Home · Baú do Jordão · Camargo Freire  · Campos do Jordão

Crônicas e Contos · Culinária  ·  Fotos Atuais · Fotos da Semana

  Fotografias · Hinos · Homenagens · Papéis de Parede · Poesias/Poemas 

PPS - Power Point · Quem Sou  · Símbolos Nacionais · Vídeos · Contato

Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Um Jordanense que era Escocês 


Um Jordanense que era Escocês

Dr. Robert John Reid - Um Jordanense que era Escocês

 

Clique para Ampliar!

Dr. Robert John Reid - Um Jordanense que era Escocês, vestido com seu tradicional KILT Escocês, na década de 1920.

Clique para Ampliar!

Dr. Robert John Reid, doador do terreno para construção da Estação Abernéssia - E.F.C.J., Drs. Emílio Marcondes Ribas e Victor Godinho - Ano de 1915.

Clique para Ampliar!

Estação Abernéssia - Nome dado a pedido do doador do terreno onde foi construída, Robert John Reid, no ano de 1915 .

Clique para Ampliar!

 

 

O fundador de Abernéssia foi um escocês grandalhão, chamado Robert John Reid (1868 – 1937). Formou-se em engenharia na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Chegou ao Brasil em 1896, projetando as ruas das cidades paulistas de Olímpia e Pirajuí e depois foi trabalhar na Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Foi indicado pela firma francesa Casa Nathan, depois sucedida pela Societé Francière et Comerciale Franco-Brasiliene para ser o agrimensor na ação de divisão da Fazenda Natal, mais tarde transformada na Estância de Campos do Jordão, que transitava em São Bento do Sapucaí, do qual a nossa cidade era distrito. Chegou em lombo de burro, hospedando-se no Hotel Imbiri, antiga Vila Velha (hoje Vila Jaguaribe) com o contrato de demarcar 800 hectares de terra. Como a Casa Nathan ficou financeiramente quebrada, prontificou-se a pagar Roberto John Reid com quase a metade das terras. Elas não valiam um patacão. Depois Reid comprou a Casa de Saúde (atualmente entroncamento da Rua Dr. Reid com a Carlos Barreto, em Vila Suíça) mudando, mais tarde, para o Conventinho dos Padres Franciscanos, que ficava na Vila Britânia. Ficou encantado com Campos do Jordão, onde tinha a Fazenda Abernéssia, termo que ele tirou de Aberdeen (Aber), de Inverness (ness) e Escócia (ia), tudo graças à semelhança de Campos do Jordão com sua terra natal. Reid doou terreno para o mercado (atual Fórum), para a construção da Igreja de Santa Izabel (atual Praça da Bandeira), para a Cadeia Pública (atual Nossa Caixa/Nosso Banco), para o Cinema, desde que se lhe desse o nome de Cinema Jandira (sua filha) e doou terreno para a construção da Estação da Estrada de Ferro de Campos do Jordão, desde que se lhe desse o nome de sua chácara (Estação Abernéssia), denominação que vigora desde 1915.

Com Emílio Ribas, Victor Godinho e Sebastião Damas lutou para a construção da E. F. Campos do Jordão e depois brigou para que ela não fosse desativada.

Membro da Colônia Britânica de São Paulo trouxe para Campos do Jordão as famílias Baker, Wilson, Mac Lean e Davids, que fizeram grandes empreendimentos em Campos do Jordão. Casou-se com dona Emília, com a qual teve 6 filhos. Faleceu em Campos do Jordão em 1937 e seus restos mortais estão logo na entrada do cemitério jordanense. Quando tomava muito uísque, como bom escocês, abusava.

As pessoas pediam-lhe doação de terras e ele ia ao cartório assinar as escrituras de doação. Construiu a primeira Usina elétrica de Campos do Jordão que o levou à ruína financeira.

No final morreu pobre, ele que era homem rico. Uma das pessoas que assistiram o seu sepultamento – e eu tenho o depoimento gravado – disse que na hora de descer o caixão à sepultura, ele não descia. A cova aberta no cemitério local era menor do que o caixão. Foi preciso serrar um pedaço dele para que o caixão descesse os sete palmos da sepultura. E, comovido, o amigo que me contou, disse entre lágrimas: “ Um homem que doou tantas terras para o povo de Campos do Jordão, na hora de ser sepultado, faltou-lhe um pedacinho de terra!”

A vida é assim, coitado de quem doa alguma coisa à espera de recompensa!

Descanse em paz, valente jordanense escocês.

Pedro Paulo Filho

02/07/2010

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=68

 

Voltar

 

 

- Campos do Jordão Cultura -