Os Modernistas em Campos do Jordão
Composição - Os Modernistas-Campos do Jordão.
Desnecessário dizer a vocês, meus caros amigos, que o Modernismo foi um movimento de vanguarda, uma ruptura com toda concepção artística que a precedeu, inaugurando novos métodos de criação artística em contraposição com as normas de composição vigentes até então, e em defesa da total liberdade de criação nacional.
No Brasil, os modernistas travaram uma verdadeira luta para impor a sua revolução.
Tudo começou com a Semana de Arte Moderna de 1.922, que durou 3 dias, mas nunca tão pouco tempo abalou tanto a arte brasileira.
Apadrinhados pelo pré-modernista Graça Aranha, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1.922, os jovens paulistanos se apresentaram em conjunto no Teatro Municipal de São Paulo.
A recepção da Semana não foi tranqüila, pois a ousadia dos modernistas irritou o público.
Bem, mas este não é o assunto da nossa conversa – que vocês já sabem de cor e salteado – mas sim os Modernistas em Campos do Jordão.
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Para não cansá-los, vamos cuidar de um a um.
Comecemos com o poeta Menotti Del Picchia, da Academia Brasileira de Letras, já falecido, que, em 1950, veio retemperar as suas energias no Grande Hotel, no edifício dos tempos passados.
Daqui, ele escreveu para o jornal “A Gazeta” de São Paulo, contando coisas da nossa “Montanha Magnífica”.
Relembrou Paulo Setúbal, que n’alguma casa pitoresca de Vila Capivari, escreveu as páginas comovidas de “Confiteor”, seu livro de memórias.
Menotti Del Picchia evocou “neste pedaço de céu caído na terra, a inspiração da estrada torcicolada, grimpando as montanhas, cujas lombas lembram enormes seios verdes, seios generosos de onde mama, murmura a pura água das fontes e a festiva percussão dos pinheiros (...) As árvores naturais, com os velhos troncos cheios de musgos, lembram os desenhos de Gustave Doré, quando dava às plantas a forma de membros humanos, membros convulsos de criaturas torturadas”.
Depois de Menotti Del Picchia visitou a Pedra do Baú, a imensa laje que se escala esportivamente, foi à Vila Inglesa, dizendo que era um deslumbramento que se seguia a outro delumbramento.
Visitou o Sanatório São Vicente de Paulo, do Padre Vita, dizendo: “O padre é magro, ágil, é testarudo e pouco loquaz”; e mais adiante: “E quando eu passava em revista a fila da criançada, observava o orgulho taciturno do padre Vita. Esse orgulho talvez seja o seu único pecado. Mas será pecado amar assim, com tanto amor, as criancinhas neste triste e tremendo mundo de Deus?”
Menotti Del Picchia perguntou ao padre o que ele precisava e ouviu a resposta: “Preciso de lençóis para as minhas criancinhas!”
E Menotti desabafou: “No Grande Hotel, onde estou, há granfinos de toda a classe; parvenus do câmbio-negro, industriais de super-lucros, comerciantes que deram na praça o tiro da manipulação do mercado. Quando faz frio, suas esposas tem peles que custam fortunas. Eu mesmo ando agasalhado como um príncipe. Se formos dormir, além de dois macios e quentes cobertores de lã e da “chauffage” geral do Grande Hotel, temos às mãos edredons felpudos de pelo de camelo e de vicunha. E aquelas crianças?” perguntou o poeta.
Menotti Del Picchia foi um dos cardeais do Modernismo, com a publicação de inúmeras obras, dentre as quais, pessoalmente, destaco “Juca Mulato”.
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Agora vamos falar um pouco de Plínio Salgado, filho de São Bento do Sapucaí e que passou longo tempo na cidade.
Escreveu-me sua filha Maria Amélia Salgado Loureiro: “Meu pai, Plínio Salgado, durante todo o tempo em que Loureiro Jr., meu marido, e eu, tivemos casa em Campos do Jordão, passava longas temporadas conosco.
Apreciava a quietude do Vale Feliz, em Descansópolis, onde escrevia artigos para o “Diário de São Paulo”, revisava os livros seus e podia ler com tranqüilidade, longe do tumulto de São Paulo e Brasília. Gostava de paisagem local e não dispensava os passeios pelos arredores, subindo montanhas para assistir o por-do-sol, vadeando riachos, embrenhando-se por trilhas.
Permeando o nosso jardim, o rio Sapucaí-Guaçu despencava rapidamente suas águas cristalinas em pequenas corredeiras borbulhantes.
Inspirando-se nesse tropel galopeado, meu pai compôs a quadra:
“Por que foges tão depressa?
Por que corres de mim?
Eu tenho encontro marcado
Com o Sapucaí-Mirim!”
