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Fotografias Semanais que contam a
 história de Campos do Jordão.

de 06/09 a 12/09/2018

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


A princípio, olhando sem muito cuidado, é muito difícil identificar o local dessa linda foto.

Esta foto, da década de 1940, mostra em seu primeiro plano, do lado esquerdo, um pouquinho da antiga e famosa “Favela” de Campos do Jordão, situada no início do Bairro Buraco da Onça, fundos da tradicional Vila Ferraz, com final aparecendo ao centro do primeiro plano da foto.

Um pouco mais acima, já no meio da foto, um belo Loteamento com alguns quarteirões bem definidos e diversas ruas. Nesse local foi instalado, no final da década de 1940 e início de 1950, o belo e tradicional Bairro denominado Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense. Bem à direita dessa área, um pouco escurecida, ao lado de uma casinha branca, a casa de Joaquim Ferreira da Rocha, a primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, construída entre os anos de 1914 e 1915, logo após sua chegada a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914.

Um pouco abaixo da linha do horizonte, quase ao centro, à esquerda, o prédio da Chácara Dom Bosco, da laboriosa Ordem dos Padres Diocesanos. Mais à direita, o imponente prédio do importante Sanatório Sírio de Campos do Jordão.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

Bem à direita estava situada a bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza, que pertencia ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A casa que aparece na foto foi a primeira casa de alvenaria da Vila Abernéssia (de tijolos unidos por argamassa), construída entre os de 1914 e 1915, logo após a chegada da família do meu avô Joaquim a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos. BR>
Anteriormente às casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).

Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.

A foto mostra a casa principal à direita, atrás uma construção branca que, na realidade, era a cozinha da casa. Um pouco mais à esquerda, uma pequena casinha que meu pai Waldemar construiu. Essa casinha era de madeira. Claro, construiu essa casinha com autorização do meu avô Joaquim. Quando meu pai casou com minha mãe Odete, no ano de 1942, foram morar nessa casinha e, no ano de 1943 foi nela que nasci. e, quando casou com minha mãe Odete foram morar nessa casinha. Moramos nessa casinha até o ano de 1950. Nessa época, quando do falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até o ano de 2016, nas proximidades dos Supermercados Paratodos, Rosado, Maktub e, atualmente, Mercadinho Piratininga..

Quase ao centro, à esquerda, o prédio da Chácara Dom Bosco, da laboriosa Ordem dos Padres Diocesanos. Também, uma casa de madeira que, infelizmente, não consegui identificar a quem pertencia.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

Bem à direita estava situada a bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza, que pertencia ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A casa que aparece na foto foi a primeira casa de alvenaria da Vila Abernéssia (de tijolos unidos por argamassa), construída entre os de 1914 e 1915, logo após a chegada da família do meu avô Joaquim a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos.

Anteriormente às casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).

Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.

A foto mostra a direita, a casa principal e atrás uma construção branca que, na realidade, era a cozinha da casa. Um pouco mais à esquerda, uma pequena casinha que meu pai Waldemar construiu. Essa casinha era de madeira. Claro, construiu essa casinha com autorização do meu avô Joaquim. Quando meu pai casou com minha mãe Odete, no ano de 1942, foram morar nessa casinha e, no ano de 1943 foi nela que nasci. e, quando casou com minha mãe Odete foram morar nessa casinha. Moramos nessa casinha até o ano de 1950. Nessa época, quando do falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até o ano de 2016, nas proximidades dos Supermercados Paratodos, Rosado, Maktub e, atualmente, Mercadinho Piratininga..

Antes de construir a casa de alvenaria a família morava em outra mais antiga, feita de madeira, situada na mesma propriedade, uma chácara com aproximadamente dez mil metros quadrados, com grande plantação de peras diversas, talvez, ao todo, mais de mil pereiras.

Tão logo a construção dessa casa foi concluída, antes de mudar-se para ela, seu Rocha alugou-a no ano de 1917, para o Senhor (Mister) George Friederick Morris, pai da querida amiga Senhora Sylvia Morris Siegel, casada com o grande e saudoso amigo Dr. Marcos Wulf Siegel, residentes na cidade de São José dos Campos.

Meus avós e os filhos moraram nessa casa até quase final da década de 1940. Já no final dessa década meus avós mudaram para a vizinha cidade de Pindamonhangaba. A grande casa, no ano de 1947, foi alugada e transformada em uma pensão para doentes acometidos do mal da época, a tuberculose. Nessa ocasião, embora já existissem vários sanatórios especializados para o tratamento dessa doença, ainda havia várias pensões que insistiam em acolher os acometidos do mal, mesmo existindo a recomendação contrária ao eventual tratamento da doença junto a essas pensões que, na realidade, careciam de tratamento mais especializado, acompanhado por profissionais e médicos especializados em tisiologia.

