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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Lenda das moedas de ouro 


Lenda das moedas de ouro

Lindos pinheiros e moedas de ouro lembrando a lenda aqui descrita.

 

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Minha amiga Alzira Rosa de Godoy, de tradicional família jordanense, contou-me mais uma lenda de Campos do Jordão.

O fato ocorreu há muito tempo na Fazendo do Retiro, atualmente Parque Estadual de Campos do Jordão. Alguns afirmam que aconteceu mesmo. Outros, dizem que é lenda.

Conta-se que um tal Sebastião Rodrigues conseguiu juntar grande quantidade de moedas de ouro, mas não tinha onde guardá-las. Com receio de mantê-las em casa, resolveu caminhar no meio da floresta de pinheiros, em busca de uma bela araucária.

Achou-a. O pinheiro escolhido fazia parte de um conjunto de árvores frondosas, com abundante vegetação ao redor, formando uma mata fechada. O guardador de moedas cavou em seu tronco um buraco retangular, em forma de gaveta, e no seu interior depositou um punhado de moedas de ouro. Com a casca da árvore, caprichosamente, fez uma cruz, tampando a gaveta da visão de qualquer pessoa.

Estava, enfim, escondida a sua fortuna! Bem escondidinha, ninguém poderia imaginar que no interior do tronco daquela araucária havia um tesouro. Passaram-se os anos, e um dia o velho Sebastião resolveu localizar o rico pinheiro. Entretanto, a mata havia crescido e as araucárias eram tantas, umas iguaizinhas às outras, que o guardador de moedas se desesperou, não conseguindo localizar mais o pinheiro, em cujo troco havia uma gaveta com moedas de ouro.

Mas, não desacorçoou, todos os dias apalpava as araucárias, uma a uma, durante semanas, meses e anos, infrutiferamente.

Tão grande foi o seu desespero que acabou se enlouquecendo; já não comia, nem dormia, caminhando sempre nos mesmos lugares no meio da mata, apalpando pinheiro por pinheiro.

Completamente perturbado, enfraquecido de inanição e doente da cabeça, foi definhando, definhando, de tanto perambular dias e noites pelos pinheirais.

O velho guardador de moedas acabou falecendo.

Muitos anos depois, na Fazenda do Retiro iniciou-se uma grande derrubada de pinheiros, cuja madeira era transformada em tábuas aparelhadas para a construção civil.

Os pinheiros gigantescos eram tombados e serrados manualmente. De cada tronco, extraía-se por volta de 50 tábuas, tal era o diâmetro das enormes árvores. Certa manhã, muito fria, coberta de geada, os serradores iniciaram o corte daqueles colossais pinheiros, quando, de repente, desabou sobre a cabeça de um deles uma chuva de moedas de ouro. Houve uma gritaria infernal e um grande espanto de todos. Um dos serradores, mais antigo do lugar, gritou: “As moedas do Tião Rodrigues!”

Mas, o patrão dos trabalhadores mandou que ele se calasse e proibiu que os serradores dessem com a língua nos dentes. A descoberta tinha de ficar guardada em perpétuo silêncio. O patrão ficou com todas as moedas de ouro e, de remediado, transformou-se num homem rico, deixando os seus herdeiros todos bem de vida. Enquanto isso, os herdeiros de Sebastião Rodrigues chegaram até a passar fome. Depois dessa descoberta singular, foi proibido o corte de pinheiros na Fazenda do Retiro.

Moral da história: “Será que vale a pena passar por tantas privações, amealhando moedas de ouro, para depois ter um fim trágico e deixar os filhos na miséria?”

Pedro Paulo Filho

20/05/2008

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=212

 

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