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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

A histórica Pensão Sans-Souci 


A histórica Pensão Sans-Souci

A linda e histórica Pensão Sans Souci numa bela foto da década de 1910.

 

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Sanssouci (em francês: sem preocupação) é o antigo Palácio de Verão de Frederico, o Grande, rei da Prússia, em Potsdam, mesmo à saída de Berlim. É frequentemente incluído na lista dos palácios alemães rivais do Château de Versailles. Embora Sanssouci ostente o mais íntimo estilo Rococó e seja muito menor que o seu oponente construído no estilo Barroco Francês, é notável pelos numerosos templos e outras construções de jardim do seu Parque.

Consta que, as primeiras construções da Vila Nova, em Campos do Jordão, depois denominada Vila Abernéssia, foram: a casa da chácara chamada de “Vila Abernéssia”, do Dr. Robert John Reid, localizada no acesso da atual Vila Britânia, onde posteriormente esteve instalado o famoso Conventinho dos Padres Franciscanos; a enorme casa construída pelo Dr. José de Magalhães, no final de 1896 e utilizada como sua residência – depois da sua morte, em 1899, foi transformada na famosa Pensão Sans-Souci (montada por Tancredo Moreira Leal, filho do Conde Moreira Leal); e a casa de Julio Fracalanza, situada na atual Vila Fracalanza, a residência do Banco do Brasil que ficava na subida que demanda ao Bairro Santa Cruz, à direita; e, além dessas, a primeira casa de alvenaria construída na atual Vila Abernéssia, de propriedade de Joaquim Ferreira da Rocha, que aqui chegou, no ano de 1914, junto com a construção da ferrovia da Estrada de Ferro Campos do Jordão – EFCJ, no acesso à atual Vila Fracalanza, no local onde está sediada a Assistência S. e Social – ASSISO, da Irmandade do Sagrado Coração de Jesus, e as casas de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista, construídas ao longo da Avenida de Ligação, atual Av. Dr. Januário Miráglia, a partir dos números 893 até 909.

A primeira pensão de Campos do Jordão, de propriedade de Dona Purezinha Marcondes, a princípio, funcionava na atual Av. Frei Orestes Girardi, anteriormente Av. Dr. Januário Miráglia, 906, depois se mudou para o lado direito da Igreja Matriz de Santa Teresinha do Menino Jesus, no sentido de quem olha para a frente da Igreja. Ficou famosa pelo seu nível de atendimento e higiene. Estava instalada em uma grande casa construída de madeira e toda pintada de azul, daí ter ficado conhecida como Pensão Azul. Posteriormente, a partir da década de 1920, passou para as mãos de Arthur Ramozzi. A partir de 1922 passou para as mãos de Francisco Perrone Netto e Antonio de Pádua Cerqueira. Muitos anos mais tarde, em 1939, quando a Pensão Azul transformou-se no Pensionato Santa Terezinha, de propriedade de Gildo e Mário Andreoli, perdeu o carisma. O prédio, que era do major Ignácio Siqueira Bicudo, de Pindamonhangaba, sofreu um violento incêndio, na tarde do dia 6 de agosto de 1945, que o destruiu completamente, obrigando a retirada, às pressas, de 58 doentes.

Também na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci. A terceira foi a Pensão Belo Horizonte no Alto da Vila Suíça, no final da atual rua Dr. Reid.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

Edmundo Ferreira da Rocha - 20.01.2013

Obs.: Compilação de dados e organização histórica e cronológica efetuada por Edmundo Ferreira da Rocha.

20/01/2013

 

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