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Fotografias Semanais que contam a
 história de Campos do Jordão.

de 12/12 a 18/12/2014

 

 

Personalidades - CAMPELLO


CAMPELLO, um apaixonado por Campos do Jordão

Plínio Freire de Sá Campello – (São Paulo 18/09/1909 – São Paulo 23/06/1993). Campello, como gostava de ser chamado, foi um eterno apaixonado por Campos do Jordão. Aqui chegou no ano de 1943 em busca da cura para a tuberculose. Como muitos que para cá vieram com a mesma finalidade, apaixonou-se pela terra que tão bem o acolheu. Curado nunca mais deixou Campos do Jordão.

Residindo em São Paulo, onde exercia suas atividades profissionais de radialista e publicitário, nunca mais se desligou destes Campos, para onde vinha com freqüência. “Dizia ele: “Morro em São Paulo e moro em Campos do Jordão”. Adquiriu propriedade no bairro "Abissínia", proximidades da Vila Capivari. No Bairro havia um estabelecimento comercial que ostentava na parede o letreiro: "Armazém Abissínia”. Campello propôs ao proprietário, às suas expensas, a mudança do nome para: "Armazém Recanto Feliz", o que foi feito. Com essa sua mudança até a denominação do Bairro passou para "Recanto Feliz".

A Associação Paulista de Propaganda, a Radio Bandeirantes, a Rádio Panamericana, hoje Jovem Pan e a Rádio Farroupilha de Porto Alegre, tiveram em Campello um dos seus fundadores.

A visão do grande idealista foi significativa e importante em pról do turismo e engrandecimento da sua cidade, divulgando seu nome no cenário Nacional e até Mundial. Preocupado em divulgar as maravilhas de Campos do Jordão, idealizou e promoveu diversos eventos. Em 1958 e 1959 idealizou e realizou o 1º e o 2º Rally do Rádio (corrida automobilística de regularidade), cujo percurso era de São Paulo a Campos do Jordão e vice-versa, transmitidos por 16 rádios-emissoras em cadeia. As ordens aos participantes eram transmitidas dos postos através do rádio. A divulgação dos Rallys foi feita por meio de cartazes impressos, distribuídos em São Paulo, Campos do Jordão e nas cidades do trajeto, no Vale do Paraíba.

Campello, em 18/02/1962, como vice diretor de turismo, na administração do dr. José Antônio Padovan, durante uma semana, realizou importante encontro de escritores e poetas, deixando registrada sua marca cultural no grande evento intitulado “Sete Noites e Sete Dias, de Romance e Poesia“, projetando o nome da cidade no cenário cultural do Brasil. Na época, em homenagem à Inteligência Brasileira, fez instalar no topo dos morros piras que ficaram acesas durante todo evento, dando um aspecto inusitado ao centro das vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari.

Para acolher e saudar os craques da Seleção Brasileira de Futebol, que se concentraram no Hotel Vila Inglesa no ano de 1962, para disputar a “Taça Jules Rimet” no Chile, produziu um cartaz de sua autoria, no qual aparecia ao fundo a Pedra do Baú, tendo em cima, um jogador de futebol chutando uma bola e os dizeres “Campos do Jordão - Estágio de Campeões” .

Como se não bastassem os eventos que idealizava e promovia, criou "slogans” que fugiam do lugar comum como “a Suíça Brasileira" ... e de muito maior impacto, contribuindo grandemente para a divulgação do nome da cidade que, dificilmente, conseguirá se livrar da frase ímpar da sua autoria, nossa maior propaganda: “Campos do Jordão, a 1700 metros acima das preocupações"; e outras como: “A Montanha Magnífica”, que o não menos intelectual e saudoso Pedro Paulo Filho, imortalizou em seus livros; “Uma Vista para o Infinito”; “Campos do Jordão onde é sempre estação”.

