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Fotografias Semanais que contam a
 história de Campos do Jordão.

de 02/01 a 08/01/2015

 

 

Pessoas - Jagobo Pan


Na foto o conhecido Jagobo com a Neuza Maria Soares, do saudoso Jornal Impacto Vale News. Jagobo é uma abreviatura utilizando as primeiras sílabas do seu nome de batismo JAUME GONZALES BOVER. Ele era filho de Eladio Gonzalez e Maria Luiz Bouve, natural de Barcelona, Espanha, onde nasceu em 24 de julho de 1922, mas se considerava Catalão. Faleceu em Campos do Jordão em 16 de abril de 1996. Ao seu nome artístico Jagobo, acrescentou Pan, cujo significado, também por ele criado, significa: “por amor à natureza”. Durante boa parte da sua vida morou em humilde choupana situada no Morro das Andorinhas, em Vila Abernéssia, pouco atrás do Mercado Municipal. Andava muito pela cidade toda, sempre com sua sacola e seu guarda chuvas.

O saudoso escritor, advogado, jornalista e grande historiador Pedro Paulo Filho com base no que foi relatado por Sergio Hooke Asquenazi, grande amigo e admirador de Jagobo, escreveu em sua crônica “O esquecido Jagobo Pan”: ... “Dos quatorze aos dezessete anos – assinalou Sérgio Asquenazi – viu sua pátria engolfada em sangue, onde morreu mais de meio milhão de espanhóis em cidades arrasadas, como Guernica no País Basco, massacre imortalizado no quadro de Picasso. Quando a Guerra Civil acabou, em 1º de setembro de 1939, Hitller invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial e a Espanha atravessou momentos cruéis aonde as pessoas chegavam a comer ratos! Jagobo Pan, cujo nome verdadeiro era Jaume Gonzalez Bover matriculou-se no Liceu de Barcelona, sofrendo influência de artistas como Picasso, Miró, Dali e Gaudi, todos catalões. Dedicou-se a fotografia e começou a chamar a atenção com a publicação de suas fotos. Em 1947, deixa a Espanha, quando o General Franco proíbe o uso do idioma catalão. Em Paris foi convidado pela UNESCO, órgão das Nações Unidas para trabalhar ali, ficando até 1951, ano em que desembarcou no Brasil, onde aceitou o convite do Laboratório Kodak para gerenciar uma filial em Porto Alegre. A convite de Ciccilo Matarazzo veio a São Paulo, ajudando na implantação da Bienal, no melhor período de sua vida, quando criou um estilo próprio e inconfundível, que levou os seus quadros para alguns dos maiores museus da Europa e dos Estados Unidos. Infelizmente, Jagobo Pan adquiriu tuberculose e se internou em Sanatorinhos (S-3), em Campos do Jordão onde foi desenganado pelos médicos, mas o clima Jordanense o ressuscitou para a vida, fazendo-o ingressar em uma fase mística. Fez voto de pobreza e foi morar em modesta casinha de madeira no Morro das Andorinhas, em Vila Abernéssia. Encanta-se com a natureza jordanense e começa a ensinar as artes das tintas, tornando-se professor da Prefeitura Municipal até 1967. Vive poeticamente com sua cadelinha chamada “garoto”, que, segundo ele “é a cara do pai”, amando a natureza, pintando e adorando as crianças da nossa terra. Foi nomeado Presidente do Conselho Municipal de Cultura e o Espaço Cultural do Banco do Brasil, à época, instituiu o “Prêmio Professor Jagobo” para o melhor artista revelado na Estância. O momento mais emocionante de sua vida foi quando encontrou o oceanógrafo Jacques Cousteau em Campos do Jordão. Em vida, o seu nome foi dado a uma via pública. A critica de arte Bia Leirner, que foi curadora da Bienal de São Paulo durante anos, em seu livro “Artistas Modernos Brasileiros” incluiu-o entre os 10 maiores artistas da contemporaneidade. Sua especialidade era a pintura a óleo e o seu estilo surrealista, tendo participado de Bienais em São Paulo e Rio de Janeiro. Seu nome consta de vários dicionários entre eles o “Delta Larousse”, o INL – Instituto Nacional do Livro e o MEC – Civilização Brasileira do Ministério da Educação e Cultura. Sofreu um acidente automobilístico em 1967 e ficou impossibilitado de trabalhar, mas mesmo assim vivia por teimosia, com a vestimenta pobre, cabelos compridos e barba abundante, muito antes de pegar a moda. Contaram-me que ao lado de sua humilde cama no Morro das Andorinhas havia uma janelinha, de onde ele se encantava com a visão da natureza de Campos do Jordão. Contou Sergio Asquenazi que um dia, em 1996, Deus, um pouco enciumado com o seu bom convívio entre os mortais, resolveu convocá-lo para um dialogo eterno na comunhão dos santos.”

