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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Um Grande Encontro antes do resto de nossas vidas 


Um Grande Encontro antes do resto de nossas vidas

Lucio Flávio Andreoli, Edmundo Rocha, Edison Santos, Carlos Alberto Ferreira, Francisco Richieri, Alberto A . Bernardino.

 

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Lucio Flávio Andreoli, Edmundo Rocha, Carlos Alberto Ferreira, Francisco Richieri.

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Edmundo Rocha, Carlos Alberto Ferreira, Francisco Richieri.

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Agachados - Edmundo, Chiquinho e Marmo. Em pé - Dinho, Márcio Carletti, Lucio Flávio, Carlão e Alberto.

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Parece incrível, depois de quarenta e cinco anos, parte da nossa Turma do Curso Ginasial, do saudoso e maravilhoso Colégio Estadual e Escola Normal de Campos do Jordão – CEENE, de tantas histórias e de grandiosas, felizes e gratificantes lembranças, conseguiu se reunir aqui em Campos do Jordão. Por enquanto, apenas nove companheiros, colegas e irmãos dessa época áurea de nossas vidas de jovens adolescentes reuniram-se aqui em Campos do Jordão nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2008.

Esse maravilhoso evento, essa feliz oportunidade de estarmos nos encontrando, abraçando e, por que não dizer, beijando, nos deu a oportunidade de sentirmos a alegria desse encontro e agradecer a Deus por estarmos vivos, contentes e alegres como sempre.

Sem dúvida, não podemos deixar de registrar o grande empenho, a grande dedicação do nosso amigo, colega e irmão Chiquinho Richieri que, desde o princípio, foi o grande incentivador desse encontro. Claro, durante todo o trajeto percorrido para viabilizar esse notável reencontro, outros amigos, colegas e irmãos foram de suma importância, dentre eles, Albertinho e Marmo. Sem esses três, com certeza, esse encontro não teria acontecido.

Parte dos colegas, com suas maravilhosas esposas, ficaram hospedados na espetacular Pousada Appenzell do nosso Chiquinho Richieri. Quem não conseguiu usufruir do tratamento nota dez dessa Pousada, recebeu tratamento semelhante no Hotel Serra da Estrela, do nosso Albertinho Bernardino.

O reencontro foi marcado no Hotel Serra da Estrela, onde todos, no dia 11de abril, teriam a oportunidade de feliz confraternização e participariam de um magnífico jantar, gentilmente oferecido pelo companheiro Albertinho. Para todos foi uma surpresa muito grande. Até que enfim o Albertinho enfiou a mão no bolso e patrocinou alguma coisa para nós. Quem conheceu o Albertinho nos tempos de ginásio nem acreditava que isso estaria acontecendo. Brincadeira. O Albertinho sempre foi um amigo, companheiro e irmão de extrema gentileza e de grande generosidade.

Eu fui o primeiro a chegar ao Hotel Serra da Estrela, embora pensando que, quando lá chegasse, todos os demais companheiros já estariam reunidos esperando os últimos retardatários. Preparei uma brincadeira para quebrar a rotina e ver a cara de espanto dos companheiros. Pena que me lembrei de fazer essa brincadeira já na hora em que ia saindo de casa. Se tivesse tido essa ideia algumas horas antes, teria preparado algo mais chocante e mais impressionante. Simplesmente coloquei um enorme curativo feito às pressas, com pouca gaze que tinha em casa e um danado de um esparadrapo antigo que estava soltando uma cola terrível que saía do local onde grudava. Coloquei esse enorme curativo no rosto, do lado esquerdo, peguei a bengala que foi do meu avô e fui para lá.

Lá chegando, desde o estacionamento até a portaria, fui me escorando na bengala e mancando muito, pois poderia, nesse trajeto, já encontrar algum colega. Não encontrei ninguém. Fui até a Portaria do Hotel e, lá chegando, antes de perguntar qualquer coisa, os dois rapazes que lá estavam de imediato já falaram e perguntaram: “Nossa, seu Edmundo! O que foi que aconteceu com o senhor? Sofreu algum acidente?” Eu, de imediato, antes de responder perguntei: “A turma de colegas do Albertinho que ficou de se encontrar aqui já chegou?” A resposta foi a que eu não esperava. Ninguém havia chegado. Aí é que respondi as primeiras perguntas, informando que, graças a Deus, nada havia me acontecido e que era somente uma brincadeira que estava querendo fazer com os colegas. O rapaz da portaria foi até muito solícito e ofereceu-me o escritório do hotel para que eu ficasse aguardando os demais.

Paguei o maior “mico” da paróquia. O hotel estava lotado e todos que passavam e me viam com todo aquele curativo e mancando, apoiado na bengala, devem ter ficado penalizados. O rapaz ofereceu para ficar no “PUB” (barzinho do hotel). Fui para lá e, por felicidade, estava vazio. Outro “mico”: entrei e o barman logo fez as mesmas perguntas do pessoal da portaria: “Nossa, seu Edmundo! O que aconteceu? Foi acidente?” Dei a ele a mesma resposta dada ao outro. Procurei uma mesinha no fundo do barzinho e lá me sentei ao lado. Havia levado um livro para mostrar para a turma e fiquei lendo alguns tópicos e, de vez em quando, olhava por cima do óculo para ver se algum deles estaria chegando. Nada de aparecer um companheiro. Estava até esquecendo que estava esperando por alguém e me entretive num texto do livro. Inesperadamente ouvi alguém que dizia: “Coitado, o que será que aconteceu com ele?” Uma voz feminina também foi ouvida e dizia: “Que azar! Justo neste dia de reencontro ele está assim todo machucado”. Levantei a cabeça e, para minha surpresa, estavam quase todos ali na minha frente, com suas respectivas esposas. Levantei-me da cadeira com muita dificuldade, peguei a bengala e, mancando, fui ao encontro deles. O Chiquinho ficou espantado e falou: “O que foi que aconteceu? Hoje à tarde encontrei-me contigo e tudo estava bem”. Respondi: “Levei um tombo na escada da minha casa, bati a cara no chão, fiz um talho no rosto e estou com o corpo todo dolorido. Ainda bem que não quebrei nada”. Peguei a máquina fotográfica e pedi para o Marmo tirar algumas fotos da turma. Claro, para ficar registrado o momento do encontro, com o curativo na cara.