Como associado no Campos do Jordão Tênis Clube, em pouco tempo foi eleito Conselheiro e Presidente da entidade por quase trinta anos. Promoveu ali a dinamização das atividades esportivas e sociais. Transformou o sistema associativo com a adoção e oferta de Títulos Sociais. Com Estatutos atualizados, acrescentou a expressão "de Turismo" no nome do Clube. Acostumado a viver com a aristocrática sociedade paulistana, acolhia os visitantes mais ilustres de Campos do Jordão, sempre ao lado de grandes amigos e se sentia à vontade no Tênis Clube, verdadeira sala de visitas, acolhendo importantes Convenções e apresentando os melhores "shows” que se realizaram na Estância, como os “Bailes do Suéter”, o “Bal masqué de tête” e outros. Além de importantíssimos eventos trouxe convenções do IBC, das Associações Financeiras de todo o País, do Congresso Nacional de Anestesiologia, dos Mágicos Nacionais e Estrangeiros, uma memorável Festa Junina para a Fiat, filmada pela TV Italiana. Trouxe muitos artistas e conjuntos musicais no auge da fama e iniciou o pioneirismo em vídeo-clips paralelamente com som incrementado e música ao vivo.

Outro evento de repercussão internacional foi o Torneio Internacional de Tênis, com prêmios milionários, com transmissões pela TV para todo o país, reunindo os nomes mais expressivos nesse esporte no “ranking" mundial, como por exemplo o "Grand Smash” e o "Fiat Open”, nas temporadas de inverno, atraindo para Campos do Jordão a imprensa internacional e visitantes de todo o Brasil, divulgando o nome da Estância através desses importantes empreendimentos. O turismo em Campos do Jordão deve muito a Campello. Podemos até afirmar que tivemos dois períodos: um antes e outro depois de Campello.

A Câmara Municipal de Campos do Jordão soube reconhecer, em vida, o seu trabalho, concedendo-lhe, merecidamentre, o Título de “Cidadão Jordanense”. O seu nome ficou para a nossa história por tudo de bom e magistral que ele soube criar e fazer por Campos do Jordão, durante grande parte de sua longa vida, da qual, mais de cinquenta anos intimamente ligados a esta cidade que tanto amava, curtia, vivia e respeitava. Campello costumava dizer: “Viva intensamente cada momento da sua vida“. Com certeza, ele viveu e deixou muita saudade.

Edmundo Ferreira da Rocha

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Personalidades - Dr. REID


ROBERT JOHN REID (Aberdeen/Escócia - 22/12/1868 / Campos do Jordão-SP. 26/11/1937), era um engenheiro muito próspero, formado pela Universidade de Oxford, Inglaterra, nascido na longínqua Aberdeen, Condado de Inverness, na Escócia. Veio para o Brasil em 1896 e para Campos do Jordão em 1907 e aqui ficou morando nas primeiras décadas do século vinte, contratado para elaborar serviços de topografia visando à demarcação e à divisão judicial da imensa Fazenda Natal, nas terras da Mantiqueira que, na realidade, era constituída pela grande maioria das terras que formavam o Município dos Campos do Jordão. Após a conclusão de seus serviços em 1908, na impossibilidade de receber em dinheiro o valor referente a eles, acabou recebendo da Société Commérciale et Financièré Franco Brésilenne, como pagamento, boa quantidade de terras em Campos do Jordão.

Reid, como era comumente chamado (a pronúncia correta é RRID ou REED e não Reidi), primeiramente residiu na Vila Nova como era conhecida a vila existente na entrada de Campos do Jordão. Posteriormente, residiu durante muitos anos em sua Chácara situada na atual Vila Britânia, em seu famoso sobrado que tinha o nome de Vila Abernéssia. Anos mais tarde esse sobrado abrigou por várias décadas o saudoso, famoso “Conventinho dos Padres Franciscanos”, demolido na década de 1970.

Em 1915, fundou em suas terras a Vila Nova. Consta do Livro ”História de Campos do Jordão”, da autoria de Pedro Paulo Filho – Editora Santuário – 1986, Página 164, “Muitos outros ajudaram a fundar Vila Nova, e Octávio Bittencourt anotou a figura de Joaquim Ferreira da Rocha, que chegou com a Ferrovia e construiu a primeira casa em Vila Abernéssia, logo na entrada da Vila (Atual ASSISO)”. Também consta do livro – “Estações Climatéricas de São Paulo”, página 46, da autoria do Dr. Belfort de Mattos Filho, ano 1928 que a Vila foi formada em 1915 pelos Srs. Dr. Robert John Reid, João Rodrigues da Silva (o conhecido João Maquinista) e Joaquim Ferreira da Rocha. Quando doou um terreno para a construção de uma estação da Estrada de Ferro Campos do Jordão, Reid sugeriu que fosse denominada Abernéssia, mesmo nome de sua Chácara (antigo Conventinho da atual Vila Britânia). Posteriormente, com o consentimento geral, a vila fundada por Reid e outros foi por ele batizada com o nome de Vila Abernéssia.