Exatamente nessa ocasião, nos idos de 1948, conheci Orestes Mário Donato que, a partir dessa época, tornou-se meu grande e constante amigo, passando a ser, num futuro até próximo, parte importante e decisiva no progresso da minha vida e na da minha família.

Enquanto esteve hospedado, impossível dizer internado, nessa pensão, que na ocasião pertencia ao Sr. Lauro Candeira, juntamente com outros amigos de saudosas memórias, como o Célio Duval Motta, o amigo Castro, Sr. Rezende, o Sr.Dorival Mendonça, mais conhecido por Índio, pai do Roberto da atual Romalar e do Adair, especialista em rádio e televisão, braço direito do Renato da atual Tomotec, e de tantos outros, o seu Orestes, como eu o denominava, era um companheiro especial. Acompanhava o seu Orestes em quase todas as suas caminhadas matinais que, por incrível que pareça, faziam parte do seu simples tratamento, obrigando-o a respirar o ar puro das manhãs, impregnado do aroma das araucárias, dos cedrinhos, dos pinhos-bravos e da relva molhada. Os caminhos percorridos eram desertos e maravilhosos. A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, além da referida pensão, o prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece à esquerda da foto, bem embaixo das grandes árvores que, na realidade, eram eucaliptos. Também existiram nessa Vila Fracalanza das décadas de 1940 e 1950, as casas do amigo Olegário Frozino, dona Domingas Pasquarelli, de duas senhoras das quais nunca consegui saber os nomes e, nas proximidades, o posto de gasolina do Sr. Horário Padovan, Casa de Sementes do Kenji Tamya, o pequeno Armazém Jordanense, dos irmãos Francisco e Antoninho Miranda, as casas de D. Maria Sandim, do seu Ditinho Neco, do seu Zezinho e D. Julieta, do seu Délio Rangel Pestana e D. Minita, a mansão dos Fracalanzas e algumas poucas outras.

Quase ao centro da foto, à esquerda, o prédio da Chácara Dom Bosco, da laboriosa Ordem dos Padres Diocesanos. Também, ao centro da foto, duas casas, uma de madeira e outra até grande, de pau-a-pique, coberta de sapé, que infelizmente não consegui identificar a quem pertenciam.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

No rodapé da foto e um pouco à direita, estava situada a bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza, que pertencia ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A casa que aparece na foto foi a primeira casa de alvenaria da Vila Abernéssia (de tijolos unidos por argamassa), construída entre os de 1914 e 1915, logo após a chegada da família do meu avô Joaquim a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos.

Na frente da casa de Joaquim Ferreira da Rocha, de frente para a avenida de ligação como era chamada na época, a atual Av. Dr. Januário Miráglia, o famoso muro de pedras que, logo estará completando cem anos.

Um pouco sobre esse histórico muro de pedras.

Durante a construção desse histórico muro de arrimo, trabalhavam em sua construção, operários comandados pelo Sr. José Ignácio Caldeira, pai do saudoso Marcos Damas Caldeira que, dedicou grande parte de sua vida e trabalho em prol da Companhia Telefônica de Campos do Jordão, na época, pertencente à Estrada de Ferro Campos do Jordão.

Esse muro é realmente histórico. Ele foi habilmente construído sob o comando do experiente Sr. José Ignácio Caldeira, amigo íntimo de meu avô Joaquim Ferreira da Rocha que o contratou para a execução desse importante muro de arrimo, serviço de grande responsabilidade para a época considerando que, naquele tempo, pouco se sabia sobre concreto armado e ferragens de amarração, sustentação e apoio. As grandes pedras eram sobrepostas uma sobre a outra sem a utilização de cimento para fixação e rejunte.

Com a grande e vasta experiência mencionada, adquirida por Joaquim Ferreira da Rocha, na construção de muitos muros de arrimo. Também, com a experiência adquirida por seu genro Floriano Pinheiro, especialmente, durante a construção da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Todas elas, somadas à experiência e grande amizade entre estes e o Empreiteiro Sr. José Ignácio Caldeira, responsável contratado por meu avô Joaquim Ferreira da Rocha, para a construção do muro de arrimo da sua chácara acima referida, o sucesso do trabalho bem feito, pode ser admirado e comprovado na foto e até os dias atuais, depois de quase um século.

Muitos muros de arrimo construídos na atualidade, com alta tecnologia e progressos da engenharia, contando com a utilização do concreto armado, ferros de diversos calibres e implantação de vigorosas vigas atirantadas, infelizmente, já vieram ao chão em muito pouco tempo.

Com relação à primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia. Anteriormente a essas casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).

Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.

