi presidente do Tênis Clube por quase três décadas. Era conhecido e admirado por todos jordanenses e pelos sócios do clube, inclusive por aqueles que residiam fora de Campos do Jordão, que somente frequentavam a cidade em finais de semana ou em períodos de férias escolares, durante os meses de janeiro e fevereiro e julho.

Plínio Freire de Sá Campello foi um apaixonado por Campos do Jordão e pelo Tênis Clube. Durante o tempo em que foi presidente, desde 1963 até final da década de 1980, sempre que podia estava no clube. Foi ele quem acrescentou ao nome do clube o Turismo, numa época em que tentou construir uma nova e moderna sede, época em que foi construída a piscina e novas quadras de tênis. Campello foi o autor e idealizador das frases utilizadas para valorizar e divulgar Campos do Jordão: “Campos do Jordão, a 1.700 metros acima das preocupações”; “Campos do Jordão, Estágio de Campeões”, para divulgar o Estágio da Seleção Brasileira de Futebol, quando da concentração para treinamentos para participar da Copa do Mundo de 1962, no Chile, onde se sagrou bicampeã mundial de futebol; “Campos do Jordão, onde sempre é Estação” e “Campos do Jordão, A montanha Magnífica”. Também é da autoria do Campello o nome do tradicional bairro “Recanto Feliz” que, anteriormente, era conhecido como Abissínia.

Finalizando, podemos dizer que fatos semelhantes ocorrem constantemente em várias situações e lugares do mundo. Para os mais leigos não podem ser encarados como fatos verídicos; para os espiritualistas, especialmente para aqueles seguidores do influente educador, autor e tradutor francês, Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 03/10/1804 – Paris, 31/03/1869) que, com o pseudônimo de Allan Kardec, foi o codificador do Espiritismo – também denominado Doutrina Espírita –, neologismo por ele criado; são fatos que, comumente, podem acontecer em qualquer lugar, instante e de maneira imprevisível, mas absolutamente reais e verdadeiros.

Edmundo Ferreira da Rocha

24/02/2015

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=183

 

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