Esse nome foi construído artesanalmente por Robert John Reid usando os nomes ABERDEEN, INVERNESS e ESCÓCIA. (ABERDEEN, do Condado de Aberdeenshire é a cidade da Escócia no Reino Unido onde nascera). É importante porto do Mar do Norte, com cerca de 216.000 habitantes (2008). É conhecida como a "cidade do granito" por haver muitos edifícios construídos à base dessa matéria-prima. É banhada pelo Mar do Norte e fica situada na foz dos rios Dee e Don. INVERNESS, também na Escócia, onde seu pai havia nascido. (Inverness é a maior cidade do Norte da Escócia e capital das terras altas, conhecidas como Highlands, local de muitas lendas e tradições. É uma cidade pequena e tranqüila, cortada pelo rio Ness). Retirou a primeira sílaba do nome da primeira ABER e a esta anexou a última sílaba do nome da segunda, NESS o que resultou em ABERNESS. Antes de concluir seu trabalho, acabou por acrescer o pequeno sufixo IA da Escócia, sua terra natal. Concluindo, denominou a nova vila ou Vila Nova, como muitos a chamaram durante vários anos, de Vila ABERNÉSSIA (ABER + NESS + IA).

Radicado em Campos do Jordão, Mr. Reid e Alfredo Jordão Junior tomaram a iniciativa da construção de uma usina hidrelétrica, cujas obras ficaram a cargo do construtor Floriano Rodrigues Pinheiro. A usina foi inaugurada em 15 de agosto de 1919, com a denominação de “Evangelina Faria Jordão”, em homenagem à esposa de Alfredo Jordão Jr. Essa usina, posteriormente, passou a ser conhecida como Usina Velha de Abernéssia ou Usina de Baixo. Em 1921, Reid criou a Empresa Elétrica de Campos do Jordão que, a partir de 1928, passou a ser denominada Companhia de Eletricidade de Campos do Jordão, e foi a responsável pela construção, por volta de 1930, da Usina do Fojo, nas proximidades da Lagoinha. Essas duas pequenas hidrelétricas abasteceram a cidade com energia elétrica por muitos anos. Posteriormente, o serviço de distribuição de energia elétrica passou para a responsabilidade da Companhia Sul Mineira de Eletricidade, Centrais Elétricas de Minas Gerais - CEMIG e Companhia Energética de São Paulo - CESP.

Robert Reid acabou adquirindo uma quantidade enorme de terras em Campos do Jordão e doou inúmeras áreas situadas na sua Vila Abernéssia ao Poder Público da Cidade, onde hoje se encontram alguns edifícios públicos.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Históricas - Heróis da 2ª Guerra


Campos do Jordão e seus heróis da segunda guerra mundial.

Mesmo com a eterna dúvida sobre o fim da IIª Guerra Mundial, em 2015 comemoramos 70 anos do seu término. Até hoje existe polêmica com relação às datas do início e término dessa Guerra. Geralmente, o dia 1º/09/1939 é considerado como a data inicial. A data do término, para alguns, foi dia 08/05/1945. Outros sugerem tenha terminado com o armistício de 14/08/1945, ao invés da rendição formal do Japão em 02/09/1945.

Para Campos do Jordão, no mês de maio de 1945, havia terminado a IIª Guerra Mundial. A sessão do Cine Glória foi interrompida e na tela apareceu a fantástica notícia: “Acabou a Guerra”. As luzes acenderam e os espectadores levantaram. Entre risos e abraços eram ouvidos gritos de alegria. Nas vias públicas houve festas com grande foguetório. Banda de música, desfile escolar, bandeirinhas verde-amarela à mão, as autoridades e o povo reuniam-se na Av. Dr. Januário Miráglia. Era um contentamento extraordinário. As pessoas saíam e se abraçavam em confraternização. Era comemorado o término do conflito mundial, que deixou atrás de si, um rastro de sangue e dor.

