Fotografias Semanais que contam a
história de
Campos do Jordão.
de
18/05 a 24/05/2012
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Próspero Olivetti
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Próspero Olivetti era italiano de nascimento. Fez do Brasil sua segunda pátria e Campos do Jordão a cidade predileta onde fixou residência. Foi muito querido e respeitado em Campos do Jordão, sobretudo e especialmente, em Vila Abernéssia.
Nos anos de 1916 e 1917, em épocas dificílimas, sem visar lucros ou futuros esplendorosos, construiu alguns prédios de grande valor, de aspectos modernos para a época que, inclusive, permanecem até hoje.
Na Rua Brigadeiro Jordão construiu três grandes prédios. O maior e mais charmoso dos três, com dois majestosos andares superiores, o Palacete Olivetti, inaugurado no ano de 1921, foi sede da “Pensão Sanatório Campos do Jordão” que, posteriormente, por várias décadas, foi sede do Hotel Montanhês e, por último, por algum tempo, sede da Prefeitura Municipal.
Ao lado foi construído um amplo e elegante prédio, com o andar térreo ocupado por estabelecimentos comerciais e, no andar superior, durante algum tempo, abrigou a “Pensão Mantiqueira” e, posteriormente, por vários anos, o Hotel Brasil.
Também, na mesma rua Brigadeiro Jordão, construiu na esquina com a Rua Pereira Barreto, o prédio que, durante muitos anos, abrigou a Câmara Municipal de Campos do Jordão.
Próspero Olivetti foi um dos primeiros comerciantes de Vila Abernéssia. Foi subprefeito de Campos do Jordão no período de 1924 a 1926, posteriormente à criação da Subprefeitura de Campos do Jordão, em 1º de janeiro de 1918.
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Nelson Soares
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Nelson Soares, o conhecido Nelson do Correio, durante muitos anos, até sua aposentadoria, trabalhou na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Trabalhou também, como enfermeiro, no consultório do grande e saudoso médico pneumologista e tisiologista, Dr. Guilherme Schultz, situado na Avenida Dr. Macedo Soares, em frente ao atual Hotel Estoril I, morando durante muitos anos, numa edícula situada nos fundos. Também trabalhava como cobrador das mensalidades dos sócios do Abernéssia Futebol Clube e, ainda aos domingos, trabalhava como porteiro do clube.
Foi ainda, durante muitos anos, representante dos Jornais “O Estado de São Paulo” e “Folha de São Paulo”.
Depois que saiu de Vila Capivari, morou com a família, por muitos anos, na tradicional e aconchegante Vila Ferraz.
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João de Sá
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João de Sá, natural do Rio de Janeiro, veio para Campos do Jordão - que cantaria em seus versos - em busca de saúde. Jornalista, atuou em vários órgãos da imprensa jordanense. Foi redator do jornal “A Folha de Campos do Jordão” de 1958, ano de sua fundação, até 1963.
Poeta, escreveu versos cheios de sentimentos, de “ânsias” e “incertezas”, todos repletos de lirismo. Dele escreveu Walter Dalla Déa, que no livro “O Poeta de Campos do Jordão: João de Sá” reuniu alguns dos melhores trabalhos do poeta:
“João de Sá foi poeta, não um vendedor de versos...”
Foi o autor do “Hino a Campos do Jordão”, oficializado pelo Município.
João de Sá faleceu nos Campos (que cantou em suas quadras: “Campos do Jordão tão lindo/ Parecerá até pecado.../Mas, Deus! De poder infindo!/Aqui Fostes exagerado!!!) em 05 de dezembro de 1965.
OBS: Do livro “Ruas da minha cidade Campos do Jordão”, da autoria de Arakaki Masakasu, página 137 - Lis Gráfica e Editora Ltda. - 1988.
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Eduardo Fucciolo
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Eduardo Fucciolo, grande cidadão que, durante vários anos residiu em Campos do Jordão, tendo trabalhado e prestado relevantes serviços como Fiscal Sanitário junto ao Centro de Saúde de Campos do Jordão.
Era pessoa de grande cultura e saber invejável. Amigo de todos, foi um eterno apaixonado pela pesca esportiva e pela arte da fotografia. Foi um excelente fotógrafo que, durante várias décadas, registrou para a história, imagens inéditas de Campos do Jordão.
