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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

O nascer do Sol no Pico do Itapeva 


O nascer do Sol no Pico do Itapeva

A leste, no horizonte, o dia está nascendo e o Sol começa aparecer. A Oeste a noite está terminando e a Lua se prepara para desaparecer no horizonte.

 

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Itapeva significa, em tupi, Pedra chata.

Para nós de Campos do Jordão e cidades circunvizinhas, o Pico do Itapeva, com seus 2.035 metros de altitude, significa o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira, o quinto mais alto do Brasil. Embora localizado em território do município de Pindamonhangaba, deixa de ser utilizado turisticamente por esta cidade, devido às dificuldades de acesso. Em contrapartida, considerando as facilidades de acesso através de Campos do Jordão, é utilizado como um de nossos mais importantes pontos turísticos, contando com via de acesso com aproximadamente 14 quilômetros de extensão, totalmente asfaltada até o pico propriamente dito.

Do alto do Pico do Itapeva, em dias limpos e com pouca incidência de nuvens, é possível avistar-se lá embaixo, já no Vale do Paraíba, várias cidades, entre outras: São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Tremembé, Taubaté, Pindamonhangaba, Moreira César, Roseira, Canas, Aparecida, Guaratinguetá, Cachoeira Paulista e Lorena.

A vista descortinada através da tela panorâmica do Pico do Itapeva é realmente deslumbrante, bela e maravilhosa. Indiscutivelmente, é difícil descrever de forma sucinta a paisagem colocada à nossa frente. Mesmo que usemos toda riqueza de detalhes possíveis, tentando descrever com amplitude tudo aquilo que pensamos estar observando, sem dúvida, iremos falhar lamentável e irremediavelmente.

Infelizmente, nos dias atuais, existe lá no Pico do Itapeva um pequeno comércio bastante desorganizado que, a meu ver, compromete a tranqüilidade e a beleza daquele ponto turístico de valor incomensurável. Porém, dizem que é o preço do maldito progresso que, muitas vezes, especialmente nestes casos, envolvendo recursos naturais de rara beleza, é altamente prejudicial e, quase sempre, deixa marcas, reflexos e cicatrizes irreparáveis, quase eternas.

Também no alto desse pico maravilhoso, há muito tempo, há mais de quatro décadas, vêm sendo instalados diversos retransmissores de UHF e VHF, de diversas emissoras de rádio e televisão, inclusive de companhias telefônicas, e um laboratório montado e operacionalizado pela Força Aérea Brasileira – FAB, utilizado para a pesquisa de raios cósmicos.

À noite, o espetáculo do visual do Pico do Itapeva também é digno de ser apreciado e altamente elogiado. De seu cume, nessas oportunidades, podemos observar um espetáculo completamente adverso daquele observado durante o dia. À noite, podemos observar inúmeras seqüências das redes de iluminação pública que mais parecem extensos colocares de pedras preciosas ou pérolas, com seus brilhos de cintilação constante, acompanhados da iluminação particular das residências, indústrias e comércio de todas as cidades acima enumeradas. É possível ver-se, ainda, os faróis e as lanternas de sinalização dos veículos que trafegam por diversas de suas ruas, avenidas e, especialmente, através da famosa e movimentada Rodovia Presidente Dutra, que liga a Capital paulista à Cidade do Rio de Janeiro, cujo trajeto passa nas proximidades das mesmas.

O espetáculo maior, no meu ponto de vista, superando todas essas maravilhas já assinaladas, trata-se do indescritível, deslumbrante e inacreditável nascer do Sol, visto do Pico do Itapeva, em épocas de lua cheia.

Normalmente, a melhor época para a organização de excursões, passeios e caminhadas, até ao Pico do Itapeva, para poder observar esse espetáculo inédito, é no final do outono e, praticamente, em todo o inverno. Nessa ocasião, é difícil a formação de nuvens no céu. Também há pouca formação de nuvens baixas, denominadas neblina, que possam dificultar a visão das cidades do Vale do Paraíba, o nascer do Sol e o “ocaso” ou pôr da Lua.