Na 1ª foto, de agosto de 1945, mesmo sob tempo chuvoso, grande parte da população Jordanense se concentrou em frente ao magistral “Monumento ao Expedicionário” (idealizado e montado pelo grande artista plástico Carlos Barreto), por ocasião da recepção dos heróis jordanenses que combateram na memorável campanha da Força Expedicionária Brasileira - F.E.B., no teatro de operações da Itália, na IIª Guerra Mundial.

No Palanque Oficial, autoridades preparadas, aguardavam para recepcionar a chegada triunfal de dois, dos três soldados expedicionários jordanenses, que heroicamente, combateram na memorável campanha da F.E.B. durante a guerra, nos campos da Itália. Dos três, somente o pracinha Vicente Francisco de Paula compareceu às homenagens. Os outros dois pracinhas, José Garcia de Mello, mais conhecido como Zé Jiló, deixou de comparecer por estar hospitalizado em S.Paulo e o soldado Antonio Bento de Abreu por falecimento no dia 13/04/1945, durante as operações militares no Vale do Rio Reno, nos campos de batalha da Itália. Postumamente, foi homenageado com os Diplomas “Medalha de Combate”, “Cruz de Combate” e “Medalha Sangue do Brasil”, assinados pelo Ministro da Guerra, no ano de 1945. Seus pais receberam ofício de 10/05/1945, assinado pelo General de Divisão – Comandante do 1º Escalão da F.E.B e da 1ª D.I.E., informando da sua heróica morte em campo de batalha.

Na oportunidade, em comovente solenidade, no centro da Praça da Bandeira, no saudoso e original Jardim da Vila Abernéssia, foi plantado 01 pinheiro em homenagem aos heróicos soldados expedicionários de Campos do Jordão, combatentes na memorável campanha da F.E.B.. Em frente a esse pinheiro, em 29/04/1990, na Administração do Prefeito Fausi Paulo, foi colocada placa alusiva a esse acontecimento, que permanece até os dias atuais. Esse pinheiro e mais um existente na Praça, infelizmente, foram derrubados pela tremenda tempestade que assolou Campos do Jordão no mês de maio/1994. No local do pinheiro central foi plantado novo exemplar que já está adulto. Ao contrário do que muitos pensam, os dois pinheiros laterais, nunca tiveram relação com a homenagem aos pracinhas. Foram plantados por escolares, em data comemorativa ao “Dia da Árvore”. O pinheiro central, posteriormente chamado de “Pinheiro dos Expedicionários”, inclusive, era mais velho que os dois laterais.

Na 2ª foto, no Palanque Oficial montado em frente ao “Monumento ao Expedicionário”, dentre outras autoridades e pessoas, estavam da esquerda para a direita: Frei João Crisóstomo Arns - O.F.M. (Ordem dos Frades Menores), Vigário da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus (22/11/1941 a 12/02/1947), (irmão do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e da saudosa Dona Zilda Arns), o benemérito Padre José Vita, o prefeito Lourival Francisco dos Santos (10/06/1941 a 12/07/1946), Paulo Sampaio Camargo, escrivão de polícia, não identificado, o pracinha da FEB Vicente Francisco de Paula, Sr. Altino Franco e Tarcísio Coutinho.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Históricas - Biblioteca


Biblioteca Municipal

No ano de 1960, reunidos no momento solene da inauguração da Biblioteca Municipal de Campos do Jordão, da esquerda para a direita, o prefeito Municipal, médico Dr. José Antonio Padovan (31/01/1959 a 31/12/1962); falando ao microfone da Radioemissora de Campos do Jordão - ZYL6, a mais alta do Brasil, o vereador Joaquim Corrêa Cintra, Diretor do Departamento Municipal de Turismo – DMTUR; o professor Harry Mauritz Lewin, responsável pela Biblioteca; Milton Valim da Coletoria Federal de Campos do Jordão, uma pessoa não identificada e o Sr. Waldomiro Buozzi.