OBS: Foto gentilmente cedida pela amiga Neuza Maria Soares.

 

 

 

Pessoas - João Leite


“As figuras populares surgem por algum tempo, perduram por algumas décadas e desaparecem da memória do povo.

João Leite chegou à cidade em 1.941, procedente de São Bento do Sapucaí, indo parar na Fazenda São Geraldo, de Raul Barbosa Lima.

Certa feita, levou uma chifrada de um boi bravo, na barriga, conseguiu a muito custo salvar-se, mas ficou meio abobalhado.

Ele tinha dois amigos fiéis, o cachorro Piloto e o saudoso Marcelo Duarte de Oliveira, que sempre levava, aos domingos, um prato de salgadinhos para João Leite.

Ele era um verdadeiro Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, redivivo. Velho e encarquilhado, pachorrento, ficava sempre sentado em algum banco da Praça São Benedito em Vila Capivari, seu lugar predileto, onde passava horas e horas sentado, quase sempre dormindo sentado, com as moscas a rondar seu nariz adunco e a face enrugada.

O andar era característico por causa do joelho valvo, acompanhado de seu fiel cão amarrado por uma corda.

As calças eram erguidas até quase o peito e uma calça estava sempre dobrada até as canelas. Sempre de paletó e chapeuzinho enterrado na cabeça. Era realmente um tipo popular que chamava a atenção de todo mundo.

João Leite tinha a mania de falar sozinho, resmungando e xingava a molecada que brincava com ele.”

OBS: Parte da crônica da autoria do advogado, escritor, jornalista e historiador Pedro Paulo Filho.

Foto de um quadro da autoria do saudoso artista plástico Tarcílio Torres, mais conhecido pela alcunha de “Citrovit”, gentilmente cedida pela querida amiga e companheira dos bancos escolares Sonia Maria Dolores de Carvalho.

 

 

 

Pessoas - Primeira Rainha do Pinhão 1961


As Festas do Pinhão de Campos do Jordão, sempre, esteve as mais tradicionais da Cidade, desde sua criação no ano de 1961, atraindo turistas e jordanenses que todo ano apreciavam exposições agropecuárias, shows, bailes de gala e desfiles.

Esta Festa foi idealizada pelo Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo e iniciada no ano de 1961, na gestão do Dr. José Ariosto Barbosa de Souza, quando Presidente do Lions Clube de Campos do Jordão. A Festa do Pinhão, durante quase toda sua existência, desde o ano de 1961 até o ano de 2004, foi organizada e incentivada pelo Lions Clube de Campos do Jordão. A partir de então, passou a ser organizada pela Secretaria da Cultura da Prefeitura Municipal. As festividades eram encerradas com grandes bailes realizados na sede social do Abernéssia Futebol Clube, abrilhantados por excelentes Orquestras que fizeram muito sucesso no Vale do Paraíba e no Estado de São Paulo.

A festa do Pinhão acontecia, sempre no mês de abril, quando no dia 29, é comemorado o aniversário da Cidade.

Nesta foto, do ano de 1961, a linda Idilla Helena da Penha Medeiros, a primeira Rainha da Festa do Pinhão. Na foto a seguir um close da maravilhosa coroa de pinhões, habilmente confeccionada e utilizada para coroar a linda primeira Rainha da Festa do Pinhão no ano de 1961.