Todos que iam me cumprimentar tomavam um cuidado danado para não abraçar com força ou dar algum tapinha mais forte. Em determinado momento, o veadinho do Marmo falou para mim: “Peru, você está com sacanagem.” Respondi: “Não, Marmo, é coisa séria.”

Acabou a pilha da minha máquina fotográfica. Sentei-me e fui pegar outra carga de pilhas que havia levado. Enquanto trocava as pilhas, o veadinho sentou-se ao meu lado e disse novamente: “Pô, Peru. Você está com sacanagem. Esse curativo é de brincadeira”. Insisti mais uma vez dizendo a ele que não era. Marmo insistiu: “Deixa ver se não é sacanagem”. Pegando uma das pontas dos esparadrapos, começou a puxar e logo viu que era brincadeira. Deu um grito. “É sacanagem! Ele não tem machucado nenhum!” Aí foi aquela gozação e risada para todo lado. Os abraços foram pra valer e os tapas nas costas também. Em seguida, uma nova bateria de fotos. Agora sem o danado do curativo.

Consegui o que queria. Eventual preocupação em saber como continuava nosso relacionamento no reencontro, depois de quarenta e cinco anos, estava resolvida. Qualquer gelo que pudesse existir, estava totalmente quebrado. Foi uma maravilha. Parecia que nunca havíamos nos separado e que o relacionamento continuava firme e idêntico aos idos dos anos 1960. Os moleques estavam de volta.

O jantar foi maravilhoso. Os papos idem. As esposas dos colegas que estavam presentes, maravilhosas. Conheci uma companheira virtual com que troco e-mails há um bom tempo e que ainda não conhecia pessoalmente. A Beth Andreoli, esposa do Lucio Flávio. Nunca pensei que ela pudesse ser tão descontraída, irreverente e maravilhosa. Os e-mails que trocava com ela eram tão sérios. Correntes religiosas, mensagens de santos, mensagens espirituais e coisas muito sérias. Daqui para frente até pode ser diferente... Claro, sem faltar com o respeito costumeiro.

O nosso Chiquinho nos surpreendeu com sua fala. Nunca pensamos que ele pudesse ser assim, uma pessoa tão sentimental, dando um enorme valor a essa nossa amizade e ao coleguismo dos tempos ginasiais. Disse, inclusive, que esteve fora de Campos do Jordão por muitos anos e que muitas coisas boas e até não muito boas aconteceram em sua vida e em sua caminhada profissional. Fez questão de deixar claro que relembra dessa época ginasial e escolar vivida aqui em Campos do Jordão, da qual fazemos parte integrante, que ela foi a melhor época de toda a sua vida e que nunca a esqueceu e jamais a esquecerá. Sem dúvida, essa sua declaração comoveu a todos. Ficamos maravilhados ao ouvirmos declaração tão generosa e tão íntima, saída de suas entranhas de excelente companheiro, grande amigo e irmão.

No dia seguinte, sábado 12/04/2008, o encontro foi marcado para a maravilhosa casa do companheiro Chiquinho, ali na subida do Hotel Toriba, Av. Ernesto Diederichsen, 400, Vila Matilde. O Chiquinho nos ofereceu um magnífico churrasco, com tudo a que tínhamos direito, além da sua generosa hospitalidade e da sua maravilhosa esposa Lucinda. Nesse encontro até minha filha Ana Lucia foi com minha netinha querida Yris. Ela queria conhecer os meus companheiros e colegas de ginásio de tão longínquos anos. Ficou maravilhada com a nossa amizade tão duradoura e atualíssima. Ficou maravilhada com todas as esposas de meus companheiros.

À noite, a maioria dos companheiros foi participar das solenidades e da festa de casamento de uma das filhas maravilhosas do Albertinho, a Denise, com o Frederico, que foi realizada nas dependências do Hotel Serra da Estrela, de sua propriedade. Infelizmente, por motivos relevantes, não pude participar dessa festa.

Nesse encontro maravilhoso e inesquecível, estiveram presentes:

Édison dos Santos e sua esposa Mariana;
Francisco Richieri e sua esposa Lucinda;
Carlos Alberto Ferreira e sua esposa (Maria Aparecida), a Passi;
Lucio Flávio Andreoli e sua esposa Beth;
Antonio Marmo de Oliveira Nascimento e sua esposa Aparecida Célia;
Ayrton César Marcondes e sua esposa Solange;
Edmundo Ferreira da Rocha, sua esposa Anna Maria, filha Ana Lucia e neta Yris;
Alberto de Almeida Bernardino e sua esposa Sônia;
Márcio Carletti e sua esposa Silvana.


Firmamos um compromisso e propósito de incentivar cada vez mais esses encontros, propiciando a participação de muitos outros companheiros, colegas, irmãos e irmãs inesquecíveis que, infelizmente, nesta oportunidade, ainda não foram localizados. Pretendemos que esses encontros se repitam anualmente, na pior das hipóteses, até o final de nossas vidas.
Edmundo Ferreira da Rocha

13/04/2008

 

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