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Rogério F. Godoy
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Rogério Feliciano de Godoy, o sertanista e político mais procurado pelas tropas mineiras durante a Revolução de 1932, filho de Feliciano de Godoy, nascido no ano de 1885, na Fazenda da Guarda, em Campos do Jordão, foi homem bom, prestativo, trabalhador e de inúmeros amigos.
Lembro-me bem do seu Rogério ou Rogelão da Guarda, como era conhecido. Na década de 1950, ele e meu pai eram bons a assíduos amigos que gostavam de bater longos papos no Cartório do Registro Civil, na época, sob a responsabilidade do Tabelião Sebastião Pinto. Esse Cartório estava sediado na atual esquina da Av. Dr. Januário Miráglia com a Rua Noêmia Damas Cintra, no mesmo local onde foi construído o prédio da agência do Banco Mercantil de São Paulo, do Dr. Gastão Vidigal, atualmente, sede das Casas Bahia. Tenho até uma fotografia que dentro em breve estarei colocando no site, onde apareceu o Seu Rogério e meu pai Waldemar Ferreira da Rocha. A foto, além de histórica é engraçada. Seu Rogério, um homem de estatura bem avantajada, tinha 2,10 (dois metros e dez centímetros de altura), a pessoa de maior estatura que já conheci. Meu pai, um homem de pouco mais de 1,60 (um metro e sessenta de altura). Para tirar a foto meu pai subiu em uma pedra que havia na frente do Cartório e, mesmo assim, ficou bem mais baixo que o Seu Rogério.
Contam os mais antigos que, na época da “Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de 1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil, houve tentativa de acerto de contas entre paulistas e mineiros, frente a descontentamentos ocorridos na época da política do “café com leite”. Com essa política ocorreu o revezamento do poder nacional executada na República Velha entre 1898 e 1930, por presidentes civis fortemente influenciados pelo setor agrário dos estados de São Paulo - mais poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café - e Minas Gerais - maior pólo eleitoral do país da época e produtor de leite.
Durante a Revolução de 1932, guerrilheiros do sul de Minas Gerais, tentaram liquidar com alguns líderes políticos paulistas, de grande influência e poder junto às tropas paulistas.
Nessa época, na região das Fazendas da Guarda e Fazenda do Retiro, hoje Região do Horto Florestal, aconteceram ataques inesperados de mineiros vindos da região de Itajubá.
Minha mãe Odete Pavan que, nessa época, morava na Fazenda do Retiro, proximidades da Fazenda da Guarda, contava também que, em determinada noite, os mineiros vieram dispostos a liquidar com os líderes dos paulistas na região, especialmente Rogério Feliciano de Godoy. Foi iniciado tiroteio que criou grande alvoroço entre os moradores da região. As mães pegaram seus filhos e filhas e se abrigaram em quarto da Fazenda do Retiro, onde morava Rogério. Chegaram, inclusive, a esconder as crianças embaixo de camas e armários, na tentativa de escaparem das balas do forte tiroteio. Minha mãe, com apenas nove anos de idade, era uma dessas crianças.
Minha mãe contou também que, o tiroteio durou a noite toda. Contou ainda, que houve várias conversas e tentativas de entendimentos entre mineiros e paulistas. Num desses contatos, Rogério Feliciano de Godoy, vestindo enorme capa preta e chapéu na cabeça, estava entre os paulistas, porém, como os mineiros não o conheciam e nunca o tinham visto, felizmente, nada de pior aconteceu. No dia seguinte os mineiros foram embora e os moradores puderam ver que as paredes externas do casarão da Fazenda Retiro, estava crivado pelas balas do tiroteio. Até poucos anos, ainda era possível ver essas marcas.
Edmundo Ferreira da Rocha
Maio 2012
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Nhozinho São Thiago
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Domingos José Alves São Thiago Junior, o conhecido Nhozinho São Thiago, nascido no ano de 1865, na cidade de São João Del Reis-MG., nesta foto, aos 84 anos de idade, foi um dos pioneiros que chegaram em Campos do Jordão no início de século XX, em liteira, como respirante, em busca da cura para a tuberculose.