À esquerda e ao fundo dessa a casa principal meu pai Waldemar F.Rocha construiu uma pequena casinha. Essa casinha era de madeira. Claro, construiu essa casinha com autorização do meu avô Joaquim. Quando meu pai casou com minha mãe Odete, no ano de 1942, foram morar nessa casinha e, no ano de 1943 foi nela que nasci. e, quando casou com minha mãe Odete foram morar nessa casinha. Moramos nessa casinha até o ano de 1950. Nessa época, quando do falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até o ano de 2016, nas proximidades dos Supermercados Paratodos, Rosado, Maktub e, atualmente, Mercadinho Piratininga..

Antes de construir a casa de alvenaria a família morava em outra mais antiga, feita de madeira, situada na mesma propriedade, uma chácara com aproximadamente dez mil metros quadrados, com grande plantação de peras diversas, talvez, ao todo, mais de mil pereiras.

Tão logo a construção dessa casa foi concluída, antes de mudar-se para ela, seu Rocha alugou-a no ano de 1917, para o Senhor (Mister) George Friederick Morris, pai da querida amiga Senhora Sylvia Morris Siegel, casada com o grande e saudoso amigo Dr. Marcos Wulf Siegel, residentes na cidade de São José dos Campos.

Meus avós e os filhos moraram nessa casa até quase final da década de 1940. Já no final dessa década meus avós mudaram para a vizinha cidade de Pindamonhangaba. A grande casa, no ano de 1947, foi alugada e transformada em uma pensão para doentes acometidos do mal da época, a tuberculose. Nessa ocasião, embora já existissem vários sanatórios especializados para o tratamento dessa doença, ainda havia várias pensões que insistiam em acolher os acometidos do mal, mesmo existindo a recomendação contrária ao eventual tratamento da doença junto a essas pensões que, na realidade, careciam de tratamento mais especializado, acompanhado por profissionais e médicos especializados em tisiologia.

Exatamente nessa ocasião, nos idos de 1948, conheci Orestes Mário Donato que, a partir dessa época, tornou-se meu grande e constante amigo, passando a ser, num futuro até próximo, parte importante e decisiva no progresso da minha vida e na da minha família.

Enquanto esteve hospedado, impossível dizer internado, nessa pensão, que na ocasião pertencia ao Sr. Lauro Candeira, juntamente com outros amigos de saudosas memórias, como o Célio Duval Motta, o amigo Castro, Sr. Rezende, o Sr.Dorival Mendonça, mais conhecido por Índio, pai do Roberto da atual Romalar e do Adair, especialista em rádio e televisão, braço direito do Renato da atual Tomotec, e de tantos outros, o seu Orestes, como eu o denominava, era um companheiro especial. Acompanhava o seu Orestes em quase todas as suas caminhadas matinais que, por incrível que pareça, faziam parte do seu simples tratamento, obrigando-o a respirar o ar puro das manhãs, impregnado do aroma das araucárias, dos cedrinhos, dos pinhos-bravos e da relva molhada. Os caminhos percorridos eram desertos e maravilhosos.

A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, além da referida pensão acima mencionada, o prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece acima do centro da foto, bem embaixo das grandes árvores que, na realidade, eram eucaliptos.

Vale a pena relembrar um pouco da história que envolve a antiga e tradicional Pensão Sans Souci.

Na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

Também existiram nessa Vila Fracalanza das décadas de 1940 e 1950, as casas do amigo Olegário Frozino, dona Domingas Pasquarelli, de duas senhoras das quais nunca consegui saber os nomes e, nas proximidades, o posto de gasolina do Sr. Horário Padovan, Casa de Sementes do Kenji Tamya, o pequeno Armazém Jordanense, dos irmãos Francisco e Antoninho Miranda, as casas de D. Maria Sandim, do Sr. Benedito Corrêa da Silva , o conhecido seu Ditinho Neco, a esposa D. Evangelina Gonçalves e os filhos Ailton, Domício Pazzianoto e Cleuza Gonçalves, do Sr. José Augusto dos Santos Filho, o conhecido seu Zezinho e D. Julieta, do seu Délio Rangel Pestana e D. Minita, a mansão dos Fracalanzas e algumas poucas outras.

Ao fundo da foto o local onde, posteriormente, foi criado o conhecido Bairro do Buraco da Onça onde, durante muitos anos, existiu a primeira e conhecida favela de Campos do Jordão.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

No rodapé da foto e bem à direita à direita, estava situada a bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza, que pertencia ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A casa que aparece na foto foi a primeira casa de alvenaria da Vila Abernéssia (de tijolos unidos por argamassa), construída entre os de 1914 e 1915, logo após a chegada da família do meu avô Joaquim a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos.

Na frente da casa de Joaquim Ferreira da Rocha, de frente para a avenida de ligação como era chamada na época, a atual Av. Dr. Januário Miráglia, o famoso muro de pedras que, logo estará completando cem (100) anos.

Um pouco sobre esse histórico muro de pedras.