OBS: Esta foto é da autoria do grande e saudoso amigo, Orestes Mário Donato, um dos maiores fotógrafos que já conheci e que teve a oportunidade de registrar belas paisagens de Campos do Jordão e momentos importantes da nossa história. A foto foi gentilmente disponibilizada pelas queridas amigas Malú Donato e Luciana Donato, respectivamente, sua esposa e filha.

 

 

 

Pessoas - Primeira Rainha do Pinhão 1961


As Festas do Pinhão de Campos do Jordão, sempre, esteve as mais tradicionais da Cidade, desde sua criação no ano de 1961, atraindo turistas e jordanenses que todo ano apreciavam exposições agropecuárias, shows, bailes de gala e desfiles.

Esta Festa foi idealizada pelo Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo e iniciada no ano de 1961, na gestão do Dr. José Ariosto Barbosa de Souza, quando Presidente do Lions Clube de Campos do Jordão. A Festa do Pinhão, durante quase toda sua existência, desde o ano de 1961 até o ano de 2004, foi organizada e incentivada pelo Lions Clube de Campos do Jordão. A partir de então, passou a ser organizada pela Secretaria da Cultura da Prefeitura Municipal. As festividades eram encerradas com grandes bailes realizados na sede social do Abernéssia Futebol Clube, abrilhantados por excelentes Orquestras que fizeram muito sucesso no Vale do Paraíba e no Estado de São Paulo.

A festa do Pinhão acontecia, sempre no mês de abril, quando no dia 29, é comemorado o aniversário da Cidade.

Nesta foto, do ano de 1961, um close da foto anterior para mostrar a linda Idilla Helena da Penha Medeiros, a primeira Rainha da Festa do Pinhão e, com mais detalhes, a maravilhosa coroa de pinhões, habilmente confeccionada, utilizada para coroá-la naquela oportunidade.

OBS: Esta foto é um close da foto original da autoria do grande e saudoso amigo, Orestes Mário Donato, um dos maiores fotógrafos que já conheci e que teve a oportunidade de registrar belas paisagens de Campos do Jordão e momentos importantes da nossa história. A foto foi gentilmente disponibilizada pelas queridas amigas Malú Donato e Luciana Donato, respectivamente, sua esposa e filha.

 

 

 

Históricas - Hotel Ideal


Esta foto mostra a casa que pertencia ao saudoso Engenheiro Dr. Adelardo Soares Caiuby, situada na Av. Macedo Soares, 306, em Vila Capivari, em frente ao tradicional Hotel Bologna, na época, de propriedade do saudoso Sr. Augusto Pagliacci e sua esposa D. Alba.

Nessa casa, no centro de Vila Capivari, durante três anos, no final da década de 1950, esteve estabelecida a COPEL.

A COPEL surgiu após a Empresa Cadij, constituída com os ramos de Imobiliária e Construtora, de propriedade do saudoso Antonio Leite Marques, o Toninho, ter resolvido separar as duas atividades, ficando somente com a parte da Imobiliária. O Dr. Marcos Wulf Siegel que havia chegado em Campos do Jordão no ano de 1953, já como associado da CADIJ, com a separação das atividades, resolveu assumir a parte da Construtora e assim, em 1954, fundou uma Construtora. Essa Construtora passou a ser denominada pelo nome da autoria de Orestes Mário Donato, COPEL, abreviatura de Construções, Projetos e Engenharia Limitada. O Engenheiro responsável pela COPEL era o Dr. José Ariosto Barbosa de Souza. Também fazia parte da administração o Professor Harly Trench. Orestes Mário Donato que, além das suas muitas outras habilidades, era especialista em projetos e desenhos, foi contratado para ser o projetista da COPEL.

A COPEL como construtora, inicialmente esteve estabelecida na Av. Emílio Ribas, 908, ali no bairro do Capivari, nas proximidades do atual Hotel JB e do Posto Esso, já existente na época. A casa onde se estabeleceu na época da sua fundação, era de propriedade do saudoso amigo Adauto Camargo Neves.

Após dois anos de atividade o Engenheiro Fausi Paulo, recém formado, se juntou à Construtora e nela permaneceu pelo período de um ano.

