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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

O Pinheiro - Uma árvore forte, porém fraca. 


O Pinheiro - Uma árvore forte, porém fraca.

O saudoso Engenheiro Agrônomo da nossa Casa da Agricultura de Campos do Jordão - Dr. Shizuto José Murayama

 

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Um maravilhoso pinheiro saudável embelezando nossa paisagem.

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Infelizmente, um pinheiro morto pelo aterramento de sua base.

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Mais uma vítima do aterramento da base. Até pouco tempo estava na avenida, embelezando o acesso secundário da Estação Rodoviária. Depois de morto já foi até eliminado do local.

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QUINTAIS & GRAMADOS

ENG.º AGRÔNOMO S. J. MURAYAMA

Este artigo importante deve ser lembrado, constantemente, ao povo de Campos do Jordão. Ele foi escrito há mais de quarenta anos pelo saudoso e grande Engenheiro Agrônomo da nossa Casa da Agricultura Dr. Shizuto José Murayama, o criador e incentivador das "Festas Nacionais da Maçã", aqui realizadas durante a década de 1950. Seus valiosos ensinamentos esclarecem o motivo e a causa responsável pela morte de muitos de nossos pinheiros de Campos do Jordão. Eles, muitas vezes, não morrem por motivos ignorados ou por mero desconhecimento de quem deve preservá-los ou trabalha próximo a eles. Muito pior, morrem por motivos covardemente provocados, visando eliminá-los por algum motivo de interesse.

UMA ÁRVORE FORTE, PORÉM FRACA

Um gigantesco pinheiro brasileiro, de mais de cem anos de idade, impressiona por sua fortaleza, seu fantástico porte e altaneira formosura. Cresce em todas as latitudes: nas serranias, no alto plano, nos grotões, nas várzeas, indiferente à qualidade do clima, do solo. É majestoso, é impressionante no seu porte, no seu tamanho, na beleza.

O pinheiro brasileiro (araucária angustifólia) erroneamente chamado de pinheiro paranaense, era conhecido como araucária brasiliensis, porque existe somente no Brasil.

Pois bem. O pinheiro é tão frágil como um bebê recém-nascido. Basta que se cavoque um palmo em redor do seu tronco, para que morra. Basta que se coloque um palmo de terra ao redor do seu tronco e ele fenece. Basta que se encharque demais o tronco e ele morrerá em seguida. Se tudo correr normalmente, ele viverá cem, duzentos anos. Morrerá de velhice, se nada acontecer no seu tronco. O pinheiro bravo, o pinus elliotti, o eucalipto, não tem a sensibilidade da araucária; sofre mutações incríveis e não morre.

O pinheiro brasileiro começa a produzir pinha apenas quando tem mais de 15 anos (pinheiro feminino). Para produzir pinha e, portanto, pinhões, é preciso existir nas proximidades um pinheiro macho. Aparentemente, fora a presença das pinhas, não há nenhuma diferença entre macho e fêmea. Só a partir de dezembro a araucária fêmea apresenta as bolas de pinha, em meio à sua folhagem. O macho não.

O espaçamento entre plantas é de 5 a 8 metros. É melhor plantar com mudas do que com sementes. Estas, colocadas 2 ou 3 em cada cova, sofrem ataques de serelepes ou de ratos que, às vezes, comem todas as da mesma cova, desfalcando a área. Plantação com mudas é, pois, o mais certo.

Mesmo que o reflorestamento com araucárias seja artificial, uma vez implantado, o governo acha que é uma araucária natural, proibindo o seu corte.

Como o tamanho comercial leva mais de 50 anos para ser conseguido, ninguém planta araucária para exploração industrial. Só mesmo plantando eucalipto (madeira dura), pinus chileno (madeira mole) e kiri (madeira mole).

05/05/1987

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=137

 

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