Durante a construção desse histórico muro de arrimo, trabalhavam em sua construção, operários comandados pelo Sr. José Ignácio Caldeira, pai do saudoso Marcos Damas Caldeira que, dedicou grande parte de sua vida e trabalho em prol da Companhia Telefônica de Campos do Jordão, na época, pertencente à Estrada de Ferro Campos do Jordão.

Esse muro é realmente histórico. Ele foi habilmente construído sob o comando do experiente Sr. José Ignácio Caldeira, amigo íntimo de meu avô Joaquim Ferreira da Rocha que o contratou para a execução desse importante muro de arrimo, serviço de grande responsabilidade para a época considerando que, naquele tempo, pouco se sabia sobre concreto armado e ferragens de amarração, sustentação e apoio. As grandes pedras eram sobrepostas uma sobre a outra sem a utilização de cimento para fixação e rejunte.

Com a grande e vasta experiência mencionada, adquirida por Joaquim Ferreira da Rocha, na construção de muitos muros de arrimo. Também, com a experiência adquirida por seu genro Floriano Pinheiro, especialmente, durante a construção da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Todas elas, somadas à experiência e grande amizade entre estes e o Empreiteiro Sr. José Ignácio Caldeira, responsável contratado por meu avô Joaquim Ferreira da Rocha, para a construção do muro de arrimo da sua chácara acima referida, o sucesso do trabalho bem feito, pode ser admirado e comprovado na foto e até os dias atuais, depois de quase um século.

Muitos muros de arrimo construídos na atualidade, com alta tecnologia e progressos da engenharia, contando com a utilização do concreto armado, ferros de diversos calibres e implantação de vigorosas vigas atirantadas, infelizmente, já vieram ao chão em muito pouco tempo.

Com relação à primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia. Anteriormente a essas casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).

Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.

À esquerda e ao fundo dessa a casa principal meu pai Waldemar F.Rocha construiu uma pequena casinha. Essa casinha era de madeira. Claro, construiu essa casinha com autorização do meu avô Joaquim. Quando meu pai casou com minha mãe Odete, no ano de 1942, foram morar nessa casinha e, no ano de 1943 foi nela que nasci. e, quando casou com minha mãe Odete foram morar nessa casinha. Moramos nessa casinha até o ano de 1950. Nessa época, quando do falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até o ano de 2016, nas proximidades dos Supermercados Paratodos, Rosado, Maktub e, atualmente, Mercadinho Piratininga..

Antes de construir a casa de alvenaria a família morava em outra mais antiga, feita de madeira, situada na mesma propriedade, uma chácara com aproximadamente dez mil metros quadrados, com grande plantação de peras diversas, talvez, ao todo, mais de mil pereiras.

Tão logo a construção dessa casa foi concluída, antes de mudar-se para ela, seu Rocha alugou-a no ano de 1917, para o Senhor (Mister) George Friederick Morris, pai da querida amiga Senhora Sylvia Morris Siegel, casada com o grande e saudoso amigo Dr. Marcos Wulf Siegel, residentes na cidade de São José dos Campos.

Meus avós e os filhos moraram nessa casa até quase final da década de 1940. Já no final dessa década meus avós mudaram para a vizinha cidade de Pindamonhangaba. A grande casa, no ano de 1947, foi alugada e transformada em uma pensão para doentes acometidos do mal da época, a tuberculose. Nessa ocasião, embora já existissem vários sanatórios especializados para o tratamento dessa doença, ainda havia várias pensões que insistiam em acolher os acometidos do mal, mesmo existindo a recomendação contrária ao eventual tratamento da doença junto a essas pensões que, na realidade, careciam de tratamento mais especializado, acompanhado por profissionais e médicos especializados em tisiologia.

Exatamente nessa ocasião, nos idos de 1948, conheci Orestes Mário Donato que, a partir dessa época, tornou-se meu grande e constante amigo, passando a ser, num futuro até próximo, parte importante e decisiva no progresso da minha vida e na da minha família.

Enquanto esteve hospedado, impossível dizer internado, nessa pensão, que na ocasião pertencia ao Sr. Lauro Candeira, juntamente com outros amigos de saudosas memórias, como o Célio Duval Motta, o amigo Castro, Sr. Rezende, o Sr.Dorival Mendonça, mais conhecido por Índio, pai do Roberto da atual Romalar e do Adair, especialista em rádio e televisão, braço direito do Renato da atual Tomotec, e de tantos outros, o seu Orestes, como eu o denominava, era um companheiro especial. Acompanhava o seu Orestes em quase todas as suas caminhadas matinais que, por incrível que pareça, faziam parte do seu simples tratamento, obrigando-o a respirar o ar puro das manhãs, impregnado do aroma das araucárias, dos cedrinhos, dos pinhos-bravos e da relva molhada. Os caminhos percorridos eram desertos e maravilhosos.