Inicialmente, o Mestre de Obras da COPEL foi o Sr. Benedito, mais conhecido como Dito Pituca. Posteriormente, também trabalhou como Mestre de Obras da COPEL, o Sr. Waldemar Ferreira da Rocha, meu Pai, que ficou na Construtora até seu final.

Nesse novo endereço, agora mais no centro de Vila Capivari, a COPEL teve um avanço muito grande. A quantidade de construções aumentou muito e assim o serviço para todos que nela trabalhavam.

Posteriormente, mudou-se e passou ocupar sua sede própria especialmente construída na Rua Engenheiro Diogo de Carvalho, proximidades da igreja de São Benedito, bem no centrinho de Vila Capivari.

A Copel ficou estabelecida pelo período de 14 anos. Na sede própria da Rua Engenheiro Diogo de Carvalho, em Vila Capivari, contava com uma Loja de Materiais para Construção, representando, dentre outras firmas de São Paulo, a Eucatex, a Hydra, etc. Durante o período em que esteve em atividade, a COPEL foi responsável pela construção de 85 obras diversas, dentre casas para turistas, Hotéis, Prédios de Apartamentos, etc..

Depois que a COPEL mudou-se para seu prédio próprio, no ano de 1959 meu pai Waldemar Ferreira da Rocha e o Professor Harry Mauritz Lewin, amigos de longa data, resolveram e nessa mesma casa, fundaram e instalaram a “Imobiliária Rocha” que, esteve estabelecida nesse local por uns três anos, antes de mudar-se para novo endereço. Note que nesta foto, na frente da casa, próximo à empena de madeira costaneira, estava a placa da com imagem estilizada a Pedra do Baú onde estava escrito “Imobiliária Rocha” e logo abaixo, uma placa menor, com os dizeres “Rocha & Lewin”,

Posteriormente, por alguns anos, esteve estabelecido nesse local o Hotel Ideal que, também, atendia com serviços de Restaurante. Dentre outros estabelecimentos comerciais que, também estiveram estabelecidos nesse local, durante muitos anos esteve estabelecido o Hotel e Restaurante Itália, atualmente, “Itália - Cantina e Ristorante”, do amigo Donizete.

OBS: Esta foto foi gentilmente cedida pela Família do saudoso Arakaki Masakasu.

 

 

 

Pessoas - João Leite


“As figuras populares surgem por algum tempo, perduram por algumas décadas e desaparecem da memória do povo.

João Leite chegou à cidade em 1.941, procedente de São Bento do Sapucaí, indo parar na Fazenda São Geraldo, de Raul Barbosa Lima.

Certa feita, levou uma chifrada de um boi bravo, na barriga, conseguiu a muito custo salvar-se, mas ficou meio abobalhado.

Ele tinha dois amigos fiéis, o cachorro Piloto e o saudoso Marcelo Duarte de Oliveira, que sempre levava, aos domingos, um prato de salgadinhos para João Leite.

Ele era um verdadeiro Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, redivivo. Velho e encarquilhado, pachorrento, ficava sempre sentado em algum banco da Praça São Benedito em Vila Capivari, seu lugar predileto, onde passava horas e horas sentado, quase sempre dormindo sentado, com as moscas a rondar seu nariz adunco e a face enrugada.

O andar era característico por causa do joelho valvo, acompanhado de seu fiel cão amarrado por uma corda.

As calças eram erguidas até quase o peito e uma calça estava sempre dobrada até as canelas. Sempre de paletó e chapeuzinho enterrado na cabeça. Era realmente um tipo popular que chamava a atenção de todo mundo.

João Leite tinha a mania de falar sozinho, resmungando e xingava a molecada que brincava com ele.”

OBS: Parte da crônica da autoria do advogado, escritor, jornalista e historiador Pedro Paulo Filho.

Foto da autoria da querida amiga Luciana Vitória Donato, tirada no centrinho da Vila Capivari, no dia 06 de novembro de 1982 e por ela gentilmente cedida.