É algo de indescritível beleza que emociona e nos faz chorar de alegria e êxtase. Hoje, existe um mirante construído especialmente para que as pessoas possam se acomodar com mais facilidade para a observação desse magnífico e deslumbrante espetáculo. Antigamente, em épocas um pouco mais primitivas, há pouco mais de quatro décadas, observávamos esse espetáculo acomodando-nos em cima das diversas formações rochosas existentes no piso do Pico do Itapeva, que dizem serem oriundas das lavas de algum vulcão que ali existiu há milhões de anos.

Por volta das cinco ou cinco e trinta da manhã, devemos estar a postos, aguardando o início do espetáculo. Claro, para agüentar o frio intenso dessa época do ano, deveremos estar bem encapotados, com gorros de lã na cabeça, luvas, cachecóis etc., sendo válido contar com o trago de um bom vinho, conhaque, chocolate quente ou outra bebida, porém sem exageros, para não prejudicar a visualização do grandioso “show” da natureza.

Quando o Sol está preste a nascer no horizonte, bem ao leste, o céu começa a ficar com uma faixa extensa e totalmente colorida, com matizes diversos, que vão desde o amarelo mais pálido a outros de maior intensidade, passando para diversas tonalidades de laranja e vermelho e muitas outras cores de rara beleza.

No lado oposto, a oeste, onde nos finais das tardes vai ocorrer o fenômeno oposto, ou seja, o “ocaso” ou pôr-do-sol, a Lua começa a desaparecer, paulatinamente, no horizonte.

De um lado, a leste, os primeiros raios do Astro Rei, o nosso Sol, já começam a clarear a escuridão, fazendo aparecer, aos poucos, a silhueta dos montes e montanhas e toda a vegetação que os envolve ou circunda. Já é possível observar, a grandes distâncias, o véu branco de algumas pequenas cachoeiras e quedas d´água. Os pássaros já começam a cantar e circular com toda a sua exuberância e energia de vôo. Ao centro, a claridade começa a ser perceptível. A oeste, ainda é noite, completamente escura, mostrando-nos os últimos reflexos dos raios da Lua que se esconde atrás das montanhas do ocidente.

Esse espetáculo, com certeza, vai ficar eternamente gravado e registrado em nossas mentes e memórias, até o final de nossos dias. Ainda mais inesquecível e maravilhoso será se, numa dessas oportunidades, você estiver entrelaçado nos braços da pessoa amada, trocando frases de amor e calores corporais, no intenso frio da montanha magnífica, embalados por músicas especiais, executadas através dos aparelhos de som de seus automóveis que, ainda, com muito cuidado, desde que estejam num grupo grande, podem ficar estacionados naquelas proximidades, com segurança questionável.

Parece ficção, mas não é. De um lado, o dia nascendo, com o Sol clareando a imensidão. De outro lado, a noite se findando, com a Lua desaparecendo no infinito, cedendo, orgulhosamente, lugar ao dia, imposto pelo Astro Rei, o Sol.

Se você dúvida do que aqui relato, não perca tempo, ainda é possível observar esse raro espetáculo, sem a obrigação da aquisição de ingressos, por enquanto. Venha fazer uma visita a Campos do Jordão e organize-se para ver, com seus próprios olhos, essa maravilha da Natureza que somente Deus pode colocar à nossa disposição.

Quero crer que, no futuro, esses espetáculos não venham a ser comercializados, com a obrigatoriedade da aquisição de ingressos e reservas antecipadas, impossibilitando muitos de nossos irmãos de presenciá-los gratuitamente, como sempre programados pelo nosso Grande Arquiteto do Universo.

Edmundo Ferreira da Rocha

15/05/2007

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=76

 

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