A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, além da referida pensão acima mencionada, o prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece acima do centro da foto, bem embaixo das grandes árvores que, na realidade, eram eucaliptos.

Vale a pena relembrar um pouco da história que envolve a antiga e tradicional Pensão Sans Souci.

Na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

À esquerda da foto, em construção, ficava o tradicional Posto Fracalanza especializado em combustíveis em geral, com a bandeira da “Atlantic” que, desde a década de 1940 até a década de 1960, pertenceu ao saudoso Sr. Horácio Padovan, localizado na esquina da Av. Dr. Januário Miráglia com a Rua João Rodrigues da Silva que dá acesso à Vila Ferraz. Posteriormente nesse mesmo local esteve sediada a Mantivel - Mantiqueira de Veículos Ltda., representante da marca volkswagen, tendo como um dos sócios o também saudoso Dr. Moacyr Padovan, um dos filhos do Sr. Horácio. Mais tarde foi totalmente demolido e em seu lugar, englobando, inclusive, a área que pertencia à casa que está na foto, foi construído um grande prédio para abrigar um Supermercado. Nesse prédio já estiveram estabelecidos os supermercados: Paratodos, Rosado, Maktube e, atualmente, Piratininga.

À esquerda do Posto Fracalanza, a Rua João Rodrigues da Silva e as casas existentes na época, poucas das quais ainda existem até os dias atuais.

Um pouco à direita do Posto Fracalanzsa e quase atrás dele, a casa branca que aprece um pouco atrás era a casa da Família Pasquarelli, do saudoso casal Sr. Fabiano Pasquarelli e D. Domenica Fiorentina Pasquarelli e filhos.

Ao fundo da foto o local onde, posteriormente, foi criado o conhecido Bairro do Buraco da Onça onde, durante muitos anos, existiu a primeira e conhecida favela de Campos do Jordão.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1930


Foto da década de 1930.

Essa foi a primeira casa feita em alvenaria (tijolos unidos por argamassa) em Campos do Jordão.

Estava situada numa bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza. Pertenceu ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A partir de 1950, após o falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até este ano de 2016, nas proximidades do local onde estiveram estabelecidos os supermercados: Paratodos, Rosado, Maktube e, atualmente, Piratininga.

Anteriormente às casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).

Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.

Essa casa foi construída por um pioneiro destes Campos do Jordão, tendo vindo para cá com a família, junto com a construção da Estrada de Ferro Campos do Jordão, durante os anos de 1912 a 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos.

Antes de construir essa casa a família morava em outra mais antiga, feita de madeira, situada na mesma propriedade, uma chácara com aproximadamente dez mil metros quadrados, com grande plantação de peras diversas, talvez, ao todo, mais de mil pereiras.

Tão logo a construção dessa casa foi concluída, antes de mudar-se para ela, seu Rocha alugou-a no ano de 1917, para o Senhor (Mister) George Friederick Morris, pai da querida amiga Senhora Sylvia Morris Siegel, casada com o grande e saudoso amigo Dr. Marcos Wulf Siegel, residentes na cidade de São José dos Campos.

Meus avós e os filhos moraram nessa casa até quase final da década de 1940. Já no final dessa década meus avós mudaram para a vizinha cidade de Pindamonhangaba. A grande casa, no ano de 1947, foi alugada e transformada em uma pensão para doentes acometidos do mal da época, a tuberculose. Nessa ocasião, embora já existissem vários sanatórios especializados para o tratamento dessa doença, ainda havia várias pensões que insistiam em acolher os acometidos do mal, mesmo existindo a recomendação contrária ao eventual tratamento da doença junto a essas pensões que, na realidade, careciam de tratamento mais especializado, acompanhado por profissionais e médicos especializados em tisiologia.

Exatamente nessa ocasião, nos idos de 1948, conheci Orestes Mário Donato que, a partir dessa época, tornou-se meu grande e constante amigo, passando a ser, num futuro até próximo, parte importante e decisiva no progresso da minha vida e na da minha família.

Enquanto esteve hospedado, impossível dizer internado, nessa pensão, que na ocasião pertencia ao Sr. Lauro Candeira, juntamente com outros amigos de saudosas memórias, como o Célio Duval Motta, o amigo Castro, Sr. Rezende, o Sr.Dorival Mendonça, mais conhecido por Índio, pai do Roberto da atual Romalar e do Adair, especialista em rádio e televisão, braço direito do Renato da atual Tomotec, e de tantos outros, o seu Orestes, como eu o denominava, era um companheiro especial. Acompanhava o seu Orestes em quase todas as suas caminhadas matinais que, por incrível que pareça, faziam parte do seu simples tratamento, obrigando-o a respirar o ar puro das manhãs, impregnado do aroma das araucárias, dos cedrinhos, dos pinhos-bravos e da relva molhada. Os caminhos percorridos eram desertos e maravilhosos.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1930


Foto da década de 1930 mostrando, com boa visão, a grandiosidade de parte da famosa propriedade denominada “Chácara Fracalanza”, ainda existente, localizada no bairro que recebeu, merecidamente, o nome de Vila Fracalanza, mostrando a magnífica e bela casa principal, na época, de propriedade do Sr. Julio Fracalanza.