Apesar de toda dificuldade encontrada para aqui chegar, tendo somente a seu favor, o clima privilegiado, os cuidados especiais e o repouso necessário, com sua grande vivacidade de espírito e humor privilegiado, deu grande ânimo aos seus parceiros que para cá vieram em busca do mesmo objetivo, impondo-lhes grandes doses de entusiasmo e força de vontade. Por esse seu jeito especial de ser, sua contagiante simpatia e alegria, foi cognominado de “Show Jordanense”. Nhozinho São Thiago faleceu em Campos do Jordão, no dia 27 de maio de 1949
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Joaquim Ferreira da Rocha
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Joaquim Ferreira da Rocha, nascido em 25 de março de 1870, chegou ao Brasil, na Cidade do Rio de Janeiro, por volta do ano de 1881, oito anos da Proclamação da República. Companheiro de Sebastião de Oliveira Damas, conterrâneo da mesma freguesia de São Martinho da Sardoura, concelho de Castelo de Paiva, Portugal, chegou a Campos do Jordão junto com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, no ano de 1914. Foi um dos sub-empreiteiros de serviços da ferrovia, responsável pela construção de muros de arrimo, nas encostas dos cortes efetuados na Serra da Mantiqueira e vãos de pedras sobrepostas dos pontilhões ao longo da ferrovia.
Joaquim Ferreira da Rocha foi casado com Maria Gütler Rocha, filha de Austríacos, nascida na Cidade de Araraquara-SP., com quem teve quatorze filhos.
Joaquim Ferreira da Rocha construiu, no ano de 1914, a primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, no local onde, atualmente, esta sediada a sede da Obra Social ASSISO, das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, proximidades do Supermercado Rosado, anteriormente, Paratodos.
Morou em Campos do Jordão até final da década de 1940, quando foi residir na vizinha Cidade de Pindamonhangaba-SP..
Juntamente com Floriano Rodrigues Pinheiro, também seu conterrâneo de Castelo de Paiva, Portugal, também um dos pioneiros trabalhadores da Estrada de Ferro Campos do Jordão que, mais tarde veio a tornar-se seu genro, casando-se com sua filha Izabel, montou, na década de 1920, uma das primeiras Construtoras de Campos do Jordão a "Rocha e Pinheiro". Mais tarde, com a sua aposentadoria, essa construtora passou para a propriedade e responsabilidade de Floriano. Essa Construtora perdurou até proximidades da década de 1980 e foi a responsável pela construção de inúmeras e grandiosas obras em Campos do Jordão, dentre elas o Hotel Toriba e a Igreja de Santa Terezinha.
Joaquim Ferreira da Rocha desde que chegou ao Brasil, nunca mais retornou para Portugal. Amava o Brasil e Campos do Jordão. Dizia que aqui era a sua Pátria e esta a sua Cidade, pois aqui constituiu sua família e viveu com muito orgulho e felicidade. Faleceu na Cidade de Pindamonhangaba, no dia 05 de março de 1951.
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João Leite
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As figuras populares surgem por algum tempo, perduram por algumas décadas e desaparecem da memória do povo.
João Leite chegou à cidade em 1.941, procedente de São Bento do Sapucaí, indo parar na Fazenda São Geraldo, de Raul Barbosa Lima.
Certa feita, levou uma chifrada de um boi bravo, na barriga, conseguiu a muito custo salvar-se, mas ficou meio abobalhado.
Ele tinha dois amigos fiéis, o cachorro Piloto e o saudoso Marcelo Duarte de Oliveira, que sempre levava, aos domingos, um prato de salgadinhos para João Leite.
Ele era um verdadeiro Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, redivivo. Velho e encarquilhado, pachorrento, ficava sempre sentado em algum banco da Praça São Benedito em Vila Capivari, seu lugar predileto, onde passava horas e horas sentado, quase sempre dormindo sentado, com as moscas a rondar seu nariz adunco e a face enrugada.
O andar era característico por causa do joelho valvo, acompanhado de seu fiel cão amarrado por uma corda.
As calças eram erguidas até quase o peito e uma calça estava sempre dobrada até as canelas. Sempre de paletó e chapeuzinho enterrado na cabeça. Era realmente um tipo popular que chamava a atenção de todo mundo.