O projeto de lei de 02 de setembro de 1957, visando a criação da Biblioteca Municipal de Campos do Jordão foi da autoria do vereador Miguel Lopes de Pina e foi aprovado pela Câmara Municipal de Campos do Jordão em sua 3ª Legislatura (01.01.1956 a 31.12.1959), em 23 de dezembro de 1959, em parecer assinado pelo então presidente Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo e pelo primeiro secretário Arakaki Masakasu (01.01.1959 a 31.12.1959). Ela foi criada através da Lei nº 301 de 28 de dezembro de 1959, promulgada pelo Prefeito Municipal, Dr. José Antonio Padovan (01/01/1959 a 31/12/1962).

Quando da sua inauguração, a Biblioteca Municipal de Campos do Jordão, foi instalada em salas do mesmo prédio onde estava instalada a Rádio Emissora de Campos do Jordão, pertencente ao Sr. Aziz Elias, situado na Av. Dr. Januário Miráglia, 1337, localizado em frente à Estação de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

Durante muitos anos, o professor Harry, comandou magnificamente nossa Biblioteca Municipal. Além de comandar com muita competência e habilidade nossa Biblioteca, com sua extrema capacidade profissional, profundo conhecimento geral, inclusive, literatura, foi excelente mestre, especialmente, das disciplinas: matemática, física, geografia, história, português, inglês, língua que falava e escrevia fluentemente e francês. Auxiliou e orientou grande número de estudantes jordanenses que necessitavam de seus préstimos para conseguirem aprovação em exames e provas nas escolas que estudavam, inclusive, exames vestibulares, sempre, conseguindo muito sucesso.

É importante registrar. Todo esse dedicado trabalho do professor Harry, orientando os estudantes que o procuravam, atendidos com aulas particulares ministradas na própria Biblioteca Municipal, não fazia parte das suas funções de bibliotecário, eram prestados gratuitamente.

Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados pelo professor Harry, nas atividades culturais e na formação cultural dos jovens Jordanenses, com muito mérito, de acordo com o Decreto nº 1.348 de 03/05/1985, promulgado pelo Prefeito Municipal Dr. João Paulo Ismael (01/02/1983 a 31/12/1988), ostenta o seu nome: Biblioteca Pública Municipal - “PROFESSOR HARRY MAURITZ LEWIN”.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Históricas - Farmácia Santa Izabel


A saudosa Farmácia Santa Izabel

A partir do ano 1922 ou 1926, a Farmácia Santa Izabel era de propriedade do farmacêutico Sr. Lucínio Castilho, seu primeiro proprietário que residiu em Campos do Jordão por muitos anos. Aqui chegou buscando o clima para a cura da tuberculose da primeira esposa, infelizmente, sem sucesso. Casou-se pela segunda vez, com uma cunhada. Infelizmente, a segunda esposa, também, morreu com a mesma doença.

No ano de 1934, o Sr. Lucinio Castilho foi acometido de problemas cardíacos e foi obrigado a mudar-se para a cidade de São Paulo. Nessa oportunidade, o cunhado e farmacêutico Sr. Américo Richieri e a esposa, irmã do Sr. Lucínio, Sra. Celina Castilho Richieri (em solteira Celina Célia Castilho), a D. Ciloca, transferiram residência de Jurucê-SP. para Campos do Jordão para administrar a Farmácia Santa Izabel.

Na seqüência, o Farmacêutico Sr. Américo Richieri, adquiriu a Farmácia Santa Izabel, no ano de 1934, sendo seu proprietário por várias décadas. Relatou o amigo Américo Richieri Filho: “Na seqüência tio Lucínio ganhou cem contos de reis na loteria, adquiriu farmácia na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, em São Paulo, vendeu a farmácia e a casa da Rua Brigadeiro Jordão para meus pais. A partir daí o casal fixou residência definitiva na cidade.”

Essa tradicional e famosa Farmácia, sempre, esteve situada no centrinho da Vila Abernéssia, no mesmo local onde permanece até hoje, sob nova direção. Sob o comando do Sr. Américo Richieri, permaneceu até a década de 1970. Era de estilo tradicional antigo, linda, maravilhosa, com enormes armários de madeira escurecida, dotados de portas emolduradas, também com madeira, com vidros transparentes, mostrando em seu interior, dispostos em prateleiras especiais, os diversos medicamentos expostos e colocados à disposição dos clientes. Seu balcão, também de madeira, mantinha em toda frente e tampo vidros, possibilitando a exposição dos produtos ali colocados para venda. A farmácia, com outro nome, existe até hoje, passando por diversos proprietários depois do Sr. Américo Richieri. Infelizmente, foi totalmente modificada. Os lindos armários de madeira e balcão envidraçados foram retirados, transformando-a numa Farmácia comum dos dias atuais, sem qualquer característica diferençada das demais. Perdeu a principal e inesquecível característica histórica de uma época maravilhosa.