 

 

 

Pessoas - Pracinha e D. Eunice


Na foto da década de 2000, o casal amigo Bento Rodrigues do Prado, o conhecido Pracinha e sua esposa Sra. Eunice Vieira do Prado.

Bento Rodrigues do Prado ficou conhecido pela alcunha de Pracinha desde quando, na década de 1940, foi convocado para o serviço militar pelo Exército Brasileiro. Tendo ficado de prontidão, aguardando convocação para integrar a Força Expedicionária Brasileira - F.E.B. para seguir para o teatro de operações da Itália, na IIª Guerra Mundial. Durante esse período, sempre que vinha para sua terra natal, São Bento do Sapucaí, vinha orgulhosamente vestido com o uniforme do Exército Brasileiro. Assim, começou a ser chamado de Pracinha, ficando a partir daí, por toda vida, conhecido por Pracinha. Vários daqueles que foram convocados na época, acabaram seguindo para os campos de batalha, inclusive, quatro daqui de Campos do Jordão. O nosso Pracinha, felizmente, não seguiu para os campos de batalha considerando que a IIª Guerra Mundial terminou em maio de 1945.

O conhecido Pracinha, durante muitas décadas, foi um dos principais profissionais especializados na arte da instalação e reparos de todo tipo de redes de águas e esgotos residenciais e comerciais de Campos do Jordão, comumente chamados de encanadores. Qualquer problema com esse tipo de serviço o primeiro que era procurado era o Pracinha e ele, sempre muito atencioso, sempre muito alegre e com um largo sorriso no rosto, vinha o mais rápido possível. Via de regra, seu fiel companheiro era o seu tradicional e famoso Jeep Willys Overland, modelo 1957, de cor verde, onde carregava na parte traseira, uma verdadeira oficina com as ferramentas especializadas e alguns materiais essenciais para executar os mais variados reparos.

Lembro-me muito bem, durante as décadas de 1950 até 1980, quando meu pai estava em plena atividade com a sua tradicional e saudosa “Imobiliária Rocha”, era o responsável pela administração de algumas dezenas de casas que pessoas residentes fora de Campos do Jordão, mantinham aqui na cidade para serem utilizadas em finais de semana e férias escolares de seus filhos. Nessa época, qualquer problema relacionado à parte hidráulica e rede de esgotos, o Pracinha estava sempre pronto e disponível para atender com a máxima presteza e rapidez.

Curiosamente, quando fui prestar exames para tirar minha carta de motorista, no longínquo ano de 1967, também lá estava o amigo Bento Rodrigues do Prado, o Pracinha. Nessa época o Delegado de Polícia de Campos do Jordão era o saudoso Dr. Benedito Dalmo Florence, mais conhecido como Dr. Dalmo, de boa estatura, bastante gordo, muito simpático, atencioso e grande escritor e poeta. Esses exames para motorista, além da parte prática de volante pelas vias públicas da cidade e estacionamento com baliza, acompanhado de um examinador, incluía, um ditado que era feito pelo próprio Delegado de Polícia. Ele escolhia uma frase ou um texto e ditava para que o candidato examinado pudesse escrever e demonstrar que não era analfabeto e que sabia escrever. O Dr. Dalmo nesse particular era inesquecível. Ele perguntava para o candidato qual era sua profissão. Dependendo da profissão de cada um ele fazia uma frase relativa a essa profissão e ditava para que o candidato escrevesse na folha de papel própria. Jamais me esqueci que o Pracinha estava à minha frente e seria examinado antes de mim. Atrás vários outros candidatos. Dr. Dalmo perguntou ao Pracinha “Qual a sua profissão?” e o Pracinha respondeu: “Eu sou encanador Doutor”. Dr. Dalmo falou: “Então escreva aí: Hoje vamos entrar pelo cano”. Foi uma risada geral de todos que estavam na fila. Felizmente o Pracinha escreveu direitinho e foi devidamente aprovado. Eu também fui aprovado.

