Professor Gustavo veio me visitar...
Foto montagem procurando mostrar a visita do Professor Gustavo.
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Professor Gustavo no dia da sua formatura.
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Professor Gustavo no dia da sua formatura.
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A filha Priscila, Professor Gustavo, a esposa Professora Helly, Edmundo, Eduardo (Dudu) e Gustavinho.
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A filha Priscila, Professor Gustavo, Professora Helly, o filho Gustavinho, Eduardo (Dudu) e um dos filhos, Afonso Henrique
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Lupicínio Rodrigues, o Lupe, grande compositor de marchinhas de carnaval e sambas-canção, nascido em Porto Alegre – RS (16.09.1914 / 27.8.1974), músicas que expressavam grande sentimento, foi feliz quando compôs e fez a letra da música “Felicidade”. Num dos versos dessa música ele escreveu: “O pensamento parece uma coisa à toa. Mas como é que a gente voa quando começa a pensar”.
Realmente, o velho e saudoso Lupicínio Rodrigues quando, habilmente, escreveu esse verso, estava coberto de razão – disse grande verdade!
Há alguns dias, recebi do grande amigo Gustavinho, filho do nosso querido, saudoso e inesquecível mestre professor Gustavo Leopoldo Marissäel de Campos (São Manuel - SP, 15/04/1930 – Jundiaí - SP, 03/10/2004), o nosso “Gustavão”, na revista de nº 6 da 33ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, da linda cidade de Jundiaí - SP, a nossa terra da uva, que na capa trazia seu nome em letras garrafais, como costumava dizer, e uma fotografia do professor Gustavo e indicava as páginas 8 a 10, onde trazia linda, merecida e justa homenagem a um grande, exemplar e correto profissional, que se destacou em todas as áreas em que militou. Trazia, também, homenagem assinada pelo nosso Presidente da OAB - SP, Dr. Luiz Flávio Borges D´Urso, registrando que o homenageado, por duas vezes, havia presidido a Subseção de Jundiaí, nos períodos de 1985 a 1987 e 1987 a 1989 e, mais tarde, se tornado conselheiro estadual da OAB, demonstrando grande empenho na defesa dos interesses da classe.
Como Conselheiro Estadual da OAB - SP, defendeu a maior representatividade dos advogados do interior na composição da Ordem (matéria publicada na revista da OAB - SP).
Somente para melhor situar o professor Gustavo com relação à nossa querida cidade de Campos do Jordão:
Na década de cinquenta, mais precisamente em 1957, veio para assumir a cadeira de Matemática do Colégio Estadual e Escola Normal de Campos do Jordão – CEENE o professor Gustavo Leopoldo Marissäel de Campos, mestre dessa importante matéria integrante dos currículos dos cursos ginasial, normal e científico, da rede oficial do Estado, formado pela Pontifícia Universidade de Campinas – PUC, no ano de 1952. Vinha de Jundiaí, cidade do Estado de São Paulo, de grande, notória e reconhecida tradição no campo do ensino em geral.
Era, na época, um jovem forte, um professor esbelto e atlético, simpático, de fisionomia marcante e sóbria, de seriedade visível e identificada desde o primeiro instante em que foi apresentado para os alunos do colégio.
O mestre Gustavão ou Estrelão, como costumávamos chamá-lo secretamente, mudou as nossas vidas e nos fez confiantes de nossas aptidões e de nossos destinos. Aprendemos com ele lições que nunca esquecemos e que nos acompanham durante todas nossas vidas.
Infelizmente, ele ficou conosco somente um ano. Pouco tempo, porém, o suficiente para jamais o esquecermos. Tempos que nos trazem muita saudade.
É incrível, um professor que ficou tão pouco tempo em nossa cidade seja lembrado com tanta admiração e com tanto carinho, durante toda nossa vida. Se isso ocorre é a grande prova de que sua passagem foi altamente marcante e inesquecível.
Eu e alguns companheiros do curso ginasial, que tivemos a felicidade de ser seus alunos, naquele ano de 1957, nunca deixamos de procurar saber notícias dele e, felizmente, algumas vezes, chegamos a nos encontrar para matarmos a saudade.
Acredito que já seja o suficiente para melhor identificar o professor Gustavo com a cidade de Campos do Jordão.
Voltando ao nosso tema de início, quando recebi a mencionada revista, após ler a importante homenagem, aconteceu exatamente o que o grande Lupicínio, inicialmente lembrado, um dia escreveu: “O pensamento parece uma coisa à toa. Mas como é que a gente voa quando começa a pensar”.
Assim, com a passagem que o Gustavinho me encaminhou, aproveitando a visita do saudoso professor Gustavo, saí com ele, em viagem através do tempo e do voo do meu pensamento. Nessa viagem, tranquila e saudosa, por todo ano de 1957 e pelo dia 15 de abril de 2004, quando eu e o querido amigo e irmão Dudu, Eduardo Neme Nejar, fomos visitá-lo no dia do seu aniversário de 74 anos, na cidade de Jundiaí. Infelizmente, nosso último encontro.
Nesse importante voo do pensamento, eu e o professor Gustavo pudemos rememorar todos os importantes e maravilhosos momentos em que estivemos juntos, nas felizes oportunidades mencionadas.
Visitamos nosso antigo Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão – CEENE, estivemos na sala de aula onde ele nos deu importantes aulas de matemática, de maneira fácil, objetiva e descomplicada. Fomos até a sala dos professores e lá reencontramos seus colegas de trabalho enquanto aqui lecionou.
Refizemos o trajeto de Vila Abernéssia à Vila Capivari e vice-versa, quando da participação da corrida da tocha entre os partidos verde e branco do nosso colégio. Assistimos outra vez à partida de futebol em nosso estádio municipal, entre doutores e professores. Estivemos novamente no Salão Nobre do nosso Colégio e presenciamos importantes reuniões com professores e alunos, meus companheiros daquela década.
Estivemos na plataforma da antiga Estação da Estrada de Ferro Campos do Jordão em Vila Abernéssia, assistindo à sua despedida e partida no bonde que o levaria até Pindamonhangaba, quando de sua viagem de retorno com destino a Jundiaí, sendo aplaudido, com muita emoção, por todos que lá estavam naquela oportunidade e muito choro das alunas do colégio, minhas colegas.
Com o bonde desaparecendo no horizonte, o pensamento, parecendo uma coisa à toa, retornou ao momento do início do recebimento da revista. Parecia um voo, um sonho, porém valeu a pena essa viagem, que aconteceu sem hora marcada e inesperadamente, graças à passagem gratuita fornecida pelo amigo Gustavinho.
Para mim, reviver um passado feliz, que deixou muita saudade e que jamais será esquecido, é VIVER NOVAMENTE! Sou grato por esta feliz oportunidade.
Edmundo Ferreira da Rocha
15/12/2009
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