E datou: Campos do Jordão, 22 de janeiro de 1.959.
Certa vez, como agrimensor, foi contratado para medir algumas terras em Campos do Jordão
O sol era intenso, o mato espesso, o picão agarrava-se às calças, os cipós enrodilhavam-se nas pernas.
De repente, encontrou um pepinal. Largou tudo e correu para lá, descascando os pepinos com o canivete e comendo-os, avidamente, para aplacar a sede.
Súbito, apareceu o dono da plantação: “Fora!, seu ladrão ordinário!”
Foi um custo Plínio Salgado convencer o lavrador que estava morrendo de sede ...
Agora, quero abordar a figura de Sérgio Milliet, que foi um dos maiores críticos de artes literárias e plásticas de São Paulo, além de escritor.
Teve a infelicidade de perder um filho em Campos do Jordão, o poeta Paulo Sérgio, de grande sensibilidade, vítima de tuberculose.
Sérgio Milliet foi um dos figurantes da Semana de Arte Moderna de 1.922.
Em dezembro de 1.949, esteve em nossa cidade durante a realização da I Convenção Nacional de Escritores, quando pertencia à Associação Brasileira de Escritores. Ao seu lado, estavam Caio Prado Jr., Rossini Camargo Guarnieri, Jamil Almansur Haddad, Mário Neme e Antonio D’Elia, todos escritores.
Já na década de 40 escrevia: “A cada nova excursão a Campos do Jordão, mais admirável se apresenta aos nosso olhos o panorama ... É como um presépio grandioso, o casario de telhados pontiagudos se espalha entre colinas repetidas, em maré montante, ao infinito.
O Morro do Elefante, o Alto da Boa Vista, a Pedra do Baú, picos mais elevados e sombranceiros (. . . ) Céu de Campos do Jordão na hora fria do poente, na tardes de junho em que passa de cerúleo a verde ( . . . ) O sol destrói a cor. Em verdade, é a umidade que a apaga ao evaporar-se sob a ação do sol. Nos lugares excessivamente secos, a luminosidade se torna intensa, as cores se avivam, os contornos se tornam nítidos. É o que ocorre no Mediterrâneo. É o que ocorre em Campos do Jordão.”
Pintor bissexto, Sérgio Milliet se apaixonou pela pródiga natureza da nossa terra, tendo um de seus quadros “Paisagem de Campos do Jordão”, figurado na Coleção de Arte do Palácio Boa Vista, registrando a sua alma de artista na terra que tanto amou.
Falaremos, agora, um pouco de Guilherme de Almeida, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros” e hóspede da Vila Simonsen, da família de Roberto Simonsen, infelizmente destruída pelo fogo há alguns anos.
Guilherme de Almeida amava tanto a nossa terra que escreveu “6 Haikais para Campos do Jordão”.
“1. Campos do Jordão
Vão duas meninas
De ‘sweter’ de lã. Cheira a éter.
Ondas de colinas.
2. O Lago dos Haikais
Esvoaça a libélula
Esponja verde. Uma concha.
O lago é uma pérola.
3. Marcha Nupcial
Ventos leves bolem.
Têm lerdos gestos os cedros
Ao vôo do pólem.
4. Árvores de Outono
Na casca, a ferida
É como mercúrio cromo
A folha esquecida.
5. Presença
Hora sem ninguém
No manso ondear do balanço
De lona está alguém
6. “Puzzle”
A vida aos pedaços
Nos trilhos destes ladrilhos
Dos longos terraços.”
Haikai é a poesia japonesa de dezessete sílabas em três versos: o primeiro de cinco, o segundo de sete e o terceiro de cinco.
Encantado com a paisagem serena e com os benefícios do clima puro e saudável de Campos do Jordão, o modernista Guilherme de Almeida escreveu diversas crônicas para o “Diário de São Paulo”, em sua coluna “Ontem – Hoje – Amanhã”.
A crônica “Do Alto do Itapeva”, de 24 de fevereiro de 1.949, é um primor literário, assim como a “Descida da Serra”, de 26 de fevereiro do mesmo ano.
Em julho de 1.949, tornou a escrever “O Caminho que Desce”, descrevendo a viagem de Campos do Jordão a São Paulo.
No Hotel Rancho Alegre, em 16 de julho de 1.979, o poeta Guilherme de Almeida, foi agraciado com a Cruz da Legião de Honra, pelo Cônsul Geral da França, Robert Valeur.
A cerimônia ocorreu na “Casa do Poeta”, criada por Jacques Perroy, em Descansópolis, com o qual o poeta modernista chegou a escreveu um livro de poesias, a duas mãos.
Consideramos o mais belo poema de Guilherme de Almeida a “Segunda Canção do Peregrino”.