João Leite tinha a mania de falar sozinho, resmungando e xingava a molecada que brincava com ele.
Ele tinha um jeito todo especial de tratar as pessoas a quem queria agradar, chamando-as de “minha égua” ou “minha cabrita”.
Ele faleceu aos 104 anos de idade no Sanatório São Paulo.
OBS: Parte da crônica “João Leite está no céu”, da autoria do escritor, poeta e jornalista Pedro Paulo Filho.
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Rubens E. Sirin
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Rubens Endel Sirin, um dos filhos do casal pioneiro de Campos do Jordão, Alexandre Sirin e D. Karlinda Antonia Sirin, proprietários da famosa e importante Pensão Báltica, construída no início da década de 1920, que prestou relevantes serviços nos primórdios de Campos do Jordão, na área da hospedagem em geral, para todos que procuravam a cidade e seu clima privilegiado. Está situada na Vila Velha, onde começou a história de Campos do Jordão, a atual Vila Jaguaribe, ali nas proximidades da atual Igreja de Nossa Senhora da Saúde. Na época em que se tornou famosa, era considerada pensão oficializada, funcionando em regime sanatorial, abrigando pessoas que para cá vinham em busca da cura da tuberculose.
A Pensão Báltica foi dirigida pelo casal Sirin por várias décadas, disponibilizando boas acomodações e alimentação saudável, necessária ao tratamento de muitos que lá ficavam hospedados. A casa existe até hoje e, por incrível que pareça, continua nas mãos de sucessores da família Sirin. Atualmente, reside nessa casa a professora Salme Sirin Esquível. Em outra casa, na mesma propriedade, o irmão Rubens Endel Sirin.
Para esta casa o tempo não passou. Depois de quase 90 anos, ela continua praticamente intacta e idêntica ao que era no princípio. Recentemente foi reformada e exibe sua beleza para todos que passam ali nas proximidades do Grupo Escolar Dr. Domingos Jaguaribe, na Av. Eduardo Moreira da Cruz.
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José Paulo Lopes
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José Paulo Lopes, grande Jordanense que, infelizmente, nos deixou prematuramente, também, acometido por sério e fulminante ataque cardíaco, na véspera do Dia das Mães do ano de 2011.
José Paulo ou Zé Paulo como era conhecido pelos amigos, descendente de família humilde e trabalhadora, no começo de sua vida passou por momentos difíceis e arrochados. Começou trabalhando no Escritório Atlas pertencente ao saudoso Homero Marcos de Toledo Grilo, como “office-boy”, depois, passando a cobrador e auxiliar de serviços de despachante. Bastante interessado em crescer na vida, logo que aprendeu os serviços de despachante, prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de Despachante Oficial.
Posteriormente, deixando o Escritório Atlas, ingressou no Escritório Comercial de Contabilidade - Dr. Moacyr Padovan - MP, desempenhando, com muito sucesso e esmero, juntamente com outro despachante oficial Marino Vieira de Novaes, os serviços relacionados a essa atividade.
Retornando aos estudos, ingressou na Faculdade de Direito de Taubaté, onde concluiu o curso com bastante êxito. Na seqüência, prestou os exames exigidos pela Ordem dos Advogados - OAB e foi brilhantemente aprovado, ingressando no quadro de advogados da 84ª Subseção da OAB - Campos do Jordão.
Daí para frente resolveu abrir seu próprio escritório de contabilidade, despachante e advocacia, a AGEDEL, com absoluto e imediato sucesso que, continua até hoje, prestando relevantes serviços nessas atividades, através de sócios e de seu filho Daniel.
José Paulo, sempre muito compenetrado em todos serviços sob sua responsabilidade, estudioso e dedicado, tornou-se grande e respeitado advogado de Campos do Jordão, graças ao seu jeito simples, amigo e sério de trabalhar.