Uma outra curiosidade. Eu, enquanto jovem, lá pelos idos de 1950 e 1960, era procurado por vários empreiteiros da construção civil, inclusive o Pracinha, para datilografar recibos de serviços prestados para que pudessem receber os valores das pessoas contratantes. Graças à minha boa memória, jamais me esqueci dos nomes completos desses empreiteiros. Até hoje, sempre que encontro com o Pracinha, especialmente no Banco, mesmo que ele não esteja me vendo, imediatamente, falo seu nome completo: Olá meu amigo Bento Rodrigues do Prado. Ele se vira rapidamente, olha para mim e diz: “Não acredito! Você sabe o meu nome completo. A maioria das pessoas só me chama por Pracinha.” Aí digo. “Desde que fico sabendo de um nome pela primeira vez, jamais esqueço.”

Sra. Eunice Vieira do Prado, a Matriarca da Família Rodrigues do Prado, mãe de seis filhos: Fátima Deuscélia, Rondon José, Maria Solange, José Getúlio, Isabel Cristina e Paulo Afonso, todos muito bem criados e pessoas valorosas que prestam relevantes serviços para a nossa cidade. D. Eunice sempre prestou relevantes serviços para as nossas Igrejas Católicas de Campos do Jordão. Durante muitos anos foi responsável por cursos de Catecismo, transmitindo e ensinando aos jovens, instruções orais metódicas elementares sobre os dogmas e preceitos da religião. Também, sempre, com sua voz maravilhosa, foi a destacada e apreciada interprete de lindas canções especialmente selecionadas para acompanhar missas, normais e casamentos diversos. Participa, também, de corais inesquecíveis, juntamente com muitas senhoras maravilhosas pertencentes à comunidade religiosa católica de Campos do Jordão. Atualmente participa de um coral especial que tem se destacado em diversas solenidades especiais de Campos do Jordão, o “Coral da Terceira Idade”.

OBS: Foto gentilmente disponibilizada no Facebook por membro da Família do Pracinha.

Conheça mais sobre os Expedicionários Jordanenses

 

 

 

Pessoas - Rosy Mary e Margareth


Uma foto atual mostrando duas lindas irmãs e queridas amigas, companheiras desde os tempos estudantis do Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão - CEENE, Rosy Mary S. Gizzi e Margareth S. Gizzi, filhas dos saudosos amigos Sr. Oswaldo Bueno Gizzi e D.Cacilda. Ele, durante várias décadas, foi o Coletor Estadual de Campos do Jordão, responsável pela antiga e saudosa Coletoria Estadual da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, responsável pela arrecadação das taxas, impostos e tributos estaduais e pelo pagamento dos proventos dos professores e funcionários públicos da rede estadual. Durante quase catorze anos, de 1965 a 1978, fomos visinhos de trabalho, no prédio localizado em Vila Abernéssia, ao lado do antigo e saudoso Banco Mercantil de São Paulo, atualmente Casas Bahia. Ele na Coletoria Estadual e eu no Posto Fiscal do Estado, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. No local do prédio em que trabalhamos, nas décadas de 1930 e 1940, esteve instalado o saudoso e famoso Cine Jandyra, o primeiro de Campos do Jordão, construído em terreno doado pelo inesquecível Dr. Robert John Reid que, em troca, somente pediu que o cinema tivesse o nome da sua filha Jandyra.

OBS: Foto gentilmente disponibilizada no Facebook pela amiga e companheira Rosy Mary S. Gizzi.

 

 

 

Pessoas - Maria Thereza e filhos


Uma bela foto da década de 1970 mostrando, acredito, em época de Carnaval, devidamente vestidos com roupas especiais para a ocasião, à esquerda Luiz Gonzaga Barros de Toledo, mais conhecido como Gonzaga e a irmãzinha Magda Thereza Barros de Toledo, ao lado da saudosa mãe Sra. Maria Thereza Barros de Toledo, na época, proprietária da saudosa e famosa “Malhas Magda”, malharia por ela idealizada, especializada em artigos de lã e malhas especiais que, na época, somente eram confeccionadas em Campos do Jordão e que deram grande impulso e fama para a cidade.. Essa malharia estava localizada na Av. Dr. Januário Miráglia, 726, em Vila Abernéssia, no mesmo local onde, atualmente está sediada a Clínica Média “SAMI - Serviços Assistência Médica Integral” .