A linda casa principal, acredito, em estilo português, na época, pertencia ao saudoso Sr. Julio Fracalanza, um pioneiro de Campos do Jordão, desde os anos da década de 1910. Essa casa está situada no local atualmente denominado Vila Fracalanza, em homenagem à família pioneira, embora bastante prejudicada pelo passar do tempo, continua muito bonita, guardando seu imponente estilo que a tornou diferençada em relação às demais existentes na região. Atualmente, parte dessa propriedade, inclusive a casa, pertencente aos familiares.

Praticamente, toda área que aparece na foto e muito mais, pertencia ao mesmo proprietário e fazia parte dessa Chácara.

JULIO FRACALANZA, foi importante e famoso industrial paulista, filho de Angelo Fracalanza que, em 1884, iniciou as atividades da Metalúrgica Fracalanza, especializada na produção de artigos de utilidade doméstica, entre eles, talheres, baixelas, bandejas, panelas, etc., especialmente em aço inoxidável e prata. A indústria foi transformada em S/A no ano de 1922, e Julio Fracalanza assumiu sua direção em 01 de maio de 1923.

Julio Fracalanza, no início da década de 1920, iniciou aqui em Campos do Jordão o cultivo de frutas européias que se adaptavam muito bem ao clima e ao nosso solo, em sua famosa propriedade situada na entrada da então Vila Nova, atual Vila Abernéssia, nas proximidades da Chácara Dom Bosco, dos padres salesianos, bem na frente do nosso saudoso Sanatório Sírio. Nessa propriedade, denominada “Chácara Fracalanza”, formou um grande pomar, chegando a ter, aproximadamente, vinte mil árvores variadas, entre elas, macieiras, pessegueiros, pereiras e ameixeiras.

Em sua chácara que se notabilizou pela sua plantação pioneira de frutas tipicamente européias, produziu, durante várias décadas, frutas de excelente qualidade e em grande quantidade, especialmente diversos tipos de maçãs, dentre elas: Deliciosa vermelha, Calvile Blanche, Renette Canadá e Belle Fleur Jaime. Julio Fracalanza valorizou e notabilizou a cidade de Campos do Jordão, tendo sido o pioneiro, não só em Campos do Jordão, como no estado de São Paulo e no Brasil.

Com essa plantação e cultivo das maçãs, a atividade tomou grande impulso em Campos do Jordão, incentivando diversos outros produtores, dentre eles o Sr. Paulo Bockmann que, na realidade, acabou se transformando no maior produtor de toda região, sendo até cognominado como o “Rei das Maçãs”.

Durante boa parte das décadas de 1950 e 1960, Campos do Jordão, graças ao início da cultura da maçã, pelo Sr. Julio Fracalanza, foi palco de seis “Festas Nacionais da Maçã”, iniciadas através do dedicado trabalho desenvolvido pelo saudoso e competente Engenheiro Agrônomo da nossa Casa da Agricultura, Dr. Shizuto José Murayama.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1930


Foto da década de 1930 mostrando, com boa visão, parte da a grandiosidade da famosa propriedade denominada “Chácara Fracalanza”, ainda existente, localizada no bairro que recebeu, merecidamente, o nome de Vila Fracalanza, mostrando a magnífica e bela casa principal, na época, de propriedade do Sr. Julio Fracalanza.

A linda casa principal, acredito, em estilo português, na época, pertencia ao saudoso Sr. Julio Fracalanza, um pioneiro de Campos do Jordão, desde os anos da década de 1910. Essa casa está situada no local atualmente denominado Vila Fracalanza, em homenagem à família pioneira, embora bastante prejudicada pelo passar do tempo, continua muito bonita, guardando seu imponente estilo que a tornou diferençada em relação às demais existentes na região. Atualmente, parte dessa propriedade, inclusive a casa, pertencente aos familiares.

Praticamente, toda área que aparece na foto e muito mais, pertencia ao mesmo proprietário e fazia parte dessa Chácara.

JULIO FRACALANZA, foi importante e famoso industrial paulista, filho de Angelo Fracalanza que, em 1884, iniciou as atividades da Metalúrgica Fracalanza, especializada na produção de artigos de utilidade doméstica, entre eles, talheres, baixelas, bandejas, panelas, etc., especialmente em aço inoxidável e prata. A indústria foi transformada em S/A no ano de 1922, e Julio Fracalanza assumiu sua direção em 01 de maio de 1923.