Por essa farmácia passaram profissionais inesquecíveis que, por força de expressão, eram chamados de farmacêuticos. Dentre outros, o Seo Zezinho (José Soares de Oliveira), Castorino Ribeiro de Almeida, depois um dos primeiros proprietários da tradicional Farmácia Santo Antonio, o Seo Antonio e o José João da Silva, atualmente proprietário da Farmácia Santo Antonio juntamente com seu irmão Joaquim João da Silva. OBS: Foto gentilmente cedida pela Família Richieri.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Históricas - Cidade x Cidade


Cidade x Cidade

O programa de televisão “Cidade Contra Cidade” foi um marco de audiência e repercussão em todo estado de São Paulo. A televisão ainda era em branco e preto. A idéia desse programa com vários quesitos a serem cumpridos gerava uma disputa sadia entre as cidades, com um ritmo bastante competitivo estabelecia uma verdadeira olimpíada entre as delegações das cidades participantes que vinham de todo território brasileiro. Cada cidade levava ao programa suas melhores atrações locais, exibições folclóricas, curiosidades e relíquias históricas, garantindo para as que participavam recordes de audiência. Era verdadeira glória para as cidades, serem exibidas para todo país, mostrando seus valores. A cidade vencedora ganhava como prêmio uma ambulância zero quilometro que, na época, representava muito paras as administrações desses municípios do interior.

O Programa, criado na década de 1960, primeiramente, era exibido pela TV Tupi – Canal 4. Depois, na década de 1970 pela TVS. A partir da década de 1980 pelo Sistema Brasileiro de Televisão – SBT. Era apresentado às sextas-feiras no horário das 21h 45, pelo grande animador Silvio Santos. No início da década de 1970, mantinha excelentes índices de audiência. Classificava-se entre os dez programas de maior audiência da televisão na cidade de São Paulo, onde apenas dois eram da TV Tupi: a novela “Nino, o Italianinho” e o Programa “Cidade Contra Cidade”, comandado por Silvio Santos. Os outros mais vistos ficavam entre a TV Record e a TV Globo.

Silvio Santos marcou época com o Programa “Cidade Contra Cidade”. A versão a partir dos anos 80 passou a ser apresentada por Gugu Liberato.

Na noite de 30 de maio de 1969, todos os aparelhos de televisão de Campos do Jordão estavam ligados no Canal 4 - TV Tupi, no programa “Cidade contra Cidade”, de Sílvio Santos, onde os jordanenses, em competição disputadíssima, tentaram vencer a cidade de Aparecida.

No programa, Campos do Jordão apresentou o que de melhor possuía em recursos turísticos, culturais e artísticos, logrando a obtenção de um vitorioso empate com a cidade de Aparecida, que emocionou a população jordanense. Cada cidade recebeu como prêmio uma ambulância. Foi uma noite de glória para o saudoso e dinâmico Joaquim Correa Cintra, na época Diretor do Departamento Municipal de Turismo – DMTUR, da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, que coordenou a apresentação da equipe representativa de Campos do Jordão.

Na montagem das cenas e na confecção das decorações que valorizaram as apresentações de Campos do Jordão, foi valiosa a participação do artista plástico Paulo Persifal que residia na cidade naquela época.

Na foto, o momento em que o nosso coordenador e apresentador Joaquim Corrêa Cintra falava ao microfone, ao lado do grande professor Expedito Camargo Freire, o pintor da paisagem de Campos do Jordão. Os integrantes da equipe de Campos do Jordão - Gisela Maria Ghiringhelli e Alcides Alves dos Santos mostravam ao apresentador Silvio Santos, o quadro da autoria do Mestre Camargo Freire, com o título de “Hotel Bologna”.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

E.F.C.J. - E.F.C.J - Eletrificação


A Eletrificação da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

A Ferrovia, inaugurada em 15 de novembro de 1914, foi idealizada pelos médicos sanitaristas Emílio Ribas e Victor Godinho, visando o transporte mais confortável para os doentes acometidos de doenças respiratórias, especialmente a tuberculose, até a então Vila de Campos do Jordão, na esperança da cura através do clima, do repouso necessário e da alimentação regrada.

