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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

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Foto composição: Pêra e Pinhão

 

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Pêra e pinhão, sinônimos de irmão, em Campos do Jordão! Você que é “irmão de pêra e de pinhão”, você que é de Campos do Jordão, não se esquecerá jamais:

Do céu azul anil, claro e límpido. Do sol forte e radiante com seus raios dourados, surgindo por trás das montanhas, afagando as verdes araucárias e toda vida carente de sua luz. Do bondinho da esperança, subindo e descendo a Mantiqueira, trazendo ávidos de saúde e levando ricos de novos alentos, premiados pela cura milagrosa, nestas montanhas de clima sem igual. Dos sanatorinhos, promovendo verdadeiras jornadas da saúde. Da primavera multicor, vestindo pereiras e ameixeiras de muito alvor. Pessegueiros, cerejeiras e macieiras do rosa ao carmim. Do verão generoso e ameno, não nos deixando olvidar os aconchegantes cobertores nas noites temperadas. Dos banhos de cachoeiras e riachos de águas transparentes e acolhedoras. Das piscinas naturais da chácara do Fernando Pinto. Dos passeios de barco no lago Umuarama.

Você, que é “irmão de pêra e de pinhão”, você que adora Campos do Jordão, não se esquecerá nunca:

Do outono de folhas auríferas e cobreadas. Das assadas de pinhão na própria garra do pinheiro, em chamas reluzentes, já nos aquecendo no pré-inverno. Das noites frias do inverno rigoroso. Das chamas dançantes nas lareiras.

Das manhãs de geada, com temperaturas abaixo de zero, colocando um véu nupcial na vegetação dos campos, montanhas e telhados de ricos e pobres.

Das revoadas de tirivas, cuiús e maritacas; dos alarmantes gritos das gralhas-azuis. Dos serelepes saltitantes entre os galhos dos pinheiros, à procura de alimento. Da doce frutinha do pinho-bravo. Dos passeios a cavalo pela relva gelada.

Você que é irmão, você que, vindo de todos os rincões, é nosso irmão em Campos do Jordão. Não se esquecerá jamais:

Do Grill Room do Grande Hotel, com atrações internacionais. Do Refuginho Noturno, de espetáculos inesquecíveis. Do aconchego do Tênis Clube e sua Boate Serenô. Do saudoso Café Terraço dos lagos, nos domingos de nossas vidas, Anos Dourados de nossa juventude. Dos bailes no “Campos do Jordão”, Círculo Operário, “Abernéssia”, “Jaguaribe” e, até do chuveirinho... Do chuveirinho da dona Egídia e do seu Eduardo, com seus assados e salgadinhos insuperáveis. Do Werner e da Frida do 1.003 acolhedor, jamais igualado. Do Bruno’s Bar, de muitas e divertidas histórias. Do prof. Gad e sua badalada Boate Mau-Mau...Zinho. Dos programas radiofônicos e dos locutores de vozes marcantes, da “ZYL-6 - Rádio Emissora de Campos do Jordão - a mais alta do Brasil”. Do Morro do Elefante Primitivo, das “Sete Noites e Sete Dias de Romance e Poesia”. Do Colégio Estadual e Escola Normal, templo da cultura e do saber, berço de ilustres e renomados mestres e prodigiosos discípulos. Das provas de revezamento entre Verdes e Brancos, carregando a Tocha da Liberdade entre as vilas da cidade. Da “Tranqüilidade dos montes e na liberdade dos campos”. Das festas da maçã, em homenagem a essa fruta outrora abundante, hoje extinta de nossos pomares que já nos brindou com a “calvila”, néctar extraído pela famosa Fazenda Belfruta.

Você que é irmão, você que, ainda, adora a pêra e o pinhão, não se esquecerá nunca:

Do Cine Glória da nossa infância e juventude, refúgio secreto e seguro para nossas paixões de estudante, em suas sessões dominicais, Zig-Zag e Uma e Quinze, com desenhos de Walt Disney, as comédias hilariantes e os seriados de cowboys famosos, seguidas das matinês com filmes marcantes e inesquecíveis.

Da Volta Fria e sua fonte de águas cristalinas. Das águas santas, das fontes Simão e Renato. Dos piqueniques na antiga Fazenda da Guarda e seu horto florestal, reserva de nossas essências naturais. Dos passeios pelos jardins encantados do Hotel Toriba. Das madrugadas com sol nascente e lua poente, nos dois mil e sessenta metros do Itapeva. Das excursões até a Pedra do Baú. Da pensão e da boa comida oferecida pela dona Rute e pelo Pedro “Belizário”. Daquela pensão que nos trouxe verdadeiros amigos e irmãos, que sem se preocupar com a estação, estava sempre na primavera.

Recordar é viver! Viver sem recordações é ter vivido sem plenitude. Aquele que, nestas altitudes, com tudo isso, não conseguiu recordações quentes, terá sempre, um inverno muito mais frio no coração.

Você, meu amigo e irmão, da atual Festa do Pinhão, aproveite enquanto há tempo e se delicie com o brinde maravilhoso oferecido pelos pinheirais não tão gigantes tal qual “taças de esmeraldas”, mas que ainda se erguem altivos e deslumbrantes em nossos vales. Venha beber o que resta desta bebida doce que nos embriaga e também o turista, enaltecendo, ainda, os Campos do Jordão, antes que a reserva se acabe.

Edmundo Ferreira da Rocha

13/05/1988

 

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