“Vencido, exausto, quase morto,
Cortei um galho do teu horto
E dele fiz o meu bordão.
Foi minha vista e foi meu tato:
Constantemente foi o pacto
Que fez comigo a escuridão
Pois nem fantasmas, nem torrentes,
Nem salteadores, nem serpentes
Prevaleceram no meu chão
Somente os homens que me viam
Passar sozinho, riam, riam,
Riam, não sei por que razão
Mas certa vez, parei um pouco
E ouvi gritar: “Aí vem o louco
Que leva uma árvore na mão!
E erguendo o olhar, vi folhas, flores,
Pássaros, frutos, luzes, cores . . .
Tinha florido o meu bordão.”
Abordaremos, agora, o poeta modernista Manuel Bandeira, o “Poeta de Pasargada”.
Adamo Pasquareli contou-nos que nos idos dos anos 40, adentrando a tradicional e desativada Confeitaria Elite, ali se deparou com Manuel Bandeira conversando com o jornalista Otávio Bittencourt.
O poeta sofria de tuberculose pulmonar e em seu livro “Poesia Completa e Prosa”, confirma que “um dia, em Campos do Jordão, há mais de vinte anos, Ribeiro Couto que me hospedava, teve de viajar para São Bento do Sapucaí, e eu fiquei sozinho na casa triste da rua do Sapo, onde, para matar o tempo, comecei a escrever um conto de sabor regionalista. Escrevi umas três páginas.”
Na verdade, Manuel Bandeira preferiu os sanatórios suíços aos jordanenses.
A rua do Sapo é a atual rua João Rodrigues da Silva que se situa ao lado do novo Supermercado “Para Todos”.
O escritor Paulo Dantas que se curou em nossa cidade, manteve correspondência com Manuel Bandeira. Em uma das cartas, o poeta modernista escreveu que Campos do Jordão “era a Suíça sem neve, onde os pinheiros da melancolia boxam com luvas de cem onças no ar”.
Agora, uma palavra sobre o poeta Ribeiro Couto, que faleceu como embaixador do Brasil na Iugoslávia.
Em virtude da vida boêmia como jornalista, foi acometido de tuberculose pulmonar em 1.922, refugiando-se em Campos do Jordão. Curado, foi delegado de Polícia em São Bento do Sapucaí, em1923, em Cunha em 1924 e depois promotor público em São José do Barreiro em 1924, e em Pouso Alegre, em 1926.
Seu biógrafo Milton Teixeira escreveu que “Chalé da Montanha” foi escrito na “Montanha Magnífica” em 1922/23. Aqui também iniciou os poemas de “Canções de Amor”, em 1922.
Ruy Ribeiro Couto tem vários poemas sobre Campos do Jordão, como “Primavera de Campos do Jordão”, “Geada no Capivari”, “Noturno da Vila Abernéssia” e “Canção de Campos do Jordão”, onde verseja:
“Perdi o amor. Estou sozinho.
Mas, meu Deus, ainda sou criança . . .
Bom ar de Campos do Jordão,
Bom ar, curai o meu pulmão!”
E de fato curou, abrindo-lhe uma vitoriosa carreira diplomática no Itamaraty.
Manuel Bandeira escreveu que “doente metido a ter personalidade (Ah!, não tomar meu banho frio de chuveiro, todas as manhãs, isso não! Prefiro morrer), morria mesmo. Pois Ribeiro Couto curou-se (a verdade é que com pneumatorax) passando noites em claro a jogar “poker” com uns turcos horríveis em Abernéssia, ou de resolver em punho, enfrentando como delegado de Polícia, os inimigos da ordem em São Bento do Sapucaí.”
Ruy Ribeiro Couto foi poeta modernista.
Vamos falar rapidamente sobre Mario de Andrade, o poeta do modernismo, autor de 3 poemas sobre Campos do Jordão, cuja leitura revela que ele conhecia a vida e a história da cidade.
Basta lê-los.
Moda dos Quatro Rapazes
“Nós somos quatro rapazes
Dentro duma casa vazia
Nós somos quatro amigos íntimos
Dentro de uma casa vazia
Nós somos quatro irmãos
Morando numa casa vazia
Meu Deus! Se uma saia entrasse
A casa toda se encheria!
Mas, era uma vez, quatro amigos íntimos.”
Moda do Brigadeiro
“O brigadeiro Jordão
Possui estes latifúndios
Dos quais o metro quadrado
Vale hoje uns nove mil réis,
Puxa! Que homem felizardo
O brigadeiro Jordão. . .
Tinha casa, tinha pão
Roupa lavada e engomada
E terras . . . Qual terras? Mundos
De pastos e pinherais!
Que troças em perspectivas . . .
Nem pensava em serranias
Nem fundava sanatórios
Nem gado apascentaria!