Julio Fracalanza, no início da década de 1920, iniciou aqui em Campos do Jordão o cultivo de frutas européias que se adaptavam muito bem ao clima e ao nosso solo, em sua famosa propriedade situada na entrada da então Vila Nova, atual Vila Abernéssia, nas proximidades da Chácara Dom Bosco, dos padres salesianos, bem na frente do nosso saudoso Sanatório Sírio. Nessa propriedade, denominada “Chácara Fracalanza”, formou um grande pomar, chegando a ter, aproximadamente, vinte mil árvores variadas, entre elas, macieiras, pessegueiros, pereiras e ameixeiras.

Em sua chácara que se notabilizou pela sua plantação pioneira de frutas tipicamente européias, produziu, durante várias décadas, frutas de excelente qualidade e em grande quantidade, especialmente diversos tipos de maçãs, dentre elas: Deliciosa vermelha, Calvile Blanche, Renette Canadá e Belle Fleur Jaime. Julio Fracalanza valorizou e notabilizou a cidade de Campos do Jordão, tendo sido o pioneiro, não só em Campos do Jordão, como no estado de São Paulo e no Brasil.

Com essa plantação e cultivo das maçãs, a atividade tomou grande impulso em Campos do Jordão, incentivando diversos outros produtores, dentre eles o Sr. Paulo Bockmann que, na realidade, acabou se transformando no maior produtor de toda região, sendo até cognominado como o “Rei das Maçãs”.

Durante boa parte das décadas de 1950 e 1960, Campos do Jordão, graças ao início da cultura da maçã, pelo Sr. Julio Fracalanza, foi palco de seis “Festas Nacionais da Maçã”, iniciadas através do dedicado trabalho desenvolvido pelo saudoso e competente Engenheiro Agrônomo da nossa Casa da Agricultura, Dr. Shizuto José Murayama.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1930


Foto da década de 1930 mostrando, com boa visão a grandiosidade, parte da famosa propriedade denominada “Chácara Fracalanza”, ainda existente, localizada no bairro que recebeu, merecidamente, o nome de Vila Fracalanza, mostrando a magnífica e bela casa principal, na época, de propriedade do Sr. Julio Fracalanza.

A linda casa principal, acredito, em estilo português, na época, pertencia ao saudoso Sr. Julio Fracalanza, um pioneiro de Campos do Jordão, desde os anos da década de 1910. Essa casa está situada no local atualmente denominado Vila Fracalanza, em homenagem à família pioneira, embora bastante prejudicada pelo passar do tempo, continua muito bonita, guardando seu imponente estilo que a tornou diferençada em relação às demais existentes na região. Atualmente, parte dessa propriedade, inclusive a casa, pertencente aos familiares.

Praticamente, toda área que aparece na foto e muito mais, pertencia ao mesmo proprietário e fazia parte dessa Chácara.

JULIO FRACALANZA, foi importante e famoso industrial paulista, filho de Angelo Fracalanza que, em 1884, iniciou as atividades da Metalúrgica Fracalanza, especializada na produção de artigos de utilidade doméstica, entre eles, talheres, baixelas, bandejas, panelas, etc., especialmente em aço inoxidável e prata. A indústria foi transformada em S/A no ano de 1922, e Julio Fracalanza assumiu sua direção em 01 de maio de 1923.

Julio Fracalanza, no início da década de 1920, iniciou aqui em Campos do Jordão o cultivo de frutas européias que se adaptavam muito bem ao clima e ao nosso solo, em sua famosa propriedade situada na entrada da então Vila Nova, atual Vila Abernéssia, nas proximidades da Chácara Dom Bosco, dos padres salesianos, bem na frente do nosso saudoso Sanatório Sírio. Nessa propriedade, denominada “Chácara Fracalanza”, formou um grande pomar, chegando a ter, aproximadamente, vinte mil árvores variadas, entre elas, macieiras, pessegueiros, pereiras e ameixeiras.

Em sua chácara que se notabilizou pela sua plantação pioneira de frutas tipicamente européias, produziu, durante várias décadas, frutas de excelente qualidade e em grande quantidade, especialmente diversos tipos de maçãs, dentre elas: Deliciosa vermelha, Calvile Blanche, Renette Canadá e Belle Fleur Jaime. Julio Fracalanza valorizou e notabilizou a cidade de Campos do Jordão, tendo sido o pioneiro, não só em Campos do Jordão, como no estado de São Paulo e no Brasil.

Com essa plantação e cultivo das maçãs, a atividade tomou grande impulso em Campos do Jordão, incentivando diversos outros produtores, dentre eles o Sr. Paulo Bockmann que, na realidade, acabou se transformando no maior produtor de toda região, sendo até cognominado como o “Rei das Maçãs”.