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Robert John Reid
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ROBERT JOHN REID (22/12/1868 Aberdeen/Escócia - 26/11/1937 Campos do Jordão-SP.), era um engenheiro muito próspero, formado pela Universidade de Oxford, Inglaterra, nascido na longínqua Aberdeen, Condado de Inverness, na Escócia. Veio para o Brasil em 1896 e para Campos do Jordão em 1907 e aqui ficou morando nas primeiras décadas do século vinte, contratado para elaborar serviços de topografia visando à demarcação e à divisão judicial da imensa Fazenda Natal, nas terras da Mantiqueira que, na realidade, era constituída pela grande maioria das terras que formavam o Município dos Campos do Jordão. Após a conclusão de seus serviços em 1908, na impossibilidade de receber em dinheiro o valor referente a eles, acabou recebendo da Société Commérciale et Financièré Franco Brésilenne, como pagamento, boa quantidade de terras em Campos do Jordão.
Reid, como era comumente chamado (a pronúncia correta é RRID ou REED e não Reidi), primeiramente residiu na Vila Nova como era conhecida a vila existente na entrada de Campos do Jordão, numa antiga casa que já havia sido uma Casa de Saúde de propriedade de Plínio de Godoy e João Marcondes Romeiro, situada nos altos da atual Vila Suíça, antiga moradia de Ignácio Caetano Vieira de Carvalho, nas proximidades da atual Escola “Dr. Tancredo de Almeida Neves”. Posteriormente, residiu durante muitos anos em sua Chácara situada na atual Vila Britânia, em seu famoso sobrado que tinha o nome de Vila Abernéssia. Anos mais tarde esse sobrado abrigou, por várias décadas, famoso e saudoso Conventinho dos Padres Franciscanos, demolido na década de 1970.
Em 1915, fundou em suas terras a Vila Nova. Consta do Livro ”História de Campos do Jordão”, da autoria de Pedro Paulo Filho – Editora Santuário – 1986, Página 164, “Muitos outros ajudaram a fundar Vila Nova, e Octávio Bittencourt anotou a figura de Joaquim Ferreira da Rocha, que chegou com a Ferrovia e construiu a primeira casa em Vila Abernéssia, logo na entrada da Vila (Atual ASSISO)”. Também consta do livro – “Estações Climatéricas de São Paulo”, página 46, da autoria do Dr. Belfort de Mattos Filho, ano 1928 que a Vila foi formada em 1915 pelos Srs. Dr. Robert John Reid, João Rodrigues da Silva (o conhecido João Maquinista) e Joaquim Ferreira da Rocha. Quando Robert John Reid doou um terreno para a construção da primeira estação da Estrada de Ferro Campos do Jordão, sugeriu que fosse denominada Abernéssia, mesmo nome da sua Chácara (antigo Conventinho da atual Vila Britânia). Posteriormente, com o consentimento geral, a vila fundada por Reid e outros foi por ele batizada com o nome de Vila Abernéssia. Esse nome foi construído artesanalmente por Robert John Reid usando os nomes ABERDEEN, INVERNESS e ESCÓCIA. (ABERDEEN, do Condado de Aberdeenshire é a cidade da Escócia no Reino Unido onde nascera). É importante porto do Mar do Norte, com cerca de 216.000 habitantes (2008). É conhecida como a "cidade do granito" por haver muitos edifícios construídos à base dessa matéria-prima. É banhada pelo Mar do Norte e fica situada na foz dos rios Dee e Don. INVERNESS, também na Escócia, onde seu pai havia nascido. (Inverness é a maior cidade do Norte da Escócia e capital das terras altas, conhecidas como Highlands, local de muitas lendas e tradições. É uma cidade pequena e tranqüila, cortada pelo rio Ness). Retirou a primeira sílaba do nome da primeira ABER e a esta anexou a última sílaba do nome da segunda, NESS o que resultou em ABERNESS. Antes de concluir seu trabalho, acabou por acrescer o pequeno sufixo IA da Escócia, sua terra natal. Concluindo, denominou a nova vila ou Vila Nova, como muitos a chamaram durante vários anos, de Vila ABERNÉSSIA (ABER + NESS + IA).