OBS: Esta foto é da autoria do grande e saudoso amigo, Orestes Mário Donato, um dos maiores fotógrafos que já conheci e que teve a oportunidade de registrar belas paisagens de Campos do Jordão e momentos importantes da nossa história. A foto foi gentilmente disponibilizada pelas queridas amigas Malú Donato e Luciana Donato, respectivamente, sua esposa e filha.

 

 

 

Históricas - Edmundo em foto de Donato


Na década de 1950, meus pais e eu, Edmundo F. Rocha, mudamos para uma casa alugada, de propriedade do saudoso amigo Adauto Camargo Neves, existente na Av. Emílio Ribas, 908, ali no bairro do Capivari, nas proximidades do atual Hotel JB e do Posto Esso, já existente na época. Essa casa estava situada no local, onde hoje, pertence às queridas e simpáticas portuguesinhas do “Hotel Sagres”. Como era uma casa até relativamente grande, meu pai alugou para o amigo de longa data, Orestes Mário Donato, um de seus quartos para ele morar, fornecendo as refeições diárias e o café da manhã, claro, mediante pagamento do correspondente valor, de comum acordo entre ambos.

Nessa época, a Empresa Cadij, constituída com os ramos de Imobiliária e Construtora, de propriedade do saudoso Antonio Leite Marques, o Toninho, resolveu separar as duas atividades, ficando somente com a parte da Imobiliária. O Dr. Marcos Wulf Siegel que havia chegado em Campos do Jordão no ano de 1953, já como associado da CADIJ, resolveu assumir a parte da Construtora e assim, em 1954, fundou uma Construtora. Para sua instalação necessitava de um local. Essa Construtora passou a ser denominada pelo nome da autoria de Orestes M. Donato, COPEL, abreviatura de Construções, Projetos e Engenharia Limitada. O Engenheiro responsável pela COPEL era o Dr. José Ariosto Barbosa de Souza. Também fazia parte da administração o Professor Harly Trench. Como Orestes M. Donato, além das suas muitas outras habilidades, era especialista em projetos e desenhos, foi contratado para ser o projetista da COPEL. Meu pai, considerando que a casa onde já estávamos morando era muito grande, acabou por alugar duas salas existentes na frente dela e mais outros dois cômodos para o Dr. Marcos Siegel instalar a COPEL. Assim, meu pai, Waldemar F. Rocha, pelo seu grande conhecimento de construções em geral, atividade em que trabalhou por diversos anos, foi convidado para assumir as funções de mestre de obras da COPEL.

Orestes M. Donato, nas horas de folga, grande conhecedor da arte fotográfica, excelente fotógrafo, ganhava algum dinheiro extra com fotografias. Tudo que sei hoje sobre fotografias e até o amor pela arte fotográfica, com certeza, é herança dessa grande amizade que mantivemos, durante quase dez anos. Ele tirava as fotografias, revelava os filmes, fazia as cópias, ampliações e tudo mais que fosse necessário.

Numa determinada época, no ano de 1954, resolveu se inscrever num concurso de fotografias do Jornal Italiano, editado em São Paulo, de nome “Fanfula”. Como gostava e tinha grande habilidade em fotos tiradas em estúdio fotográfico, resolveu adaptar, fora do horário de trabalho, uma das salas utilizadas pela construtora Copel, onde trabalhava durante o dia e, também, muitas vezes, à noite. Também, precisava de um modelo. Como morávamos na mesma casa e éramos grandes amigos, acabei sendo o modelo dessas fotos enviadas para o concurso fotográfico.

Esta foto não é a foto que ele ganhou o concurso, porém, honestamente, eu gosto mais desta foto do que da foto vencedora. Até que eu não fui um modelo tão ruim. Até que eu tinha algum talento. Bons e saudosos tempos que ficarão eternamente em nossa lembrança.

OBS: Foto da autoria do saudoso amigo Orestes Mário Donato.

