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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Fantasma do Conventinho 


Fantasma do Conventinho

O famoso Conventinho dos Frades Fransciscanos, no início, a casa do Dr. Robert John Reid.

 

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O episódio ocorreu por volta de 1945, quando Campos do Jordão era mais cura do que turismo. O Bar Tupi, situado na Rua Brigadeiro Jordão (térreo do prédio onde está atualmente a Associação Comercial de Campos do Jordão), era o ponto de encontro dos amigos que no final da tarde, avançando noite a dentro e, às vezes pela madrugada. O famoso bar era de propriedade de Adriano Pedro Gião, auxiliado por Alexandre Pinheiro, que toda vez que vendia uma pinga, tomava duas. Ali se reuniam Aureliando Vasques, Floriano Pinheiro, parente do Alexandre, o escrivão de Polícia Paulo Camargo, o carcereiro Eulino Ramos, o médico Silvestre Ribeiro e o famoso Cabo Henrique, um dos poucos policiais militares de Campos do Jordão. Reuniam-se mais jordanenses que a memória não registrou, infelizmente. A Cadeia Pública, muito feia, descorada e de péssimo aspecto situava-se onde atualmente se encontra a Nossa Caixa Nosso Banco. O Cabo Henrique residia na Vila Britânia, no caminho que passa defronte ao Conventinho dos Padres Franciscanos. Dizia-se na época que lá pela meia-noite, era perigosíssimo passar defronte o Conventinho dos Franciscanos, pois havia o fantasma de um frade falecido que assustava e perseguia os pedestres quando por lá transitavam. Como as tertúlias freqüentemente chegavam até a madrugada, momento em que o álcool já estava em índices altíssimos, o nosso bom Cabo Henrique tinha medo de ir para casa na Vila Britânia, pois temia a perseguição do fantasma do frei falecido que perseguia aquele que por ali passasse defronte o Conventinho. Muitos moradores de Vila Britânia já haviam sido molestados pelo frei desencarnado, mas que insistia em perturbar os vivos. O que fazia o nosso Cabo Henrique? Sozinho, ele não ia para casa de jeito nenhum com medo do padre que perseguia as pessoas vivas. Ele retardava a sua retirada do Bar Tupi, deixava passar as horas, sempre preocupado com o seu trajeto para casa que era o único – tinha que passar, infelizmente, no caminho para a Vila Britânia e não tinha escapatória, ou seja, tinha de enfrentar a alma penada do frei morto que não deixava ninguém passar. Muito amedrontado, Cabo Henrique ia à Cadeia Pública em busca de um preso que estivesse embriagado. Sempre havia pelo menos um. Abria a cela, retirava o preso cachaceiro, e, em sua companhia, seguia para a sua casa acompanhado do preso, escolhido por ele, e aí passavam tranqüilos defronte o Conventinho dos Padres Franciscanos. Foi um caso único em Campos do Jordão: o policial tinha pavor de ser perseguido pela alma penada do frei morto que assustava à noite o pessoal que por ali transitasse. Trata-se da confirmação do velho ditado: “Quem tem ... , tem medo”.

Pedro Paulo Filho - Advogado e historiador

18/05/2009

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=113

 

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