Posteriormente, já radicado em Campos do Jordão, Mr. Reid e Alfredo Jordão Junior tomaram a iniciativa da construção de uma usina hidrelétrica, cujas obras ficaram a cargo do construtor Floriano Rodrigues Pinheiro. A usina foi inaugurada em 15 de agosto de 1919, com a denominação de “Evangelina Faria Jordão”, em homenagem à esposa de Alfredo Jordão Jr. Essa usina, posteriormente, passou a ser conhecida como Usina Velha de Abernéssia ou Usina de Baixo. Em 1921, Reid criou a Empresa Elétrica de Campos do Jordão que, a partir de 1928, passou a ser denominada Companhia de Eletricidade de Campos do Jordão, e foi a responsável pela construção, por volta de 1930, da Usina do Fojo, nas proximidades da Lagoinha. Essas duas pequenas hidrelétricas abasteceram a cidade com energia elétrica por muitos anos.
Robert Reid acabou adquirindo uma quantidade enorme de terras em Campos do Jordão e doou inúmeras áreas situadas na sua Vila Abernéssia ao Poder Público da Cidade, onde hoje se encontram alguns edifícios públicos.
Na Vila Abernéssia estão sediados os Bancos, as Repartições Públicas, o Fórum, o Mercado Municipal, os maiores Estabelecimentos de Ensino, o Ginásio Esportivo e a maior parte do Comércio da Cidade.
Edmundo Ferreira da Rocha - 13 de outubro de 2008
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Julio Rodrigues
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Julio Rodrigues, o conhecido Julinho fotógrafo, proprietário da Foto Moderna, estabelecimento comercial especializado em materiais e equipamentos fotográficos, laboratório para revelação de filmes e cópias de fotografias, para diversas finalidades. Grande profissional da arte fotográfica que, com sua câmera, registrou festividades diversas, fatos históricos importantes e a linda paisagem jordanense. A Foto Moderna foi estabelecida em Vila Abernéssia, na Av. Dr. Januário Miráglia, ao lado da tradicional e histórica Casa Pedro Paulo, quase em frente a Estação ferroviária da Estrada de Ferro Campos do Jordão.
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Antonio Carlos T. de FARIA
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O saudoso e inesquecível Antonio Carlos Teixeira de Faria, conhecido por todos como Faria. Foi um apaixonado pelos esportes em geral, especialmente, pelo basquetebol, tendo organizado inúmeros torneios esportivos em Campos do Jordão. Foi o idealizador e grande batalhador para a criação da Escolinha de Basquete de Campos do Jordão - ESBAK. Essa escolinha, além de fazer renascer o basquetebol em Campos do Jordão, incentivou e fez surgir uma nova e grande geração de esportistas que deu muita alegria e glórias ao esporte Jordanense. Posteriormente, ainda contando com o grande apoio e incentivo incansável do Faria, na década de 1980, foi criado o Clube Jordanense de Basquete - CJB, por ele idealizado.
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Miltão...
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Miltão. Era por esse nome que esse saudoso rapaz ficou conhecido pela grande maioria dos moradores de Campos do Jordão, durante as décadas de 1960 até início de 2.000 quando, infelizmente, foi surpreendido por forte e fatal ataque cardíaco. Miltão nasceu e residiu no bairro situado atrás da conhecida Vila Ferraz, denominado pelos mais antigos, como o buraco da onça. Era filho do Sr. Francisco, mais conhecido como Chicão, antigo funcionário da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão.
Muitos, até demonstravam certo pavor e repúdio para com o Miltão. Ele, realmente, era uma pessoa diferente, tinha deficiências mentais diversas, nunca foi pessoa violenta. Com exceção do cigarro, nunca foi ligado a vícios perniciosos. Falava meio enrolado mas dava para entende-lo perfeitamente.
Andava muito por toda cidade. Conhecia muitas pessoas que lhe davam boa atenção, com as quais sempre brincava. Devido às inúmeras vezes que circulou na cidade, notícias maldosas sobre a morte do Manoel Pino, antigo proprietário do Armazém Cristal, situado na Vila Ferraz que, até o Miltão, quando encontrava com os amigos e estes lhe perguntavam sobre as últimas notícias, ele sempre já ia falando: Mané Pino morreu.
Nas principais épocas do ano, como: Dia das Mães, Páscoa e Natal, sempre, pedia algum presente para os amigos. Lembro-me que num determinado ano, veio me pedir, por diversas vezes, que queria ganhar uma chaleira para dar de presente para sua mãe no Dia das Mães. Claro que atendi seu pedido. Ele veio buscar e ficou muito feliz e alegre. Esta foto foi tirada em frente à minha casa no dia em que veio buscar a tão desejada chaleira.