Vendia, tudo por oito
E com o bolada no bolso
Ia no Largo do Arouche
Comprar aquelas pequenas
Que moram numa pensão.
Mas não são minhas
A terras do brigadeiro Jordão . . .”
A terceira poesia de Mário de Andrade refere-se à famosa “Pensão Azul”, localizada no passado no flanco esquerdo da Igreja Matriz de Sta. Terezinha do Menino Jesus, em Vila Abernéssia.
Ei-la:
“Ah! héticas maravilhosas
Dos tempos quentes do Romantismo
Moças coradas, olhos de abismo,
Donas perversas e perigosas.
Ah! héticas perigosas,
Não vos compreendo, sois de outras eras,
Fazei depressa o pneumatorax
Mulheres de Anto e Dumas Filho!
E então seremos bem mais felizes,
Eu, sem receio de vosso brilho,
Vós sem bacilo, nem hemoptises,
Oh! héticas maravilhosas!”
Outra figura importante na pintura modernista, em Campos do Jordão, é a de José Pancetti, que aqui esteve em várias ocasiões, em 1943, 1949 e 1957. A partir de Campos do Jordão, a obra de Pancetti fica madura e a partir de 1949, as suas telas ficam cheias de sentimento.
Em 1949, a segunda permanência na terra jordanense, as suas obras ficam menos dramáticas. Todas as vezes em que esteve em nossa terra, o pintor esteve em tratamento de saúde.
Na “Montanha Magnífica”, Pancetti pintou nos anos de 1942, 1943, 1944, 1948, 1949 e 1957, reunindo dezenas de telas com temas e motivos jordanenses.
Morava numa pensão, então existente, na Av. Macedo Soares, em Vila Capivari, que pertenceu a Monteiro Lobato e depois a Geminiano Rondon Filho.
Em 1941, recebeu o “Prêmio de Viajem ao Exterior”, mas, estando gravemente enfermo, o premio foi convertido em pensão para custear o tratamento em Campos do Jordão
Embora muito feio, Pancetti foi apaixonado pela bela jovem Maria Ludovica D’Alpino, atualmente, proprietária do Hotel Terrazza.
O grande pintor modernista Lasar Segall também viveu em nossa terra, produzindo muito de sua arte pictórica. Em Campos do Jordão pintou os bois e as vacas que marcavam seus quadros.
Sua biógrafa Vera D’Horta Beccari escreveu que, em 1935, Segal conhece Campos do Jordão e cria-se entre o pintor e a natureza um entendimento emocionado que resultou numa série de trabalhos excepcionais.
Em Campos do Jordão, o pintor descobre o similar brasileiro dos campos franceses e suíços que pintara, há alguns anos, antes e alcança o auge de sua expressividade.
Segundo Mario Andrade, Segall encontrou em Campos do Jordão uma revelação da humanidade.
Os panos de fundo dos seus auto-retratos são vários, mas é a natureza de Campos do Jordão, suas montanhas e florestas que lhe oferecem o cenário mais acolhedor.
Na área da arte musical modernista, não poderia esquecer do nome da pianista Guiomar Novaes.
Segundo nossas pesquisas, encontramo-la presente no final do século XX, na Fazenda da Guarda, também presente em nossa terra durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando, com seu marido Otávio Pinto, pedia, salvo-conduto, para viajar ao Vale do Paraíba.
Na famosa Pensão Azul, em Vila Abernéssia, participou de saraus litero-musicais, com Mário de Andrade e Ribeiro Couto.
Já com idade avançada, Guiomar Novaes, apresentou-se num dos Festivais de Inverno, onde recebeu consagradora homenagem
Não se poderia falar dos modernistas que produziram a sua arte em Campos do Jordão, sem abordar a figura de um anti-modernista da maior expressão na literatura brasileira, José Bento Monteiro Lobato.
Foi ele que, em 1947, colocou-se contra o Modernismo, criticando a arte expressionista da Anita Malfatti.
Também Monteiro Lobato viveu em Campos do Jordão, onde perdeu seu filho Guilherme Lobato, vítima de tuberculose. Por causa da moléstia de Guilherme, comprou a única casa que possuiu na vida, na Avenida Macedo Soares, nº 33 (depois nº 400), em Vila Capivari; mais tarde, perdeu outro filho, Edgard, vítima do mesmo mal.
O pequeno Juca freqüentou Campos do Jordão desde o final do Século XIX. Foi numa pequena parada ferroviária da E. F. Campos do Jordão em frente ao Hotel J. B. que Lobato escreveu “Geografia de Dona Benta”, Também “História das Invenções”, foi datada em Campos do Jordão, em 1935.
Muito obrigado a todos pela generosidade do convite!.
Pedro Paulo Filho
15/05/1982
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