Visando a modernização e melhor utilização da Ferrovia, havia necessidade da sua eletrificação, possibilitando a utilização de Bondes maiores e mais modernos, movidos à eletricidade, para atender confortavelmente ao transporte de passageiros e maiores quantidades de cargas diversas. Esses serviços foram levados a efeito pelo Eng° Mascarenhas Neves. Através da lei 1940, de 21 de dezembro de 1922, foi autorizada a eletrificação da E. F. Campos do Jordão. A eletrificação foi executada pela The English Eletric Company.

A inauguração da eletrificação da Estrada de Ferro Campos do Jordão ocorreu no dia 21 de dezembro de 1924. Na foto desse dia especial: de chapéu nas mãos, o Dr. Carlos de Campos, de chapéu nas mãos, ilustre presidente do Estado de São Paulo, como era denominado na época, ex-deputado federal e jornalista do Jornal “Correio Paulistano”; à sua esquerda o senador Dr. Roberto Simonsen, grande proprietário e admirador da Estância; à direita, de vestido escuro, a Sra. Raquel Simonsen; também, grande número de pessoas, autoridades civis e militares de São Bento do Sapucaí a cuja Comarca pertencia a Vila de Campos do Jordão e representantes da imprensa. Dentre essas pessoas, o Dr. Gabriel Ribeiro dos Santos, Secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas; o Dr. José Mascarenhas Neves, Engenheiro Chefe da Ferrovia; o Dr. José Lobo, Secretário do Interior; o Dr. Mário Tavares, Secretário da Fazenda; o Dr. Baptista Pereira, Presidente do Tribunal de Justiça; Dr. Dino Bueno, Presidente do Senado; o Gal. Florindo Ramos, Deputado do Distrito; o Dr. Teófilo de Souza, diretor de Viação da Secretaria da Agricultura; o Dr. Luiz Marinho de Azevedo, autor do projeto de eletrificação e engenheiro fiscal de obra; O Sr. Thomas K. Willianson, representante da “The English Electric Co. Ltda.”.

Na foto, de bigodes brancos, o alegre e bem disposto Sr. Thadeu Rangel Pestana que veio para Campos do Jordão no ano de 1922, em busca da recuperação da saúde. Na oportunidade, fez a saudação ao presidente Dr. Carlos de Campos.

O presidente, depois de entregar pronto o serviço, dirigiu-se até a residência do Senador Roberto Simonsen, para um almoço especial, transportado em engalanado carro de bois, única condução da época, acompanhado de muitas pessoas fazendo batucada, com instrumentos de taquara e bambu. Na seqüência, seguiu para a inauguração da Fonte Simão, em Vila Capivari.

A partir da eletrificação foram os primeiros motorneiros: Antonio Lopes Pereira e José Luiz Alvarenga.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Hotéis - Hotel Augusta


Hotel Augusta

O lindo e aconchegante HOTEL AUGUSTA, um dos primeiros a integrar a rede hoteleira de Campos do Jordão. Este tradicional e famoso hotel, muito procurado pelos turistas que visitavam a Montanha Magnífica e freqüentavam nossa cidade, durante final da década de 1940 e décadas de 1950 e 1960, especialmente, nas estações da primavera e inverno, nos períodos das férias escolares, do Carnaval, Natal e final de ano, participou ativamente, prestando relevantes serviços em prol do progresso turístico de Campos do Jordão. De propriedade de Dona Augusta e do Sr. Eugênio Holl, estava localizado em Vila Capivari, na esquina da Av. Macedo Soares com a Rua Ribeiro de Almeida, no local onde hoje está sediado o “Hotel Solar da Montanha”, em frente ao badalado centro de convenções “Market Plazza”, do empresário e jornalista João Dória Junior.

 

 

 

Históricas - Prefeitura Municipal


A antiga e saudosa sede da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão.