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Mitsuo Nodomi
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Mitsuo Nodomi ou Paulo Nodomi como era mais conhecido, foi grande produtor, especialmente de frutas em Campos do Jordão. Na década de 1950 e início da década de 1960, foi grande produtor de maçãs em Campos do Jordão, tendo recebido diversos prêmios, entre medalhas e troféus, por suas participações nas magníficas e saudosas exposições das tradicionais Festas Nacionais da Maçã.
Também, nas décadas de 1950 e início de 1960, dedicou-se à produção de oliveiras em Campos do Jordão que, na época, graças ao trabalho do Sr. Antonio de Oliveira Pires, foi produzido o primeiro azeite de oliva brasileiro. Nessa época, oliveiras cultivadas pelo Sr. Mitsuo Nodomi e por outros diversos produtores, quando no auge da produção, chegaram a produzir até 100 quilos por pé. Infelizmente, essa atividade foi abandonada pela carência de estímulo.
Durante algum tempo, juntamente com seu irmão, foi proprietário da empresa “Expresso campos do Jordão”, especializada no transporte de mercadorias entre Campos do Jordão e São Paulo e vice-versa.
A partir da década de 1960, dedicou-se à produção e cultivo de plantas ornamentais de diversas qualidades, dentre elas: Rododendros, liquidâmbares, cerejeiras de diversas qualidades, azáleas, hortênsias, camélias, glicínias e muitas outras variedades.
Tornou-se o maior e mais famoso produtor, divulgador e propagador dos rododendros em grande escala, em toda cidade. Esse trabalho deve-se ao especial empenho do grande especialista em produção de mudas de plantas, conduzido pelo filho IUZI NODOMI.
A família NODOMI, liderada pelo Sr. MITSUO NODOMI, também conhecido por Paulo Nodomi, sua esposa, Sra. Rosa Setsuko, e seus nove filhos (José Hajime, Iuzi, Keiko, Teiji, Liuko, Eizo, Katsuo, Carmen Tioko e Yukishigue), são grandes amigos de Campos do Jordão.
É preciso e necessário enaltecer o nome do Sr. Mitsuo Nodomi e da sua família, que merece grande destaque na propagação, não só dos rododendros, como também de outras diversas espécies de plantas ornamentais que embelezam as ruas, avenidas e jardins de toda a cidade.
É importante registrar que a família Nodomi não doou somente mudas de rododendros. Durante a administração do prefeito José Antonio Padovan, no ano de 1970, quando da construção da primeira parte da segunda pista da atual Avenida Frei Orestes Girardi, a família Nodomi, representada pelo próprio Sr. Mitsuo Nodomi, doou considerável quantidade de mudas de cerejeiras do tipo Okinawa, com altura de aproximadamente três metros, para serem plantadas ao longo dessa nova avenida, no trecho situado entre as vilas Abernéssia e Jaguaribe.
Também, durante as administrações do prefeito Fausi Paulo, de 1979 a 1982 e de 1989 a 1993, a família Nodomi, ainda representada pelo Sr. Mitsuo Nodomi, doou centenas de mudas de rododendros, com altura aproximada de três metros, milhares de mudas de hortênsias, quantidade considerável de mudas de liquidâmbares, liriodendros, plátanos, aceres, cerejeiras de diversos tipos, azáleas, tuias e coníferas de várias espécies, para serem plantadas ao longo de diversas ruas, avenidas e praças da cidade, dando inclusive todo suporte necessário para a plantação das mesmas. Muitas dessas mudas foram plantadas quando da implantação da segunda parte da segunda pista das atuais avenidas Frei Orestes Girardi e José de Oliveira Damas, no trecho compreendido entre o Morro do Elefante, em Vila Capivari, e Vila Jaguaribe. Grande quantidade dos rododendros doados foi introduzida ao longo da Avenida Emílio Ribas e linha férrea da Estrada de Ferro Campos do Jordão, especialmente no trecho compreendido desde a Parada Damas até a Estação de Vila Capivari, também denominada Estação Emílio Ribas.
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