Durante boa parte das décadas de 1950 e 1960, Campos do Jordão, graças ao início da cultura da maçã, pelo Sr. Julio Fracalanza, foi palco de seis “Festas Nacionais da Maçã”, iniciadas através do dedicado trabalho desenvolvido pelo saudoso e competente Engenheiro Agrônomo da nossa Casa da Agricultura, Dr. Shizuto José Murayama.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1940


Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, uma aproximação do prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece acima do centro da foto, bem embaixo das grandes árvores, pinheiros (araucária brasiliensis) e, também, de grandes eucaliptos.

Vale a pena relembrar um pouco da história que envolve a antiga e tradicional Pensão Sans Souci.

Na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

Também existiram nessa Vila Fracalanza das décadas de 1940 e 1950, as casas de Joaquim Ferreira da Rocha, a primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, a casa do amigo Olegário Frozino, dona Domingas Pasquarelli, de duas senhoras das quais nunca consegui saber os nomes e, nas proximidades, o posto de gasolina do Sr. Horário Padovan, Casa de Sementes do Kenji Tamya, o pequeno Armazém Jordanense, dos irmãos Francisco e Antoninho Miranda, as casas de D. Maria Sandim, do Sr. Benedito Corrêa da Silva, o conhecido seu Ditinho Neco, a esposa D. Evangelina Gonçalves e os filhos Ailton, Domício Pazzianoto e Cleuza Gonçalves, do Sr. José Augusto dos Santos Filho, o conhecido seu Zezinho e a esposa D. Julieta, do seu Délio Rangel Pestana e D. Minita, a mansão dos Fracalanzas e algumas poucas outras.

 

 

 

Históricas - Vila Fracalanza - Década 1920


- A histórica Pensão Sans-Souci em foto da década de 1920

Sanssouci (em francês: sem preocupação) é o antigo Palácio de Verão de Frederico, o Grande, rei da Prússia, em Potsdam, mesmo à saída de Berlim. É frequentemente incluído na lista dos palácios alemães rivais do Château de Versailles. Embora Sanssouci ostente o mais íntimo estilo Rococó e seja muito menor que o seu oponente construído no estilo Barroco Francês, é notável pelos numerosos templos e outras construções de jardim do seu Parque.

Consta que, as primeiras construções da Vila Nova, em Campos do Jordão, depois denominada Vila Abernéssia, foram: a casa da chácara chamada de “Vila Abernéssia”, do Dr. Robert John Reid, localizada no acesso da atual Vila Britânia, onde posteriormente esteve instalado o famoso Conventinho dos Padres Franciscanos; a enorme casa construída pelo Dr. José de Magalhães, no final de 1896 e utilizada como sua residência – depois da sua morte, em 1899, foi transformada na famosa Pensão Sans-Souci (montada por Tancredo Moreira Leal, filho do Conde Moreira Leal); e a casa de Julio Fracalanza, situada na atual Vila Fracalanza, a residência do Banco do Brasil que ficava na subida que demanda ao Bairro Santa Cruz, à direita; e, além dessas, a primeira casa de alvenaria construída na atual Vila Abernéssia, de propriedade de Joaquim Ferreira da Rocha, que aqui chegou, no ano de 1914, junto com a construção da ferrovia da Estrada de Ferro Campos do Jordão – EFCJ, no acesso à atual Vila Fracalanza, no local onde está sediada a Assistência S. e Social – ASSISO, da Irmandade do Sagrado Coração de Jesus, e as casas de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista, construídas ao longo da Avenida de Ligação, atual Av. Dr. Januário Miráglia, a partir dos números 893 até 909.

A primeira pensão de Campos do Jordão, de propriedade de Dona Purezinha Marcondes, a princípio, funcionava na atual Av. Frei Orestes Girardi, anteriormente Av. Dr. Januário Miráglia, 906, depois se mudou para o lado direito da Igreja Matriz de Santa Teresinha do Menino Jesus, no sentido de quem olha para a frente da Igreja. Ficou famosa pelo seu nível de atendimento e higiene. Estava instalada em uma grande casa construída de madeira e toda pintada de azul, daí ter ficado conhecida como Pensão Azul. Posteriormente, a partir da década de 1920, passou para as mãos de Arthur Ramozzi. A partir de 1922 passou para as mãos de Francisco Perrone Netto e Antonio de Pádua Cerqueira. Muitos anos mais tarde, em 1939, quando a Pensão Azul transformou-se no Pensionato Santa Terezinha, de propriedade de Gildo e Mário Andreoli, perdeu o carisma. O prédio, que era do major Ignácio Siqueira Bicudo, de Pindamonhangaba, sofreu um violento incêndio, na tarde do dia 6 de agosto de 1945, que o destruiu completamente, obrigando a retirada, às pressas, de 58 doentes.

Também na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci. A terceira foi a Pensão Belo Horizonte no Alto da Vila Suíça, no final da atual rua Dr. Reid.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

Edmundo Ferreira da Rocha - 20.01.2013

 

 

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