 

 

 

Históricas - Willie Schlote e a filha Helga


Uma bela e histórica foto do ano de 1949 mostrando o saudoso, simpático gentil e inesquecível Willie Schlote, tendo ao colo sua filhinha primogênita Helga. Essa foto foi tirada no centrinho da Vila Capivari, quase em frente ao tradicional restaurante “Ao Franciscano”, na época, de sua propriedade. No mesmo local, vários outros estabelecimentos com comércio do mesmo ramo tentaram sucesso. Alguns conseguiram algum êxito, porém a grande maioria só conseguiu decepções. Quem conseguiu sucesso por vários anos, foi o “Bar e Restaurante Três Irmãos”, de propriedade dos irmãos Abitante (Luiz, Sérgio e Orlando). Outros comerciantes estiveram estabelecidos no mesmo endereço, mas poucos conseguiram sucesso, dentre eles, os italianos Michelli Foschi e Mário Cavandoli, com a Confeitaria Italiana - CONFIT. Em determinada época, devido aos constantes insucessos dos comerciantes que naquele local tentavam se estabelecer, costumava-se dizer que ali havia caveira de burro enterrada. Esse encanto macabro somente foi definitivamente quebrado com a instalação do tradicional “Restaurante Nevada”, introduzido pelas mãos competentes do lusitano de boa estirpe, Sr. José Manuel Gonçalves, também carinhosamente conhecido como Zé do Nevada. O Nevada, como ficou conhecido, permanece até hoje, porém mais sofisticado que outrora.

Ao fundo da foto a “Farmácia Capivari”, anteriormente “Pharmácia Olivetti”, que existia no prédio onde, posteriormente, esteve sediada por muitos anos a Loja de Lembranças "A Tirolesa" ou “Jordanense” do Sr. Karl Polhüber e sua esposa D. Ernestina. Nesse mesmo prédio, muitos anos depois, já bastante modificado, agora em frente ao Hotel Estoril I, esteve estabelecida a Esquina do Pastel do José Luiz Santiago e da Mila Padula Santiago. Atualmente, em prédio moderno, totalmente remodelado, está a Osteria Peretti, do amigo Luiz Fernando Peretti, Restaurante especializado em risotos, galetos e Massas artesanais da nobre culinária italiana.

Willie Schlote trabalhou no Grande Hotel de Campos do Jordão desde o início da década de 1950. Durante muitos anos, foi Chefe dos garçons e responsável pelo Bar do saudoso Grande Hotel. Foi um dos alemães tripulantes do famoso navio alemão Windhuk que, em plena guerra, fugindo das embarcações da marinha inglesa, ancorou no porto de Santos no dia 07 de dezembro de 1939. Esses alemães do Windhuk se destacaram como profissionais de alta categoria e foram, sem dúvida, primordiais na organização, no crescimento e no progresso do ramo da hotelaria de Campos do Jordão. Vários deles se destacaram nas atividades de: barmens, cozinheiros, garçons, maîtres d´hotel, gerentes de hotéis, cabeleireiros, confeiteiros, enfim, em todas atividades ligadas ao ramo da hotelaria e do bom atendimento ao turista.

O Grande Hotel de Campos do Jordão foi construído pelo Interventor Dr. Adhemar Pereira de Barros e inaugurado em 02 de setembro de 1944. A partir do mês de junho de 1945 passou a funcionar como Grande Hotel Cassino até o mês de maio de 1946 quando o presidente da República General Eurico Gaspar Dutra, determinou o fechamento de todos os Cassinos no País.

O Grande Hotel continuou com suas atividades hoteleiras, prestando relevantes serviços à classe, fazendo história em Campos do Jordão. Foi um dos nossos principais hotéis, freqüentado por artistas nacionais e internacionais, políticos famosos e a nata da sociedade empresarial do país. Festas grandiosas e shows musicais inesquecíveis eram realizados em suas dependências. Durante inúmeras oportunidades foi noticiado nas colunas sociais das principais revistas e jornais do País. Infelizmente, devido a má administração, em 04 de agosto de 1980 encerrou suas atividades.

OBS: Foto gentilmente disponibilizada no Facebook pela companheira e amiga desde os tempos estudantis Helga Schlote.

 

 

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