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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Estância de repouso e de romantismo? 


Estância de repouso e de romantismo?

Vgila Capivari - ano 2014, início de noite.

 

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O jornal “Folha de São Paulo”, na edição de junho de 2005, fez uma pesquisa na cidade de São Paulo, ouvindo 426 pessoas entre 16 e 41 anos de idade ou mais, sobre os destinos preferidos pelos paulistanos para se divertir, relaxar, aprender línguas, fazer compras, conhecer outras culturas e fazer uma viagem romântica.

O resultado foi surpreendente. A cidade escolhida, em primeiro lugar, para relaxar foi Campos do Jordão, seguida de Salvador e Fortaleza, pela ordem.

No quesito, “Fazer uma viagem romântica”, a Estância ficou em terceiro lugar. Em primeiro, os paulistanos escolheram Veneza na Itália e, em segundo lugar, a cidade de Paris.

A pesquisa traz à baila a questão da nossa identidade, ou seja, Campos do Jordão deseja ser uma estação de repouso ou uma estância da badalada agitação?

Independentemente de ser uma coisa ou outra, a Estância é uma cidade romântica que atrai os jovens (de todas as idades) e que aqui, um dia, iniciaram uma relação amorosa (que deu certo ou não), ou que noivaram e se casaram em outras cidades. Mas tudo começou aqui.

As características climáticas, naturais e ambientais incentivaram a aproximação das pessoas, desenvolvendo o crescimento das relações de afetividade amorosa.

Ora, são as manhãs lindíssimas e claras, ora as tarde de contemplação bafejadas pelo clima ameno, sem se falar das noites deslumbrantes e das madrugadas frias, mas aconchegantes.

O relacionamento cercado por uma natureza exuberante excita o amor e o lirismo.

Basta relacionar as dezenas de poemas dedicadas à terra jordanense por poetas de todos os níveis.

Somente nós, os jordanenses, não o percebemos, afogados na lida diária da sobrevivência, que não nos permite olhar ao derredor.

O nosso olhar acostumou-se à paisagem.

Pois, não foi aqui que, um dia, Roberto Carlos iniciou o romance com sua bela e falecida esposa nas dependências do Grande Hotel?

Não foi aqui que, no passado, a bela Mariinha, filha do Governador Adhemar de Barros, iniciou o romance que culminou no casamento com o promotor público da cidade, Manoel de Figueiredo Ferraz?

Agora, está virando moda, pessoas não residentes na cidade, virem celebrar as núpcias na terra jordanense. Por quê? É o clima romântico e onírico da Estância que os envolve e pereniza a cerimônia.

Mesmo ficando em terceiro lugar na pesquisa da “Folha”, perdendo apenas para Veneza e Paris, como cidade de romantismo, na escolha dos paulistanos, Campos do Jordão confirma o seu passado e presente. Tudo aqui respira e exala romantismo. A pesquisa foi a comprovação de uma verdade sabida e pouco festejada.

Não menos verdadeira foi a escolha dos paulistanos ao considerar Campos do Jordão como cidade de repouso, em primeiro lugar, seguida das cidades de Salvador e Fortaleza, pela ordem.

Desde o Ciclo da Cura, quando éramos estação de tratamento de doenças pulmonares, a cidade sempre foi um lugar aconchegante de repouso e de paz, característica que não abandonou com o advento do Ciclo do Turismo. É que turismo e repouso são irmãos siameses, nascem unidos um ao outro, exceção feita somente nos meses de julho, durante a temporada de inverno, quando a Estância é estremecida pela frenética badalação de eventos que atrai a juventude, sequiosa de prazer e descontração.

Fomos, somos e seremos uma estância de repouso, feita a exceção invernal.

É a vocação natural de Campos do Jordão, a sua identidade consolidada e o seu DNA.

O título desta crônica não é uma interrogação. É uma afirmação.

Pedro Paulo Filho

20/05/2012

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=180

 

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