Home · Baú do Jordão · Camargo Freire  · Campos do Jordão

Crônicas e Contos · Culinária  ·  Fotos Atuais · Fotos da Semana

  Fotografias · Hinos · Homenagens · Papéis de Parede · Poesias/Poemas 

PPS - Power Point · Quem Sou  · Símbolos Nacionais · Vídeos · Contato

Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão

 

Lenda da Gruta dos Crioulos


Lenda da Gruta dos Crioulos

 

A nove quilômetros de Vila Jaguaribe, na estrada que demanda a Itajubá, há um caminho rústico, aberto na mata, onde se atinge a Gruta dos Crioulos.

Trata-se de enorme pedra, meio côncava, chata e arredondada, com um diâmetro de 20 a 30 metros de profundidade, podendo abrigar inúmeras pessoas em seu interior.

Localiza-se no centro de exuberante arvoredo tropical, constituindo-se interessante capricho da natureza.

Certa feita, Eduardo Moreira da Cruz, que prestava serviços ao Dr. Domingos Jaguaribe, para atender o desejo de seu hóspede ilustre, o político Assis Brasil, que queria comer jacus, saiu a caçar. Ao aproximar-se da gruta, Eduardo viu um punhado de negros ali homiziados.

Avisou ao patrão, e eles foram presos pelos soldados de São Bento do Sapucaí.

Segundo a lenda, a velha gruta adquiriu essa denominação porque os escravos evadidos das fazendas do Vale do Sapucaí nela se refugiavam para escapar à fúria dos capitães do mato que iam a seu encalço.

Entretanto, há mais de cem anos, no tempo da escravidão, a gruta era um lugar inacessível, e fora descoberto por acaso por um viandante escravo que revelou a sua existência aos companheiros de infortúnio.

Para atingi-Ia naquele tempo era uma verdadeira odisséia. Caminhavam léguas e léguas em meio ao emaranhado cortante da ramaria rasteira. O latido de cães, que os faziam correr, colocados para farejar suas pegadas, dilaceravam as suas carnes.

Muitos atingiam o esconderijo da liberdade, já tão exangues, que acabavam morrendo, fustigados pelo frio e torturados pela fome.

A Gruta dos Crioulos foi tornando-se um local sagrado para os escravos: para muitos era a liberação para a morte, para outros, um santo repouso para empreender novas fugas.

Contam os moradores antigos que, nas noites de lua cheia, quem andasse pelos lados da gruta, ouvia, noite alta, gemidos e o bater de correntes: eram os espíritos dos crioulos fugidos que ainda vagavam pela escuridão da gruta, como almas penadas, fugitivos do cativeiro das fazendas do Sapucaí do início do século XIX

 

Pedro Paulo Filho

06/08/2009

 

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_poesia=1

 

 

 

 

- Campos do Jordão Cultura -