Esta foto, da década de 1970, mostra o lindo, tradicional e saudoso prédio construído no final da década de 1920, que pertenceu à Sra. Maria Emília Sampaio Camargo que, juntamente com Floriano Rodrigues Pinheiro, José Torres, Marco Antonio Nogueira Cardoso, Nestor Ferreira da Rocha e Orivaldo Lima Cardoso e os drs. Antonio Gavião Gonzaga, Aristides de Souza Melo, Clóvis Corrêa, Décio Queirós Teles, Eduardo Levy Plínio da Rocha Mattos e Raphael de Paula Souza, no dia 16 de janeiro de 1931, fundaram a Associação dos Sanatorinhos Populares de Campos do Jordão, tendo ela sido sua primeira Presidente no período de 1931/1932. Esse prédio serviu como sua residência por alguns anos. Além desse prédio, ela era proprietária de muitos outros aqui em Campos do Jordão, localizados em Vila Abernéssia. Ficava ao lado do antigo Cine Glória, atual Espaço Cultural Dr. Além, também, na mesma Vila.

Na década de 1930 o prédio abrigou uma das primeiras escolas de Campos do Jordão. Na época, de curso básico, posteriormente denominado curso primário. Posteriormente, durante mais de quatro décadas, esse prédio foi utilizado como Sede da Prefeitura Municipal Sanitária de Campos do Jordão, posteriormente, da Estância de Campos do Jordão.

Lamentavelmente, esse prédio tradicional, de linda arquitetura, não chegou a ser tombado pelo Patrimônio Histórico, foi demolido na calada da madrugada, numa noite de sábado para domingo, no ano de 1994. Quando a maioria da população de Campos do Jordão que se preocupa com nossa história e cultura viu o que estava sendo feito com o tradicional prédio, não adiantava mais nada. A demolição já estava praticamente concluída. Nenhuma providência no sentido de embargar a demolição iria trazer o prédio de volta.

Depois da demolição, durante muito tempo, nada foi construído no terreno. Permaneceu praticamente vazio, abrigando nos fundos, somente antiga e pequena construção de madeira, utilizada no passado, como anexo da Prefeitura. A partir do ano de 2013 foi iniciada a construção de prédios ocupando totalmente a área. Esses prédios são constituídos de áreas comerciais para locação.

Hoje somente a saudade do prédio maravilhoso que, no passado, encantava jordanenses e turistas.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

 

Históricas - Mirante Boa Vista


Mirante Boa Vista

O saudoso Mirante estava localizado no Alto da Boa Vista, próximo ao Palácio Boa Vista. Pela estrada, passando o Palácio, no sentido do atual Auditório “Cláudio Santoro”, na Praça Dona Maria Maluf, tomava-se à direita e, depois, próximo da casa do saudoso Dr. Atílio Zelante Flosi, hoje pertencente à Sra. Lia Maria Aguiar, a segunda à esquerda, novamente à esquerda, no local da atual residência do Sr. Kim Wang, aproximadamente uns duzentos metros, lá estava localizado o majestoso Mirante.

Era uma obra arquitetônica bastante simples, até rudimentar, construída na década de 1950. Permaneceu prestando relevantes serviços aos jordanenses e, principalmente, aos turistas que visitavam Campos do Jordão, até a década de 1970. Sua estrutura era totalmente de madeira de eucalipto tratado. A escadaria, o assoalho, a armação do telhado e suas partes externas eram de madeira, tábuas, vigas, ripamento etc. Sua cobertura, de telhas do tipo Eternit ou Brasilit. Nas quatro faces, grandes janelas fixas de vidro. Possuía instalado eficiente sistema de para-raios, proporcionando caminho livre e fácil para as descargas atmosféricas, evitando perigo e danos.

Do alto do Mirante, maravilhosa e inesquecível visão de 360 graus das lindas paisagens de Campos do Jordão, especialmente no horizonte; bem à sua frente, a linda e exuberante Pedra do Baú. Era famoso e grande ponto de encontro de jovens, de pessoas de várias idades que se aventuravam nas grandes caminhadas pelas trilhas ecológicas da região, visando atingir a famosa Pedra do Baú, no município de São Bento do Sapucaí.

Era o local preferido para encontro de casais enamorados que, admirando a bela paisagem, trocavam juras de amor, ali passando momentos inesquecíveis de grande paixão.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

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